Liberdade De Expressão

Muito divertidas as recomendações de vários comentadores à publicação de António Filipe do PCP acerca da ameaça de divulgação de “segredos” do PCP (o ex-deputado comparou a coisa ao ataque ao Expresso, considerado como um ataque à “liberdade de expressão”). À indignação com a ameaça, sucederam-se conselhos sobre a importância de entrar em diálogo com os potenciais agressores, da necessidade de ter uma postura de diálogo e compreensão em relação às razões da ameaça e de, se necessário, ceder à pressão para evitar aquilo que eu chamaria “derramamento” de segredos.

Entretanto, aparece-me no feed do fbook uma publicação em que um tipo de barbas e boina à revolucionário desocupado acusa Zelensky de arrastar o seu povo para a morte. Ia chamar-lhe idiota em outras palavras num comentário, mas contive-me, porque, afinal, o homem não tem nada ar de ser especialista em armamento pesado, tipo artilharia e aviação com mísseis e pode realmente nunca ter ouvido aquele adágio em língua capitalista dos stick and stones can break my bones,…

Nada como ver alguma esquerda “radical” europeia do grupo The Left a alinhar com os tipos da Alt-D e demais elementos da Identidade e Democracia. Os extremos tocam-se quando andam em círculos.

Salas Devidamente Ventiladas?

Sim, até porque em muitas escolas não há dinheiro para substituir persianas, estores e outras minudências assim. Já nas da “festa” da outra, os equipamentos até podem ser bons, mas aí falta dinheiro para a manutenção dos “pormaiores”. Há coisas que têm mesmo imensa graça, assim quando as vemos escritas, porque se imagina logo o tipo de criatura “pensante” que esteve na origem.

Então se não forem escolas-sede, o processo decisório pode ser daqueles típicos da portugalidade.

Onde? Como? A Sério?

Apesar de ser esperada uma segunda vaga da pandemia para depois do Verão e da necessidade de preparar as escolas para suspensões de aulas presenciais, só a meio do 1.º período começaram a chegar às escolas os primeiros kits da Escola Digital para os alunos que precisem de ter aulas a partir de casa.

O relatório revela que foi durante este estado de emergência que se deu o “início da distribuição dos kits de computadores (computador portátil, auscultador com microfone e mochila) e conectividade (hotspot e cartão SIM) às escolas”. O documento especifica que “começaram a chegar às escolas, na segunda semana de Novembro, os primeiros kits do programa “Escola Digital”, adiantando que, “num primeiro momento, será dada particular atenção aos alunos abrangidos por apoios no âmbito da Acção Social Escolar, iniciando-se com os alunos do escalão A que frequentam o ensino secundário, priorizando aqueles que não têm acesso a equipamentos electrónicos em casa”.

Tempos Estranhos

Os defensores da Verdade absoluta a tornarem-se relativistas e os arautos da tolerância a revelarem a maior das intolerâncias.

Quando os tempos ficam difíceis, o verniz estala e percebe-se que há muito poucas verdadeiras diferenças entre as cliques em disputa. Apenas interesses e estratégias divergentes para manter os poderes.

A Sério? Andam A Fumar Material Orgânico Do Bom?

O PAN apresentou uma recomendação ao Governo para que as crianças que ingressam pela primeira vez no ensino Pré-Escolar ou no 1.º ciclo do Ensino Básico possam ser acompanhadas até à sala de aula, em vez de entregues à porta do estabelecimento.

(a mim dá ansiedades é quando ouço certo pessoal do PAN a falar…)

Sobre Aquela Petição…

… acerca de Cidadania e Desenvolvimento, só quero ver se é tratada pelos serviços parlamentares (e excelentíssim@s parlamentares) com o mesmo tipo de displicência ou enfado que se dedicam a petições sem gente tão notável. Sobre a substância e verdadeiras motivações dos peticionários, a conversa fica para depois.

(o presidente da ANDE, nem sempre a pessoa mais imaginativa a falar, decidiu classificar a CD não como disciplina, mas como “um complexo disciplinar”; não percebo o que ele tem com a conhecida expressão “albergue espanhol”…)

Clandestinidades

A DGS não revela regras a seguir na Festa do Avante. Compreendo. Afinal, há o perigo da malta do chega (ou do pnr) conhecer-lhes os procedimentos na venda das jolas e dos trimoiços.

(fascismo nunca mais! mete uma tarja na tua foto numa rede social e torna-te um anti-fascista instantâneo… se o não fizeres ou criticares a “Festa” és um anti-comunista desde a escola primária)

Não Consigo Alinhar…

… com aquela atitude apresentada como inevitável em situação de “crise” que postula que todos nos devemos unir, numa frente comum, contra a “ameaça externa” que no presente momento é o “vírus” e a situação de pandemia. Considero de extrema demagogia a tentativa de condicionar qualquer tipo de críticas, como se fosse delito de lesa-majestade criticar esta ou aquela posição/decisão em nome de uma “unidade” que apenas serve para desresponsabilizar quem decide, através da co-responsabilização de todos por tudo e mais alguma coisa. É em situações difíceis que se torna mais importante fazer opções e essas nem sempre são consensuais. E tantas vezes as posições que prevalecem, podendo mesmo colher apoio maioritário, não são necessariamente as mais adequadas e o abafamento das críticas ou a sua qualificação como algo quase anti-patriótico é a negação de uma democracia verdadeira ou, pelo menos, que respeite o direito a discordarmos de quem tem o poder de mando. Estou cansado de quem acha que quem desalinha do discurso oficial normalizado e formatado pela maior denominador comum da vulgaridade só o faz para criar “problemas”. Assim como desgosto de quem acha que existem fórmulas ou soluções únicas para situações complexas, a partir do momento em que o debate em circuito fechado leva a uma dada decisão. situações complexas e com alto grau de imprevisibilidade obrigam a soluções “abertas” e à consideração da necessidade de se inflectirem rumos, sem que com isso venha mal ao mundo, excepto quando antes se afirmou que só podia ser daquela maneira e mais nenhuma. E estou muito farto de quem joga na erosão da memória e na justificação truncada ou desonesta de afirmações e actos praticados apenas com intuitos de oportunidade política ou conveniência pessoal.

Em resumo, estou mesmo sem paciência para a grande e pequena política, nacional ou local, praticada por quem tem escassa vergonha na cara e carácter a roçar a nulidade. Estando convidado a enfiar o barrete quem bem o sentir à medida.