(…) A História pode nem sempre se repetir, não é necessariamente uma lição determinista, mas a sua eliminação ou amputação nunca pode ser uma boa ideia. A menos que a Demagogia seja para praticar, enquanto se critica, apostando na ignorância do muito exaltado “povo”.
Fosse esta gente de palavra e a questão estaria resolvida.Mas sabemos que não é assim. Curiosamente, a CMTV, na parte da entrevista a Pedro Nuno Santos nunca destacou as afirmações sobre os professores, preferindo manter uma tarja sobre a alta velocidade, antes de passar para uma sobre os médicos e o SNS. Porque para o CM e a CMTV (mas não só) os professores só parecem contarem em certos contextos e momentos. Por isso, fica a imagem da jornalista da CNNP, que lá destacou a coisa.
Mas tudo isto mais não é do que uma galeria de horrores eleitoralistas.
O ministro da Educação, João Costa, explica que o Governo “não teve condições financeiras para responder a tudo”, mas que, ainda assim, resolveu “problemas muito antigos da carreira dos professores”.
Um problema bem antigo – varrer carreiristas demagogos do ME – continua por resolver.
Não consigo ter qualquer respeito político pela criatura. Acho-o de uma desonestidade intelectual ao nível de um gualterlemos, não por acaso outro fanático da ócêdêé.
E isto empre ajuda a disfarçar do descalabro do pisa. Que é um ranking, mas como é da “patroa”… não fica bem dizer mal.
… mas o facto de se dar a entender que isto já não acontece em tantas escolas com a designação de “suplemento”. mesmo para quem, não tendo ainda escalão algum por diversas razões, é sinalizado como necessitando deste tipo de apoio.
A medida vai abranger todos os estudantes do primeiro escalão da ação social que frequentem os ensinos pré-escolar, básico e secundário, segundo uma proposta de alteração do PS ao OE.
O bestial ministro mistura tudo, numa mixórdia da qual só posso concluir que, o mais certo, é faltar um projecto MAIA na faixa de Gaza e uma delegação Ubuntu em Telavive.
Imediatismo? No Médio Oriente? Realmente, os conflitos ali devem ser uma espécie de epifenómenos, nascidos de uma qualquer mensagem de Whatsapp. Nada com remotas raízes históricas e séculos de confusão.
Realmente, há quem deva ter feito a disciplina de História com os dois olhos fechados. Cá para mim, as Cruzadas foram culpa das redes sociais e os pogroms uma criação do tuítas e do insta medievais.
Maior demagogia é difícil de encontrar. Nascida do desejo de produzir um certo imediatismo populista.
E continua, numa espécie de variante de Edgar Morin para totós, logo o tipo que mais tem feito em prol da transformação do currículo num mosaico de modas e dos conteúdos programáticos num retalho desconexo de vacuidades, a começar pela sua querida disciplina de Cidadania à la minute.
“Esta cultura do imediato prejudica a qualidade da democracia, por um lado, e a qualidade da aprendizagem por outro”, afirmou hoje o ministro da Educação, considerando que a falta de tempo para transformar a informação em conhecimento, conduz a “aprofundamento de novos radicalismos e de novas intolerâncias”.
Exemplificando com “o que está a acontecer em Israel e em Gaza neste momento”, Joao Costa disse ver “com tristeza, opiniões em que parece que o sangue de uns vale menos do que o sangue de outros, como se o sangue das crianças, dos dois lados daquele muro não fosse exatamente igual” e não se estivesse “sempre a falar de seres humanos que estão a perder a sua vida”.
Outro exemplo é a “confusão entre ativismo e vandalismo, porque o ataque à arte é o ataque à palavra, o ataque à expressão e o ataque à liberdade criativa”, apontou o ministro, considerando que tal acontece quando a sociedade recusa a si própria “o tempo do aprofundamento, o tempo do debate, o tempo da complexidade, o tempo que está inerentemente associado à leitura”.