Sobre o cabaz do iva zero com um sortido de produtos tidos como “essenciais” e ao que parece sancionados como próprios de uma alimentação saudável por alguém no Ministério da Saúde, já há quem venha dizer que é injusto, pois nem todos deveriam beneficiar de tamanha benesse, porque há ricos e pobres a comer batatas e cebolas.
Pode ser.
Mas acerca disso tenho um par de questões.
a) Como se faria a filtragem do nível de rendimentos na caixa do supermercado? Com a declaração do irs? E será que as senhoras que fazem as compras lá para a casa dos patrões poderiam ter acesso a esses dados quando fossem aos víveres? Não seria um atentado à privacidade? Ou seria feita uma separação entre quem vai a grandes superfícies e a quem vai a lojas gourmet, incluindo a do corte inglês?
b) acham mesmo que é a partir do (não) pagamento do iva no leite e ovos que se agravam (ou combatem numa outra perspectiva) as brutais desigualdades existentes na nossa sociedade?
Há objecções a certas medidas que são puras idiotices, em especial quando apresentadas sob a bandeira da “justiça social”. Sejam a partir de uma esquerda demagógica pretensamente iguialitária ou de uma direita hipócrita, alegadamente liberal.