Contra-Petição

No meu caso, consigo divertir-me com a evidente ironia da petição de algumas pessoas incomodadas com a que aqui se tem promovido a defender o fim do projecto Maia nas escolas. Tem o título de “Formação para quem assinou a petição “Fim do Projeto MAIA”, o que é natural, pois os seus promotores experimentam êxtases desconhecidos dos mortais comuns com a realização de tais formações, onde parecem aprender o que eu conheço há uns bons 25-30 anos e já praticava antes, porque não preciso que me digam que devo explicar aos alunos o que fizeram muito bem, mal ou assim-assim e porquê. Muito grave é que exista quem só de há uns anos para cá pareça ter sentido essa necessidade e, pior, ache que isso deve ser feito através de um aparato de registos que apenas “representam” que algo foi feito. Pessoalmente, sinto-me com capacidade é para dar formação a quem acha que eu preciso de formação, pois ainda corria o século XX e já tinha preparado um projecto relacionado com a Gestão flexível do currículo” e praticava actividades de hetero e autoavaliação com os alunos, sendo mesmo residuais os casos que, ao fim de todos estes anos, em que algum@ alun@ ficou com dúvidas sobre o seu desempenho nas minhas disciplinas.

Lamentável é que existam pessoas que se acham com competência para ensinar algo que faz parte do quotidiano de qualquer professor@, só que sem a necessidade de registar toda e qualquer pseudo-actividade. Mas ao menos sabem que existem “preocupações transnacionais” 😀 , o que é sempre um ganho. Irei acompanhar com toda a atenção o trajecto desta contra-petição, que já atingiu as 85 assinaturas no momento em que escrevo. Grupo que constituirá a elite do nossos sistema de ensino e a nata da nata dos ensinantes deste país e que, perante as 7274 assinaturas da petição que os irrita, demonstra à saciedade que ou a abundante formação que tem sido dada é muito má ou então os formadores maiatos são péssimos a aplicar aquilo que postulam. Porque, se a formação é boa e os formadores competentes, não se compreende como ainda não converteram toda a gente e mais alguém.

Se pensarem bem, esta petição anti-MAIA é uma forma vibrante de feedback em relação aos vossos ensinamentos e formações de pacotilha. E sem necessidade de preenchimento de grelhas.

25 opiniões sobre “Contra-Petição

    1. Ultrapassarão as mil quando lá colocarem o nome todos os comissários políticos, vulgo diretor@s. Neste momento já se estão a atropelar para que o nome apareça bem nos primeiros lugares. Os próximos tachos vão ser distribuídos por essa lista.

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  1. Atendendo à quantidade de tachistas do MAIA e aos comissários políticos que o impuseram, para agradar ao dono, o número de assinantes ainda subirá. Gostava era que fossem públicos os nomes dos “bóis”.

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  2. «Tal facto, reflete-se no número elevado de pessoas que já assinou uma petição com um texto como o da petição “Fim do Projeto MAIA”, que espelha o total desconhecimento do que são os fundamentos e os propósitos do Projeto em causa.»

    Aquela primeira vírgula… “que espelha o total desconhecimento do que são os fundamentos” da pontuação.

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  3. Tratar doentes psiquiátricos em ambulatório é no que dá: joão costismo e abelhismo maia, entre outras doenças similares…

    É urgente reabrir os hospitais psiquiátricos que foram encerrados.

    Aliás, todas estas psicopatias têm um fundo comum!…

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  4. Bem sei que lhes dói… Mas uma boa parte dos professores portugueses não aceita essa tralha
    de grelhas e idiotices várias em mil papéis! O propósito é ensinar os ”zecos” que a avaliação é formativa??? Obrigado!
    Espero, perante a petulância, que a petição para incinerar o MAIA chegue às 50 000 assinaturas, pelo menos! Bem sei que desconhecemos os fundamentos do sistema educativo português… da minha parte espero que toda essa tralha costista, 54, 55, Maia , Unbuntus, aprender a aprender, e pós -modernismos da mesma igualha, expludam numa legislatura próxima… A autora/or da pós-petição ficará na orfandade, ou voltará para a escolinha, mais arcaica, é certo! É para ver como elas doem…

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  5. Petição encerrada às 87 assinaturas. :))

    Motivo:
    «
    Petição encerrada!!!
    Esta petição é apenas um alerta e foi criada para que não argumente contra ou a favor de algo, sem primeiro se informar e refletir sobre o que refere (ou assina!).
    O texto da petição que pede o fim do Projeto MAIA é uma antítese dos principais normativos, dos documentos orientadores do sistema educativo português bem como daqueles que são os fundamentos e os propósitos do Projeto MAIA.

