Pensando Bem, Todos Têm Escola

E pensando ainda melhor, se calhar são mais os que não têm aulas por faltarem do que por faltarem os professores, certo?

Tudo depende da perspectiva… e já que é para aldrabar a opinião pública, que seja à fartazana. O galamba, se formos a olhar com alguma atenção a forma de retorcer os factos, é apenas mais destrambelhado. A essência difere pouco.

Questionado pelo PSD sobre a falta de professores, João Costa adiantou que existem agora cerca de 1200 alunos que estão sem aulas a pelo menos uma disciplina. “Se olharmos, ao dia de hoje, e descontarmos o tempo normal dos procedimentos de contratação — a reserva de recrutamento e contratação de escola têm um tempo normal desde a indicação da necessidade até à contratação de cerca de três semanas —, temos cerca de 1200 alunos sem aulas”, afirmou João Costa.

Ou seja, o valor apresentado pelo ministro não contempla os casos em que os processos de substituição dos professores em falta estão já em curso, embora estes não estejam ainda nas escolas a dar aulas.

Jornalismo De Alto Gabarito

Na peça sobre os protestos de professores junto a Albarquel, a SIC(N) decidiu atribuir a responsabilidade ao S.TO.P. sem que se perceba bem porquê (ou talvez se perceba…), pois nem o grafismo das faixas o indicava, nem as pessoas que lá estavam estão associadas aos corpos dirigentes desse sindicato. Se me é permitida a inconfidência – e não é para me colocar em biquinhos de pés, mas apenas por uma questão factual – estive na reunião em que o protesto se começou a preparar (em moldes muito diferentes daqueles em que acabou por acontecer por condicionalismos vários) e posso desmentir em primeira mão, olhar e audição, que a iniciativa tenha tido uma responsabilidade organizacional de tipo sindical. Por que razão a SIC(N) decidiu afirmar uma falsidade daquele tipo só o Polígrafo poderá explicar. Ou não.

Já agora, não sei se estavam mais adeptos do Benfica, Comercio e Indústria, Sporting ou Vitória de Setúbal

E ainda se queixam das fake news das redes sociais.

No dia da manifestação na ponte do Pragal, a repórter da RTP tresleu por completo os discursos no Cristo Rei. Não venham com a desculpa que são estagiárias. Ou que nas redacções quase já só há malta a ganhar 1000 euros.

As coisas começam a cheirar muito a mofo.

Agradeço à Filomena Rebelo, o envio do grafismo abaixo. Que não é da responsabilidade do S.TO.P., ok?

Adenda… está explicada a possível razão do “equívoco”… falta de sentido de humor…

5ª Feira

Quando há um par de dias fiz a minha algo críptica “previsão informada” já tinha consciência de que para estes dias estava em movimento uma investida mediática do desgoverno e daqueles que no ME se prestam a um serviço muito pouco “ético” de intoxicação da opinião pública com meias verdades ou puras e simples mentiras. Já se sabia que o parecer da PGR chegara na semana anterior e que apenas se discutia como o “dourar” e quando o divulgar. Como conseguir que a comunicação social engolisse com maior ou menos vontade uma narrativa que distorcia as conclusões do dito parecer. O que aconteceu com uma facilidade imensa, num processo de “porfirização” quase completo de quem deveria fornecer informação e não ampliar comunicados dos gabinetes de apoio aos ministros. De manhã, já se começara com inexistentes “cedências” aos sindicatos/professores e à tarde avançou-se com a “ilegalidade” da greve do S.TO.P. que não está, de todo, no que a PGR produziu.

Foram horas de títulos online, oráculos televisivos e aberturas de telejornais. A campanha continua hoje – só verifiquei o início da notícia – com a denúncia das mais do que conhecidas ligações de André Pestana e colegas de direcção ao MAS (“extrema-esquerda”), não sabendo eu se são tão complicadas as ligações da maior parte dos dirigentes nacionais sindicatos da Fenprof aos partidos da ex-geringonça ou dos da FNE ao Bloco Central. E foi isso que disse ao jornalista que me ligou, explicando-lhe que me interessa que os interesses dos professores sejam defendidos, não me incomodando se este é daqui ou dali, se o fizer com honestidade e sem tentar retirar dividendos políticos ou pessoais do movimento de contestação criado. Há quem possa testemunhar que por mais de uma vez lancei exactamente estes avisos para perto de quem interessa; que, se querem a”revolução social”, ficarão a fazer o caminho apenas com os do costume. Mas, nessa conversa, confirmei que parte da informação tinha partido de dentro do próprio S.TO.P. para embaraçar alguns dos seus dirigentes, assim como durante a manifestação de dia 11 já tinha sido possível colher aqui e ali, pedacinhos de informação que mais tarde serviram para “unir os pontos”.

