TAP deve ser privatizada nos próximos 12 meses, diz Costa
(o Pedro Nuno Santos gosta assim tanto das mordomias de ser ministro? ou está apenas a ganhar currículo para uma prateleira dourada?)
(o Pedro Nuno Santos gosta assim tanto das mordomias de ser ministro? ou está apenas a ganhar currículo para uma prateleira dourada?)
Por uma vez, mas agora que até correspondem aos “reais” (pré esbulho fiscal), consegue ler-se que as análises são feitas sobre os “salários estatutários”, ou seja, nominais.
“Entre 2015 e 2021, os salários estatutários dos professores do ensino secundário em Portugal aumentaram 3%, menos do que a média dos países da OCDE (6%)”, lê-se no relatório anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) “Education at a Glance 2022”, divulgado esta segunda-feira.
Claro que depois se diz que os professores ganham mais do que outros trabalhadores com formação superior. Resta saber a idade, posição na carreira, funções desempenhadas, etc, etc, mas eu depois já espreito a ficha técnica.
É um pouco deprimente ler algumas pessoas a justificar uma série de coisas com os tempos malfadados da troika, como se essas malfeitorias justificassem todas as anteriores e posteriores. E depois ainda acusam quem discorda dessa narrativa, que coloca a origem de todos os males em 2011, de “relativizar”. “Relativizar” é branquear que isto apaga qualquer reversão inacabada. “Relativizar” é negar que isto corresponde a um terceiro congelamento salarial.
A clubite partidária está de volta de um modo absolutamente canhestro.
É que nem a narrativa que estão a tirar aos pseudo-privilegiados para dar aos mais desfavorecidos bate certo.
Podem ficar com o 1% para o que bem entenderem. Depois dos impostos não deve chegar a 10 euros por mês. Já quanto à inversão da municipalização, muito poderia ser dito acerca do contexto de crise e a percepção de que muitas autarquias (não digo todas, como é óbvio) estão longe de ter a acapacidade técnica e humana para gerir o parque escolar, centros de saúde e outras matérias em condições. Com os dinheiros comunitários do 20/20 ainda vá, mas na actual situação?
Transferência de competências na Educação, Saúde e Acção Social irão até 2022
Alexandra Leitão afirma que não pode “responsavelmente” assegurar que seja possível manter o compromisso do Governo de “pagar aumentos de 1%, em 2021”, aos funcionários públicos.
… conforme declarações relativamente recentes ao Expresso. Uns anos antes tinha-o lido a elogiar o ministro que depois “desamigou”. No caso da ministra Leitão, parece que o a História só se pode reescrever se não for na totalidade. Não pode ser “completamente”. Apaga-se, por exemplo, o máriojamé ou o paulodoscampos, mas ainda se ia deixando ficar o vitalino e o engenheiro não se deixa rescrever.
Por 10 anos, subentende-se que 6 são de governos PS, certo?
Agora imaginemos que se estava com um governo de “Direita” e era feita uma proposta destas, com tamanha responsabilidade orçamental e preocupação com a sustentabilidade?
Mas quando é para pagar as dívidas da banca só fazem que barafustam mas nada propõem de alternativo?
Em 2025 quantos docentes já terão saído da carreira sem nunca verem justiça ser feita?
Já agora, em 2019 quantos professores recuperam os 1027 dias?
PCP propõe repor mais tempo de serviço aos professores entre 2020 e 2025
Comunistas vão propor a reposição de 2.384 dias do tempo de serviço congelado aos professores ao longo de seis anos, entre 2020 e 2025, além da devolução de 1.027 dias já decidida pelo Governo para 2019.
(PCP nacional = PSD madeirense?)
De acordo com os dados do INE, o saldo orçamental situou-se em 1.111,2 milhões de euros no conjunto dos três primeiros trimestres de 2018, representando um excedente de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado verificou-se um défice de 1,9% do PIB.
Os funcionários públicos que em janeiro tiverem um aumento salarial superior a 28 euros podem ficar sem direito à progressão na carreira, perdendo os pontos obtidos na avaliação de desempenho, segundo uma proposta do Governo entregue hoje aos sindicatos.
