Autor: Paulo Guinote
Professor quando me deixam.
Investigador quando posso.
O Verdadeiro Governo-Sombra
O ascendente e a autoridade com que geriu a crise não espantou. Toda a gente sabia que ela era a autoridade máxima no gabinete. Até para ter contactado o SIRP, com quem tinha boas e antigas relações, sem consultar ou informar o ministro. Diz-nos um antigo colega de Governo de João Galamba que era frequente ouvir da sua boca sobre qualquer questão: «Isso é com a Eugénia». E, de facto, na noite rocambolesca de 26 de abril, foi tudo tratado pela Eugénia. Por isso, nas audições da CPI, os papéis pareceram invertidos. A chefe de gabinete assumiu o papel de ministra e o ministro o papel de membro do seu gabinete.
A União Impossível
Reconheço a diversidade no interior da condição docente, bem como a dificuldade em articular todos os interesses e prioridades em presença. Mas a “união” não acontece não apenas por isso, mas talvez até mais por outras razões. Porque a essa “união” é má para quem se alimenta dessa desunião. Claro que a tutela, que consegue fragmentar algumas “frentes”, lançando umas migalhas, uns lugares, umas formações, uns convites, tem interesse nisso. Mas também há quem faça do discurso da 2ncesessidade de união” a camuflagem para a promoção da desunião, bastando ver o azedume e acrimónia a céu aberto em grupo de professores. Não é a discordância de posições, a divergência de opiniões que leva à desunião, muito pelo contrário. A união nasce da consciência de uma diversidade que enriquece. Já a desunião alimenta quem necessita do papel de “salvador@”, de representante mais legítimo, em quantidade ou qualidade, da “verdadeira” (e “única”), da voz do pessoal docente. Não me refiro apenas a sindicatos.
A união absoluta – uma nova unicidade mais do que sindical – é uma construção mitológica, uma utopia útil para quem faz da desunião a sua razão de existir e a quem desagrada profundamente qualquer competição nessa função salvífica e regeneradora.
Por isso é que – e pode ser confirmado por mais de um@ interçocutor@ nos últimos dias – não acredito no estabelecimento de “pontes” duráveis, porque isso tiraria o ganha-pão, nem que seja simbólico de quem está sempre pronto a acrescentar mais uma parcela à desunidade. Quanto a grupos e facções, há passagens notáveis da História de Mayta do Vargas Llosa e da A Vida de Brian dos Monty explicam o essencial sobre a sua lógica, não sendo necessário qualquer manual de filosofia política.
Por Portimão – Actualização
A autora do relato original, Isabel Feio, fez uma actualização do texto, dando mais precisão e detalhe à descrição.
Por Setúbal
Só?
2ª Feira
Nota-se o desvario do “outro lado” quando a estratégia passa por mandar trolhas para aqui mentir sobre factos objectivos do passado, fazer insinuações mais do que implícitas sobre questões financeiras ou de comportamento sexual. Já aconteceu no passado e volta agora. São velhos hábitos em práticas de “abrantes” corporativos, “karambas” e herdeiros de galambas. São medalhas no currículo de qualquer pessoa decente.Os prémios que se gosta de ter, em vez de outras coisas encenadas.
Boa Noite
Que o dia foi longo.
Ainda estou em meditação zen por causa da exigência dos professores presentes não poderem levar mensagens (em tarjas ou mesmo tshirts à vista) para a gravação do programa, mas ninguém dizer nada quanto a cachecóis futebolísticos. Isto não é uma birra de lagarto, mas o lamento em relação a certo tipo de rigores e exigências, com aplicação “diferenciada”.
Mais Logo
Estarei com todo o prazer (apesar não goste muito de andar pela FL num domingo à tarde) no lançamento do livro do colega Victor Correia, conforme anunciado.
Entretanto, na agenda da FL aparece um outro tipo de elenco, tipo palanque de oradores de uma manifestação de uma qualquer plataforma, o que me parece excessivo para 50 minutos de sessão. Nesse caso, já expliquei que ficarei na audiência, para criar espaço e dar tempo para que todos possam falar com alguma calma.
