Dia de nova marcha de irredutíveis até Lisboa, para uma resposta social ou política à questão dos serviços mínimos que apenas vieram demonstrar que aquilo das aprendizagens nunca esteve em causa, mas sim a escola como depósito e refeitório de crianças e jovens, reduzindo-a a uma organização assistencial. A sociedade está neste estado? Infelizmente, sim, mesmo governada teoricamente à esquerda há mais de 7 anos. Nenhum grande grupo empresarial, nacional ou estrangeiro se queixa das coisas. A Vodafone, por exemplo, já me fez saber que para manter esta banda larga vou ter de pagar um aumento indexado à taxa de inflacção que não indexou qualquer aumento salarial. Sendo que o índice de preços aumento brutalmente devido aos combustíveis e alimentos e não me parece que a fibra óptica ou o cabo se alimentem de leite, óleo, arroz, batatas ou bifanas. Ou que a Vodafone vá aumentar os seus trabalhadores de acordo com esse indexante.
Os manifestantes (ou marchantes) e os seus representantes já sabem que terão à sua espera em Belém uma das autoras mais populares nas escolas portuguesas, o que me parece bem, embora inócuo. Sinceramente, acho que ninguém em perfeito domínio das suas faculdades intelectuais acharia que o PR lá estaria à sua espera. Só que anda a desfocar demasiado e isso começa a preocupar-me. Porque se anda a misturar tudo e a ter grande dificuldade em estruturar prioridades.
Entretanto, por entre grandiosas marchas, fica por explicar com clareza que as propostas do ME ou são apenas a transposição para os docentes do que se passa no resto da administração pública em termos de vinculação, artifícios estatísticos com as quotas ou a falácia que é a redução da área dos quadros de zona pedagógica, algo que não se aplica aos contratados deslocados, mas apenas aos professores colocados em qzp. Ou aos professores de carreira, se avançarem outras propostas paralelas. Para além disso, podem desenhar os limites que quiserem que as vagas não mudam de local, nem a residência dos professores que poderão a elas concorrer.
Já agora, com tantas greves em decurso, o que impede que alguém – tirando o pessoal não docente – diga que não está a aderir à do S.TO.P., mas à do SNPL ou do SIPE?
Vou tentar explicar um pouco isso, se tiver oportunidade, depois do meio dia, na CNN Portugal, desta vez em estúdio porque, por acaso, até vou a Lisboa.
Como sempre, aceito e publicarei imagens do dia, mas lá mais para o crepúsculo, que o dia tem muitos compromissos.