E levou muitos números, que apresentou de forma menos mortiça do que o habitual e, pelo menos nos excertos que apanhei nos noticiários da TSF e numa peça televisiva, até piscou menos os olhos e embrulhou-se menos nas palavras. Ouvi tudo aquilo, desde uns exactos 19% de ganhos salariais até 2 ou 3 mudanças de escalão para 90% dos professores até 2023 e perdi-lhe qualquer réstia de respeito, porque quem se presta a um papel destes, depois de tudo o que andou a dizer, é porque é “artista”, como diria o cavaco velho. Não vou já na conversa mole do “bom rapaz da província”, que até “estava muito bem em Cambridge como investigador” (as aspas não significam citações directas, mas o espírito da coisa) e decidiu vir “servir Portugal”. Não, o ministro Tiago ou já era ou tornou-se no pior que muitos políticos são, uns troca-tintas, sem qualquer decoro ou respeito por si mesmos, pela sua palavra ou pelas suas alegadas convicções. Já ouvi quem diga que “só depois de lá se estar é que se sabe mesmo como as coisas são”, já li que “é fácil criticar de fora, o difícil é governar, construir”.
Bollocks!
Estou farto, fartinho, de ver gente engolir uma narrativa que o PS serviu de forma bem pensada desde o início do mandato, agradecendo que boa parte da “Oposição” a engolisse sem crítica e associasse o ministro Tiago à Fenprof e aos interesses corporativos dos professores. Continuo sem saber se de forma tão hábil que a própria Fenprof engoliu a narrativa, se com ela colaborou de forma voluntária, pelo menos ao nível das cúpulas, durante quase três anos.
O ministro Tiago em nenhum momento teve qualquer acção concreta de defesa dos interesses dos professores de carreira, que nela estão integrados desde muito antes de chegar ao ME uma sucessão de ministr@s que oscilaram entre a agressividade ostensiva e a vacuidade absoluta, mas quase tod@s com o traço comum de recorrerem a factos “alternativos” e à “pós-verdade” sem qualquer pudor ou reserva ética quando se tratou de amesquinhar a classe docente ou de mentir com números martelados.
Os números que o ministro Tiago hoje apresentou, na ausência de qualquer legislação concreta que possa ser usada para avaliar como as coisas decorrerão, são mera fantasias, projecções sem qualquer sustentação na realidade. São exercícios propagandísticos servidos pelos gabinetes das Finanças a uma cabeça falante que parece acreditar que é o que nunca foi, como se tornou notório nas suas primeiras aparições, algumas delas a reboque de outros governantes que lhe fizeram a agenda, por muito que ele ache que decide alguma coisa. Como escrevi, o ministro de “cientista” tem pouco, mas de demagogo e “artista” tem muito. Porque o politicamente correcto me desaconselha que apenas o trate como um idiota útil, com umas viagens à conta, enquanto o secretário e a secretária governam no que lhes interessa.
Quase tudo o que foi afirmado pelo ministro Tiago em matéria de carreira docente, com todos aqueles números fantabulásticos é uma completa ficção, a começar por um aumento salarial médio anual de 3,6% ao ano, pois não existe qualquer decreto-lei a regulamentar o que se vai passar e a proposta que se conheceu é incompatível com o que hoje se anunciou para os próximos 5 anos, a menos que sejam eliminadas os estrangulamentos à progressão para os 3º, 5º e 7º escalões. Ou então está a pensar no aumento de 40% de uma minoria muito específica e no de 0% da maioria e faz “médias”. Até existirem elementos que todos desconhecemos, o ministro Tiago ludibriou o Parlamento e a opinião pública. Mentiu, portanto. Embora possa sempre alegar ignorância, que acreditamos.
(imagem do asno que somos quase todos nós, recolhida aqui)
Posso recusar a “bonificação” governamental?
Prefiro não ter qualquer reposição do tempo de serviço do que aceitar uma hipócrita esmola dada por governantes em trânsito.
Docentes do Ensino Superior manifestam-se contra a falta de progressão remuneratória
(…)
“Não se trata de uma quantia que desequilibre um orçamento, tanto que o Governo admitiu essa progressão remuneratória. No caso de um professor auxiliar no primeiro escalão estamos a falar de uma reposição salarial total no valor de 100 euros líquidos”, disse, acrescentando que esse valor seria pago em quatro prestações.Ainda assim, prosseguiu, afirmando que esses 100 euros representam “19% do dinheiro que deveria ser pago desde 2009, se houvesse reposição dos cortes e 10% de pagamento de inflação”.
“Um professor auxiliar do primeiro escalão deveria receber – para manter o mesmo poder de compra referente a 2009 – mais 500 euros. O Governo propõe-se a pagar 19% desse valor, mas infelizmente as instituições de ensino superior, à excepção do politécnico, pura e simplesmente não avançam”, indicou.