Pelo Porto
O texto abaixo foi enviado para a Câmara Municipal do Porto, Polícia Municipal do Porto,’ Divisao de Apoio Geral em resposta à limitação imposta pelos mesmos à nossa manifestação de hoje.
Solicitámos ser nos jardins do Palácio de Cristal. Não permitiram. Ao contrário do dia 23 de abril quando nos barraram à ultima da hora no dia da festa dos 50 anos do PS, impedindo-nos de entrar e de levar o camião autorizado, para hoje estabeleceram à psrtida a restrição ao camião, aparelhos sonoros e entrada nos jardins.
Em resposta à Vossa carta, vimos por este meio contestar a restrição imposta pela Polícia de Segurança Pública e pelos Senhores, quanto à realização do protesto no interior dos Jardins do Palácio de Cristal, amanhã, pela manhã, do dia 27 de maio de 2023.
O direito de manifestação é um Direito Constitucional e deve ser garantido pelas autoridades competentes. Restringir o local e forma de realização do protesto é uma violação ao Direito de Livre Expressão e Manifestação Pacífica da Sociedade Civil, que inclui também Todos os Profissionais da Educação e Outros, que a estes se juntem, tendo o direito de se manifestar em Espaços Públicos, de forma ordeira e correta como têm feito prova nas várias manifestações levadas a termo pelos mesmos até aqui.
Além disso, a restrição imposta pela Polícia de Segurança Pública e pelos Senhores, prejudica a Visibilidade do Protesto e a sua Visibilidade Pública, essenciais para a sua Efetividade, tirando o fito da mesma: Manifestar para Despertar Consciências! A restrição imposta pela Polícia de Segurança Pública e pelos Senhores, baseada na realização do Fórum Social do Porto na Super Bock Arena é infundada, pois, indubitavelmente, haverá espaço suficiente para a realização simultânea do protesto e do Fórum Social, Sem qualquer Prejuízo para a Ordem Pública e a Segurança dos Participantes dos Dois eventos.
Afinal, Todos os Profissionais da Educação englobam também os Professores, cidadãos pilares da nossa sociedade que veiculam os valores e saberes aos Futuros Cidadãos ativos de Portugal. Atente-se não se tratar de uma classe profissional indigente e sem formação e/ou consciência cívica e social. A Liberdade de Expressão e de Manifestação Pacífica não pode ser prejudicada em detrimento de interesses políticos e/ou comerciais.
Afinal, lutamos por valores Maiores: pela garantia dos Direitos Fundamentais num Estado de Direito e dito Democrático.
A Polícia de Segurança Pública e os Senhores solicitam informações sobre o tipo e número de equipamentos sonoros a utilizar nesta manifestação, bem como sobre a utilização de eventuais viaturas neste apoio, para evitar qualquer colisão com outros direitos consagrados constitucionalmente, como é o Direito ao Descanso.
Informamos que levaremos as nossas Vozes, apitos e pandeiretas usuais e que, com toda a certeza, não tirarão o descanso do doente que se encontre a ser acudido no Hospital, mas, eventualmente, o descanso de espíritos políticos dormentes que impera serem despertados. Quanto ao acesso ao Hospital referido, quando aí estivemos, às Grades, como nos querem manter agora, toda e qualquer ambulância e outros veículos prioritários tiveram livre acesso ao Hospital Santo António, não tendo faltado ao aflito o cuidado e serviços de urgência requeridos.
