Partilhado por António Castel-Branco, presidente do Conselho de Escolas, com a mensagem:
Partilho, como ajuda, o esquema feito pelo meu amigo Francisco Manuel Féria Oliveira.
Partilhado por António Castel-Branco, presidente do Conselho de Escolas, com a mensagem:
Partilho, como ajuda, o esquema feito pelo meu amigo Francisco Manuel Féria Oliveira.
… a extinguir em 2024.
E não é que depois de tanta conversa sobre os novos 63 qzp, estão todas arrumadas pelos “antigos” 10?
O que o ministro Costa não diz é que quem vincular a qzp este ano, em 2024 é obrigado a concorrer a todo o país e não apenas ao qzp de vinculação.
E acusa outros de “desinformação”, quando ele é o primeiro enganador?
Em vez disso, será realizada “uma grande abertura das vagas dos lugares de quadro de escola, com uma previsão de abertura mínima de 20.000 vagas já em 2024 para fixar os professores em escolas concretas e não em regiões”, garantiu João Costa.
Mas já vi que não são os únicos na hermenêutica da carochinha.
Não é com, mas podia ser pior…
Caramba… custa muito admitir que os professores contratados – a vincular ou não com este modelo – foram lixados com um grande F? Claro que não dói a todos… talvez por isso se arranjem uns floreados semânticos para lubrificar o alheio, se é que me entendem.
Recorda-se que o regime agora promulgado está longe de corresponder às propostas apresentadas pela FENPROF, visando garantir estabilidade ao corpo docente das escolas e eliminar a precariedade, mas, ainda assim, bem diferente do projeto inicial apresentado pelo ME, o que só foi possível por força da luta dos professores.
Texto divulgado inicialmente num grupo de professores, mas que o autor me enviou para publicação.
Se acha que não, repare:
– eu e a minha mulher mudámo-nos do Porto para a Batalha (Leiria) há 15 anos para trabalhar (lecionar);
– ao fim deste tempo e de centenas de milhares de kms, e graças ao que é proposto agora, ambos estamos em condições de vincular (vinculação dinâmica);
– este ano ela vincula no QZP que abrange a Batalha (muito perto) e eu no que abrange Santarém (longe);
– no próximo ano seremos obrigados a concorrer ao país todo: ela vincula em Lisboa e eu no Alentejo;
– no ano seguinte ela poderá pedir mobilidade para zonas à volta de Lisboa e eu para a zona do Alentejo;
Questões:
– Quem paga o divórcio?
– Quem fica com cada uma das duas filhas menores?
– Quem paga as 3 casas?
Não foi fácil, mas descobri uma solução: os espaços comuns de união familiar:
– o M.E. arranja aí uns espaços (hotéis, quintas, prédios devolutos ou espaços de criação de gado), onde as famílias dos professores, em alguns fins de semana, podem ver-se e ter alguns momentos de convívio.
Podemos, entre outros, corrigir testes em família, preparar aulas ao jantar, convocar reuniões e fazer atas em grupo, justificar faltas enquanto jogamos monopólio, enfim, seria uma alegria sem limites.
Assim, pode-se trabalhar e ter uma família também . Que dizem Costas?
Marco Pedrosa
Como é sabido, sou um pitecantropo em termos pedagógicos e de sensibilidade metodológica. Ser neandertal seria um progresso. Por isso, ainda corrijo e classifico testes a vermelho, na maioria das situações, marco certos e errados para horror das pessoas que já evoluíram para a Educação do século XXI. E ainda tenho de fazer algumas coisas em suporte papel e nem me perguntem porque não é tudo digital, que ainda me dá um fanico.
Por isso, preciso de esferográficas vermelhas (as minhas 5 turmas têm 24+23+24+28+27 alunos, salvo erro, com a de 28 a valer por duas por causa da Cidadania nesta primeira metade do ano). Mesmo descontando os abandonos informais recorrentes fico com 115-120 questões de aula/fichas formativas ou fichas sumativas/testes por avaliar, corrigir, classificar, monitorizar, fidebécar, whatever. Isso não vai lá com compras a retalho, implica aquisições por grosso.
Só que não sei se repararam mas as esferográficas vermelhas e a sinalização a vermelho nos materiais produzidos pelos alunos estão sob fogo pesado do politicamente correcto, mesmo quando parte da malta das bandeiras vermelhas. Que não… que o vermelho anatemiza, cria traumas, sinaliza de forma discriminatória o desempenho dos alunos. O que me espanta porque eu marco os certos com a mesma cor dos errados, mas deixemos de parte mais essa incongruência. Concentremo-nos no facto de, por estes dias, ser impossível encontrar um pack ou caixa apenas de esferográficas vermelhas, como antes se encontravam, a par dos packs ou caixas de esferográficas pretas ou azuis. E quando são packs com várias cores, há uma vermelha por cada meia dúzia de azuis, punhados de pretas e uma ou duas verdes. Até nas famosas “lojas do chinês” não se consegue encontrar, como ainda há poucos anos, uma caixinha com dez canetitas da cor da revolução, do benfica e da ferrari.