    É tempo de lutar, sim, mas também é tempo de mostrar (mais do que nunca!) que a classe docente é uma classe altamente qualificada, pensante e reflexiva…
    Por isso, continuemos a lutar, mas nunca deixemos de pensar e de ser ativa e construtivamente críticos…

    P.S. A criadora desta petição é apenas uma docente e não pertence à equipa central do Projeto MAIA.
    »

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    1. 🙂

      Há umas três décadas, havia na TV uma publicidade de uma taróloga que dizia:

      «Não negue à partida uma ciência que desconhece!» 🙂

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  6. A forma como a petição foi “encerrada” é bem significativa da forma como este pessoal encara o contraditório e o debate em espaço público.

    https://peticaopublica.com/?pi=PT115780

    Eu teria vergonha de ter escrito aquilo e falado em “luta”.
    Aliás teria todo o gosto em discutir com a alegada criadora, que se afirma “apenas uma docente e não pertence à equipa central do Projeto MAIA” acerca dos seus fundamentos teóricos e práticos.
    Pena que, embora se perceba que passa por aqui, não se assuma em pleno.
    Porque, com toda a sinceridade, a densidade dos escritos que fundamentam o projecto MAIA são de tal modo simplistas que nem uma linguagem por vezes rebuscada e inúmeras auto-referências dos seus promotores conseguem esconder.

    Eu não assinei e promovi a petição contra a “abelha distópica” por não pensar pela minha cabeça ou por não ser construtivamente critico, mas exactamente porque é isso que faço todos os dias para que os meus alunos APRENDAM.
    Contra quem anda a promover um fingimento, uma ficção, um “negócio” que, com o braço armado das “inspecções pedagógicas” do ME pretende ipor um modelo único de “ensino” e “avaliação pedagógica”.

    Digo e repito: nada contra o feedback aos alunos e reavaliação das práticas pedagógicas para as adaptar aos diferentes contextos 8locais, de grupo, individuais); tudo contra as “cosmices”, que já de si são derivados da produção do actual presidente do CNE que trata o assunto, com registo em vídeo, de forma displicente.

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  7. A formação foi tão boa que as maiatas replicadoras (uma delas mulher de diretor lambe-botas que já passeou com o sonso) numa escola com comissário político que dá tudo para manter o tacho chegaram e disseram que todos os elementos de avaliação seriam para 100% e teriam o mesmo peso na classificação final, fosse teste, trabalho de grupo, questão aula, … E juraram ser faladura do guru domingos.

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    1. Sim, por aqui fomos obrigados a atribuir igual peso a todas as competências do perfil dos alunos, seja ela aquisição, comunicação, criatividade, cooperação… É uma aberração, e nem as “especialistas” sabem muito bem como operacionalizar isto, mas defendem que aos instrumentos devem avaliar competências e estas contam todas 100%.

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  8. É sempre vergonhoso ver uma (suposta) colega cometer um erro de palmatória: separar o sujeito do verbo/predicado através de uma vírgula. Uma coisa é estar a escrever num teclado minúsculo de um telemóvel e o dedo escorregar para onde não era suposto; outra é escrever um «documento supostamente formal» para divulgar.

    Resumindo, andamos nestas descobertas em sucessão para não sairmos da cepa torta. Mais: o governo jamais deveria intervir na pedagogia e avaliação que é feita pelos professores; deveria, sim, estabelecer normas muito gerais e sair de cena. Qual autonomia?

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  9. Apoiado!
    Quando os próprios ditos formadores do projeto MAIA revelam enormes contradiçőes e tentam aplicar soluções inadequadas aos contextos de cada disciplina, transformando a avaliação dos alunos a grelhas imprsticaveis estamos perante a uma das maiores ataques à escola publica. Passa-se a maior parte do tempo a avaliar do que a ensinar. Por outro lado querem impor referenciais comuns a todas as disciplinas, quando os dominios de avaliação são diferentes de disciplina para disciplina. Assisti a uma formadora do projeto Maia ,docente de Português a impor critérios completamente desadequados a Matemática. Sentido-se impotente começou aos insultos aos formandos. No ensino secundário estamos a avaliar os alunos por domínios, quando nos exames do 11° e 12° anos os alunos são avaliados por descritores/etapas. Resultado deste processo aplicado com total loucura na minha escola, onde os resultados dos exames se situavam bem acima das médias nacionais para a escola com piores médias na escola do concelho. RESULTADO: O colegio próximo agradece e estamos a perder alunos.

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  10. Mais uma virgula para a história da educação em Portugal… e para as estórias da educação em Portugal. Tenho pena (não estou a ser irónico) dos subscritores, que vão viver, a partir de hoje, uma vergonha eterna, mas não consigo deixar de sentir também aquela vergonha alheia… mesmo sabendo desde… digamos, sempre, que estas figuras estão entre nós!
    OK, há por aí muitas virgulas mas não vou dar início a nenhuma petição.

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