Contudo, com as V/ restrições, impedem ao Doente Moribundo, à Escola Pública e aos Filhos de Portugal, o Direito à Reanimação de Urgência. Estes clamam por Socorro e os Senhores querem agarrá-los às Grades dos Jardins do Palácio de Cristal sem qualquer assistência…
Acresce que todos os Profissionais da Educação seguirão rigorosamente, como têm seguido até ao presente dia, todas as V/ orientações, cooperando com as autoridades para garantir a manutenção da ordem pública durante o protesto, não sendo necessário haver à sua espera a Polícia de Intervenção, munida dos seus escudos e armada até aos dentes, como vivênciamos no último evento de manifestação e que nos manteve às Grades do Palácio, barrando o acesso a um local público e do cidadão comum. E tantos que lá se encontravam dentro, usufruindo dos belos Jardins da nossa Invicta, enquanto Invictos, os Profissionais da Educação e Outros, cá fora, corajosamente, se manifestavam. Perante o exposto, solicitamos que a restrição imposta pela Polícia de Segurança Pública e pelos Senhores seja suspensa e que o direito de realização do protesto nos Jardins do Palácio de Cristal seja garantido, incorrendo o perigo de ceifar a Liberdade de Expressão de Portugal.
Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos,
P/Professores Indignados às Grades do Palácio de Cristal,
Maria Emanuel Côrte-Real de Albuquerque
Esta comunicação foi feita em resposta a esta carta:
De: Divisão Municipal de Apoio Geral da Polícia Municipal
Subject: Parecer manifestação 27 maio To:
Exmos Senhores,
Na sequência da V/ comunicação de manifestação agendada para dia 27 de maio de 2023, ao frente ao Super Bock Arena, cumpre informar que, obtido parecer da Polícia de Segurança Pública, esta informa que vê inconveniente na realização do protesto no interior dos Jardins do Palácio de Cristal, pelo que o mesmo deverá restringir-se ao exterior do recinto, conforme se passa a citar:
1. “Realiza-se no dia 27 de maio de 2023, na Super Bock Arena, o Fórum Social do Porto, que contará com a presença de representantes de Instituições e Governos da União Europeia.
2. Atendendo a esse facto, este Comando entende por conveniente implementar medidas que garantam a segurança dos participantes no referido Fórum e no protesto em análise, bem como a manutenção da ordem pública no local.
3. Nesse sentido, esta Polícia vê inconveniente a realização do protesto no interior dos Jardins do Palácio de Cristal, pelo que o mesmo deverá restringir-se ao exterior do recinto.
4. Ademais, atendendo à proximidade do Hospital de Santo António, há necessidade de manter a livre circulação e fluidez de trânsito no local, pelo que os manifestantes deverão ficar circunscritos às imediações do portão principal do Palácio de Cristal, abstendo-se de praticar atos que impeçam ou embaracem a circulação do trânsito ou comprometam a segurança dos utilizadores das vias.
5. Face às informações fornecidas pelo promotor do evento a esta Polícia, é intenção destes utilizar uma viatura com equipamento de som, para amplificação de som dos oradores. Assim, solicita-se que a Câmara Municipal informe quanto ao tipo e número de equipamentos sonoros a utilizar, bem como, sobre a utilização de viaturas neste apoio, informando desde já que é entendimento desta Polícia que a utilização destes equipamentos deve ser o mínimo estritamente necessário e proporcional ao fim pretendido e não deve colidir com outros direitos consagrados constitucionalmente como é o caso do direito ao descanso.
6. O evento deverá realizar-se em conformidade com as disposições legais no que concerne à ordem, segurança e tranquilidade públicas, mormente, as constantes do Decreto-Lei n.º 406/74 de 29 de agosto (Direito de reunião e manifestação) e Decreto-Lei n.º 310/2002 de 18 de dezembro. Ademais, é entendimento desta Polícia que os desfiles previstos na Lei quanto ao direito de reunião e manifestação são exclusivamente apeados e não em viaturas, pelo que deverá o promotor ser notificado dessa circunstância.
7. A concentração carece de policiamento contínuo, que será assegurado por esta Polícia.”
Com os melhores cumprimentos
Elisabete Queirós
Técnica Superior Logo CMP Polícia Municipal do Porto – Divisão de Apoio Geral Rua Júlio Couto, n.º 13 4150-734 Porto
Acrescento ainda o despacho emanado pela Câmara Municipal do Porto a este respeito, dando luz verde à manifestação.