Para Belém (Da Galileia)?

Um texto interessante ao nível descritivo e mesmo interpretativo mas que em termos prospectivos esbarra onde quase todos esbarramos: a impossibilidade de garantir que existe uma “solução mágica” que agrade a todos.

Para onde vai a presente Luta?

De pouco adianta afirmar que “esta luta só se tornará realmente séria e consequente quando cada um for capaz de assumir a sua quota-parte de responsabilidade pelas soluções dos problemas e os necessários sacrifícios pessoais e se acabarem com as “desculpas” para não desobedecer…” se mais adiante se admite que “cada Professor parece continuar a defender, primordialmente, os seus próprios interesses e só depois, muito depois, o bem comum… [e que] enquanto a visão for sectarista, assente no individualismo de pensar apenas em si próprio, não se chegará a lado nenhum…” ou que “no momento, dos últimos anos, em que a Classe Docente mais precisava de Sindicatos consentâneos com acções competentes e impávidas, as principais estruturas sindicais têm tido uma prestação lastimável, mostrando-se incapazes de corresponder às expectativas daqueles que representam…”

A autora (Paula Dias) afirma que há sindicatos que continuam a achar que a Terra é plana, numa metáfora como qualquer outra. O meu problema é que também há quem ache a Terra é oca e lá dentro é que brilha o verdadeiro Sol. E nunca ficará satisfeit@ por não encontrar o caminho para lá e continuará sempre a clamar que este Sol é falso e que só aquele em que acredita é que é o legítimo. E o diálogo torna-se impossível, porque não há sequer um terreno ou vocabulário comum.

Domingo

Estava mesmo a precisar de um domingo à tarde sem a perspectiva de uma manhã de segunda-feira demasiado útil, para retemperar as forças. Em especial depois de um lanche matinal em ambiente verde (com recepção do livro do Victor Correia a apresentar daqui por um mês na Feira do Livro), de um almoço bem acompanhado e com conversa animada e de uma recolha a meio da tarde de um número apreciável de Mundos de Aventuras que me apareceram em falta na colecção da adolescência (e que eu tenho a certeza de então ter comprado) e de duas dezenas de “Miniaturas” dos Livros de Brasil, que me permitiram atingir 155 dos 170 números da colecção, mais umas ofertas simpáticas dos meus fornecedores de material impresso antigo.

Bem disposto, portanto, pelo que se compreenderá a bonomia com que releio alguma excitação que por aqui houve por causa de um post cuja história é simples: um secretário de Estado fez uma intervenção numa iniciativa de uma autarquia com alunos, durante a qual falou de uma viagem para participar num evento internacional e dos outros portugueses que o acompanharam nessa participação, por acaso líderes sindicais, e com os quais falou durante a estadia. Nada de anormal. A coisa foi gravada e publicada oficialmente. Alguém que assistiu à dita intervenção falou comigo a esse respeito e outro alguém que viu a gravação decidiu pedir esclarecimentos, assinando o pedido com o seu nome. Continuo a não ver nada de anormal. Tudo claro, factual, identificado. Não consigo aqui vislumbrar nada de especialmente grave ou ofensivo.

A quem o esclarecimento foi pedido restaria responder (ou não), esclarecendo (ou não) as condições da deslocação e pronto, tudo resolvido, sanado e arquivado. Por isso, me custa ver tanta energia perdida a barafustar contra eventuais intenções ocultas ou difamações vislumbradas em algo que me parece do mais elementar em termos de diálogo público. Havendo equívocos, esclarecem-se. Nascendo mal entendidos, informe-se do que aconteceu. Não é preciso mais do que isso. Penso eu de que…

Só que anda tudo muito “picado”, tudo muito a reagir de forma epidérmica e pouco adequada a um “funcionamento regular das instituições”. Há razões de queixa por aí? Claro que há e muita porcaria tem sido feita nos bastidores, corredores e elevadores (para rimar). Neste caso, nem por isso.

Pedido De Esclarecimento

Já falei com uma das pessoas presentes, que não a autora do documento que incluo em anexo, que me confirmou o sucedido, o que se pode comprovar entre os minutos 30 e 31 do “directo” publicado pela Freguesia de Ramalde no fbook (o vídeo é longo e jáo descarreguei, mas ainda não publiquei no Ytube, mas garanto que vi e ouvi a parte em causa), acerca da ida do SEU Leite a Washington para um encontro patrocinado pela OCDE. Ele é explícito a esse respeito e aos “dois compromissos” que foi possível fazer com os sindicatos (e até graceja sobre isso) relativos à promoção da democracia e dos debates nas escolas. O que me interessaria saber mais tem a ver com outras conversas que terão acontecido e, já agora, o que a colega pede para que seja cabalmente esclarecido.

Esqueçam O Veto Presidencial Ao Diploma Dos Concursos

Independentemente do valor da intervenção final das colegas, a abrir o que fica é a declaração que “para não prejudicar 8000”, o PR vai quase certamente promulgar o diploma. A argumentação é muito fraquinha e não é jurídica ou sequer política, pois apenas alega que o governo já abriu o concurso da norma-travão e, se vetar, o resto do concurso não avança, o que não é bem verdade. Se já está tudo atrasado, mais um mês para melhorar a coisa não seria mal maior, pois quer-me parecer que os meios digitais actuais permitem tratar a informação, sem especiais problemas, até ao arranque do ano lectivo.

Aliás, até me quer parecer que a publicação, há uns dias, daquele concurso foi desnecessaria mas voluntariamente prematura e tem o rabo da pescada enfiado em mais de uma boca, porque parece mesmo feita para dar esta justificação ao PR, que até diz que “discorda”, mas…

Não, a justificação não é a de evitar prejudicar 8.000, pois serão esses 8.000 os efectivamente prejudicados. E seria muito bom que isso lhe fosse explicado, seja em forma de cantoria ou de serenata… seria muito bom que alguém lhe fizesse ver que aquilo que alega é exactamente o contrário do que se vai passar.