Boa Noite

Sei que não é consensual, mas se tivesse de escolher duas bandas “geracionais”, que fizeram a travessia dos últimos 20 anos do século XX e entraram pelo século XXI, teriam de ser os REM (encerrados há mais de uma década) e os U2 (que vão sobrevivendo, em modo Rolling Stones, eu sei). Esta é uma revisitação, pelos próprios, do trajecto dos irredutíveis irlandeses.

Contra-Petição

No meu caso, consigo divertir-me com a evidente ironia da petição de algumas pessoas incomodadas com a que aqui se tem promovido a defender o fim do projecto Maia nas escolas. Tem o título de “Formação para quem assinou a petição “Fim do Projeto MAIA”, o que é natural, pois os seus promotores experimentam êxtases desconhecidos dos mortais comuns com a realização de tais formações, onde parecem aprender o que eu conheço há uns bons 25-30 anos e já praticava antes, porque não preciso que me digam que devo explicar aos alunos o que fizeram muito bem, mal ou assim-assim e porquê. Muito grave é que exista quem só de há uns anos para cá pareça ter sentido essa necessidade e, pior, ache que isso deve ser feito através de um aparato de registos que apenas “representam” que algo foi feito. Pessoalmente, sinto-me com capacidade é para dar formação a quem acha que eu preciso de formação, pois ainda corria o século XX e já tinha preparado um projecto relacionado com a Gestão flexível do currículo” e praticava actividades de hetero e autoavaliação com os alunos, sendo mesmo residuais os casos que, ao fim de todos estes anos, em que algum@ alun@ ficou com dúvidas sobre o seu desempenho nas minhas disciplinas.

Lamentável é que existam pessoas que se acham com competência para ensinar algo que faz parte do quotidiano de qualquer professor@, só que sem a necessidade de registar toda e qualquer pseudo-actividade. Mas ao menos sabem que existem “preocupações transnacionais” 😀 , o que é sempre um ganho. Irei acompanhar com toda a atenção o trajecto desta contra-petição, que já atingiu as 85 assinaturas no momento em que escrevo. Grupo que constituirá a elite do nossos sistema de ensino e a nata da nata dos ensinantes deste país e que, perante as 7274 assinaturas da petição que os irrita, demonstra à saciedade que ou a abundante formação que tem sido dada é muito má ou então os formadores maiatos são péssimos a aplicar aquilo que postulam. Porque, se a formação é boa e os formadores competentes, não se compreende como ainda não converteram toda a gente e mais alguém.

Se pensarem bem, esta petição anti-MAIA é uma forma vibrante de feedback em relação aos vossos ensinamentos e formações de pacotilha. E sem necessidade de preenchimento de grelhas.

Desorientação?

Os tempos estão estranhos, não estão fáceis, propiciando reacções epidérmicas, pouco reflectidas, leituras apressadas e muito pouco espaço para a compreensão de um mínimo de ironia, quando mais de sarcasmo. Basta passar pelos grupos de professores em redes socais e ver as quezílias que surgem em torno de quase nada.

Vem isto a propósito de ter sabido que um presidente de CG, perante um leve comentário que fiz aqui à situação da sua escola, que qualifiquei como reduto costista ou equivalente (não fui reler, porque acho perda de tempo), amofinou-se ao não perceber que, embora não muito efusivo, eu estava a fazer um elogio à posição tomada pelo órgão a que preside. e quero mesmo acreditar que não foi escrever, em forma de desagrado, uma espécie de carta a mim dirigida num qualquer grupo de whatsaapp a que já se sabe que não pertenço, em vez de me contactar, para que a coisa ficasse explicada.

Enfim, não estranho este tipo de desentendimento, no sentido de não se entender o que é escrito, lendo as coisas à medida de uma reinterpretação pessoal. Só me incomoda na medida em que há quem lavre em erros e neles possa teimar, só por não perceber um texto bastante curto e que separava águas.

Domingo

Devido a um daqueles acontecimentos que ocorrem todos os anos, nomeadamente aniversários, ontem desliguei o telemóvel quase ao levantar e passei por aqui apenas para publicar material em atraso, até que um amigo, via messenger, me mandou largar o zingarelho que não era dia para isso. E obedeci, pelo que peço desculpa a quem me tentou ligar e não conseguiu ou que mandou mensagem a que não respondi. Foi mesmo um dia em que fiz uma espécie de purificação mental, que se vai prolongar pelo dia de hoje, que é para enfrentar melhor a última semana do período e a papelada (física e digital) associada a esta fase do ano lectivo.

Entretanto, ao cair da noite, trouxeram-me (finalmente!) um desejado tacho, neste caso pleno de feijoada de choco e camarão que é o meu tipo favorito de tachos.