… dificilmente se satisfaria com a validação de práticas de servidão burocrático-administrativa ou com uma lógica em que o professor é considerado um irresponsável se não registar tudo o que fez e não fez, com a devida fundamentação em duplicado ou triplicado, em grelha, tabela, plataforma ou questionário, para posterior análise e eventual puxão de orelhas porque falhou aqui um ponto final ou ali ficou um verbo que parece mal à cartilha da “autonomia”. Parece-me de uma imensa hipocrisia, sabendo que me repito, mas apetece-me repetir, porque é coisa que dura e perdura, que quem ande com certas retóricas emancipatórias e inclusivas sempre a cair-lhe do beiço, deveria ter o decoro de não estar sempre a fazer descarado negócio em modo de “formações” reaquecidas em banho-maria das sebentas de outrora, ou que esteja na primeira linha dos que querem amarrar toda a gente a uma concepção do professor como funcionário subordinado e temeroso em relação a qualquer desvio ao padrão dominante.
Já agora, também tenho direito a citação freirista, mas sincera, porque eu até o li, mesmo quando discordava da parte demasiado devedora ao contexto das sociedades pós-coloniais de desenvolvimento muito desigual.