Bom dia, Paulo.
Sei que se interessa por estas coisas e apesar da questão da mobilidade por doença ter – e bem – chamado mais a atenção dos colegas em geral, há pequenas batalhas – inúteis, bem sei porque não sou ingénuo a esse ponto – a decorrer por parte dos idiotas como eu, que insistem em não estar acomodados.
Neste caso tem a ver com as provas orais de línguas estrangeiras e com a convocação de muitos colegas por esse país fora para as realizarem, fora da sua escola, partindo sempre desse pressuposto misterioso de que o professor tem carro próprio e que o mesmo pode- e deve, na mente dos iluminados dos agrupamentos de exames e afins – ser utilizado ao serviço do ME que depois lá dará uns trocos para compensar. Eu, humildemente discordo – sou pelos vistos, dos poucos – e acho que me deve ser fornecido um meio de transporte. Por isso, ao ser convocado para este serviço, enviei um pedido de esclarecimento ao agrupamento de exames (que transcrevo abaixo se tiver curiosidade) que chutou para canto, declinou responsabilidade e recomendou contactar a Dgest que, até hoje, nada disse – nem vai dizer, claro.
Não sei se mais algum colega pensa como eu ou não, mas pronto, resolvi partilhar consigo até porque dou por mim a concordar com a maioria das coisas que escreve e diz.
Adolfo Dias
A minha primeira tentativa de chamar a atenção para a questão dos transportes:
Acabo de ser notificado da convocatória para realizar a prova oral de Inglês (650) e, como é evidente, aceitei o dever funcional que me foi indicado. No entanto, na convocatória, por lapso da vossa parte – fruto seguramente do excesso de trabalho que é normal nesta fase do ano letivo – esqueceram-se de indicar quais os meios de transporte que vão colocar à minha disposição para poder cumprir o dever funcional para o qual fui convocado.
Estou no quadro da Y e, de acordo com o google maps, a distância até à escola de X (…) é de 65,7km e até à escola de Z (…), em Localidade Portuguesa, é de 18,3km o que, em ambos os casos, inviabiliza uma deslocação, sem meios de transporte, desde a escola onde estou provido de lugar de quadro.
Informo que como transportes públicos existe, em ambos os casos, a possibilidade de recorrer a um táxi, ou, mais moroso e com horários mais dispersos, o comboio.
Assim, para que possa cumprir o dever funcional que me foi atribuído, que, mais uma vez ressalvo, aceito, como é meu dever, e tendo em conta que é à entidade patronal -ou seus representantes- que compete fornecer os meios para que os funcionários desempenhem as tarefas para as quais são indicados, agradeço que me informem qual o meio de transporte que devo utilizar e que autorizem a minha escola a adquirir previamente os bilhetes necessários já que entendo também que não é ao funcionário que compete financiar a entidade patronal e pagar os mesmos do seu bolso para ser ressarcido mais tarde.
Aguardo instruções para solucionar esta questão do transporte.
O funcionário em funções docentes
A segunda tentativa, a um dia do exame:
Apesar de ter solicitado instruções atempadamente, continuo, a um dia da realização da prova oral de Inglês, sem qualquer informação de como devo proceder para me deslocar para a escola onde fui destacado para exercer o meu dever funcional. A referida escola, em X, encontra-se a mais de 60 quilómetros (65,7km) do meu local de trabalho e não me foi fornecido ou indicada qualquer forma de transporte como apontei na anterior comunicação de 22 do corrente mês e que transcrevo abaixo para vossa referência.
Mais uma vez insisto, até pelos alunos que ficarão prejudicados por não realizarem a prova a que se candidataram, que me sejam dadas as instruções já solicitadas na mensagem referida já que, da minha parte, recusarei assumir qualquer responsabilidade pelo fato de a entidade patronal não fornecer os meios que tem obrigação de fornecer para que os seus funcionários realizem as tarefas para as quais são destacados.
Aguardando instruções precisas,
O trabalhador em funções docentes”