Hoje, em quase desespero, perguntei à funcionária de uma loja Staples se tinha e ela disse que não. E eu perguntei porquê e ela disse que já não faziam ou pelo menos não aparecem na loja, a menos que sejam umas da bic (empresa fascista, já se vê!) que são carotas; e eu perguntei porquê e ela encolheu os ombros, o que é natural numa rapariga com cara de ter sido minha aluna há muitas luas e não se preocupar com os porquês deste mundo, limitando-se a viver de modo a manter o emprego precário e divertir-se um pouco ao fim de semana, quando tem folga.
Eu percebo e já ouvi mais de uma vez colegas a dizerem coisas más de escrevermos a vermelho nas fichas dos alunos. E elas escrevem com outras cores como o verde, o que, mesmo sendo do Sporting, eu estranho mas até poderia considerar se me dessem uma explicação racional. O que não é o caso. Porque a mesma malta que defende que as notas e classificações resultam de “fabricações” artificiais, acham que as cores trazem consigo, de forma intrínseca, qualidades de tipo moral. Vermelho é mau. Verde é bom. Porquê, fora do futebol? Tudo é uma convenção, uma “fabricação”, mas vós só olhais para um dos lados, logo o do olho vesgo?
Ai… que não podemos traumatizar as crianças. Depende. A minha aluna que teve 99% levou para casa uma folha cheia de obesos certos e parecia feliz. Já quem não fez quase nada, nem errados levou, que eu só tranquei as linhas das não respostas. Não me pareceram nada traumatizados, antes indiferentes.
E quem diz que não devemos traumatizar as crianças? Em regra – tirando aqueles eduqueses alaranjados azuis celestes muito católicos e caridosos, almas em busca de fantasias e asas a planar sobre os prados – são os herdeiros das revoluções bem vermelhas e que agora podem ter rosado, ficado mais lilases ou arco–íris, mas que não conseguem perder a nostalgia da cor da revolução, da cor do progresso, mais ou menos sangue derramado. Que podem agora debitar haikus por todos os poros, que bem sabemos que outrora não lhes afligia qualquer vermelho, incluindo o do tal sangue derramado.
O curioso é que a mim não aflige nada que os alunos escrevam nos cadernos com as cores que bem entendem. Mas muita desta malta a quem o vermelho fere a sensibilidade, obriga a petizada a escrever os seus apontamentos e sumários nas cores mais tristonhas da paleta, porque o azul das canetas só é alegre se for azul bebé ou azul cueca de bebé e esse não é permitido. O que é – penso eu – idiota, porque a flexibilidade quando nasce é para todas as cores e todas as circunstâncias, não apenas para coisas parvas.
Resumindo, tive de comprar um pack de dez esferográficas para ter uma vermelha, uma meio rosada (sempre que a olho lembro-me dos costas) e outra fúchsia ou talvez antes violeta (que me faz logo lembrar a malta do bloco dos pedabobos). aquilo só vai dar para duas turmas… e lá terei de ir comprar à unidade ou então tenho de usar a verde, a lilás, a amarela e laranja, mas depois ainda dizem que sou de direita e agora não me apetece, porque amanhã é feriado e acabei de dar gomas em forma de abóbora a umas crianças que me bateram à porta e as abóboras são alaranjadas.
E a modos que é assim.
(…)
A medida que o ministro encontrou foi a de permitir a contratação e vinculação directa de docentes pel@s diector@s de escolas e agrupamentos, recusando as críticas a tal modelo “localizado” de recrutamento de “proximidade” por ser permeável a “padrões irregulares” ou “distorções” (para recuperar termos usados em outras circunstâncias), pois ele considera considera – lá estamos de novo – que “todos somos honestos”, só que neste caso nem sequer coloca a possibilidade de criar “instrumentos de vigilância” para prevenir seja o que for.
Ou seja, a “honestidade” é enunciada em duas situações, mas com conotações diferentes. Em relação aos professores vem com o “mas” acoplado, mas em relação aos directores surge sem quaisquer reservas. Porque o ministro considera que todos são honestos, claro, mas uns serão mais honestos do que outros. E ele sabe bem quem deve incluir e a quem dar “autonomia”.
Da conversa de há pouco, na qual só pareceram estar presentes pessoas ligadas à Educação, com a simpática ausência do especialista em outras coisas, que se escusou de aparecer às últimas. Espero que (não) fosse porque eu não sou tão fofinho quanto outr@s colegas de painéis televisivos.
Como alguém já multiplamente vetado em debates, nunca faria o mesmo, pelo que lamento não ter podido saber o que alguém que agora se posiciona à esquerda do PS teria a dizer sobre esta modalidade de “liberdade de escolha” que agora anda por aí a fazer delirar @s director@s. Agora parece que já são todos “liberais”, quando se trata de escolher professores, alunos é que dizem que não, que não seria inclusão.
Adianto apenas que, na parte final da conversa tive de dizer que nem percebo porque se anda a levar a sério aquela proposta da SEDES (shortlist com 5 nomes para as escolas escolherem quem contratar ou vincular) depois do que sabemos da BCE ou, em outro ambiente, da CRESAP. Isto para não falar da admissão da presença de elementos das autarquias nos júris de selecção dos candidatos.