Uma nova campanha destinada a tentar descredibilizar a luta dos professores, com ataques individuais à credibilidade (?) deste ou daquela, quando o desgoverno se desmorona perante os nossos olhos (agora andam às cabeçadas, como seria de esperar, por causa dos cargos da regionalização encoberta) em casos de sucessiva falta de sentido de serviço público ou de mera honestidade. Uma falta de honestidade extensiva àquelas pessoas que se deixaram televisionar no ME a distribuir “taganhadas” e beijinhos às delegações sindicais, sabendo o que tinham preparado para ser servido do início ao fim desta dupla ronda negocial, beneficiando da preguiça de uns e da falta de brio profissional de outros que – não me digam que foi por ingenuidade – tomaram por bom que um resumo de alguns parágrafos retratasse um parecer com quase 90. Algo que colocou à defesa mesmo algumas pessoas mais informadas, que começaram com paninhos quentes, até que, só já perto das 23.00 alguém com credibilidade técnica na área jurídica como Rogério Alves (ai jesus, que fossem acreditar só na palavra de quem leu o parecer sem ter diploma em leis ou peneiras acerca de as ter cheirado uns meses) deixou tudo claro na CNN. O que não impediu que a RTP3 levasse a noite toda em roda livre e pela manhã ainda existissem derrapagens em noticiários (como o da TSF), apresentando as coisas como se fossem duas interpretações da mesma coisa e não o confronto entre o que diz e desmente efectivamente o parecer e a sua mastigação ministerial.

O JN, claro, continua como se nada tivesse sido demonstrado e lá tem um título no topo da página com uma falsidade em forma de informação, sendo inútil pedir-lhes um pouco de decoro na matéria, pois não é assim que se trata da vidinha

Ontem, a generalidade da nossa comunicação social mainstream “porfirizou-se”, difundiu objectivamente uma “notícia” falsa e não me venham agora bater a dizer que estou a ser injusto ou ressentido. Nada disso, pois ainda sou dos poucos que tem tido cinco minutos de exposição aos microfones e câmaras para dizer (mesmo que ritmo acelerado e não sei até quando) aquilo em que acredito e que tento fundamentar em factos, aqueles que o parecer da PGR afirma claramente inexistirem para afirmarem aquilo que o ME queria que afirmasse. Quanto a muita opinião mediatizada para, a “baldaização” é antiga e vem de 2008 ou mesmo antes.

O Último Truque

Circula de forma apócrifa, a “ameaça” de que quem fizer greve na 2ª feira, terá direito a 3 dias de perda de salário. Para além de ser perfeitamente disparatado, em especial se a pessoa deu aulas no último dia lectivo da semana passada, era capaz de terminar muito mal para quem mandasse marcar tal falta. Embora eu também saiba de escolas onde se mandou uma única funcionária ir controlar vários blocos e marcar falta se não visse lá professores, existissem alunos ou não para dar aulas.

Mas há gente mais papista que o Papa Costa, o segundo dos que estão em exercício, pelo que já pouco me espanta, em especial se pedirem parecer àquele antigo chefe de gabinete do engenheiro dominical. Embora aposte em manobra de desinformação, para tentarem dizer que, afinal, na 2ª feira, tudo estará pacificado.

E Por Falar Em Informação Falsa

Vou publicar como me foi enviado, porque não estou com o tempo e a energia necessários para, por agora, editar e acrescentar seja o que for.

“Mais de 30% estão nos três escalões mais cimeiros da carreira e só 1% está no primeiro — há sete anos era 7%, acrescenta.”

1% está no primeiro escalão: devem ser os colegas que entraram este ano para o quadro, pela “Norma Travão*

*3287 vagas (28 vagas são no âmbito do concurso externo para o ensino artístico especializado da Música e da Dança), 2730 vagas decorrem da aplicação obrigatória da lei, nomeadamente da norma-travão e 529 vagas nos quadros de zonas pedagógica e grupos de recrutamento mais deficitários.

Esquecimento do ME:

Existem mais de 25.000 professores contratados, todos os anos (+ de 20%  da totalidade dos professores), que estão sempre no primeiro escalão (muito com horários incompletos)! Estes professores não fazem parte da estatística do ME…

Já agora, os dados oficiais da DGEEC (p. 74).

Domingo

Sempre que o ministro Costa usa publicamente o argumento de vir de uma família de professores como justificação para não lhes querer mal, luto esforçadamente contra os meus instintos de responder-lhe à letra. porque é ele que usa o o “trunfo” família para se tentar desresponsabilizar ou ilibar de quase tudo. Eu não tenho qualquer linhagem de professores, pois os meus pais tinham a 4ª classe, ele era operário e ela doméstica, mas ensinaram-me a respeitar as minhas professoras e os meus professores, incluindo aquela na Primária que me usou para se vingar do meu pai por razões políticas. Estávamos mesmo no início dos anos 70 e isso acontecia quando era conhecida alguma inconveniente filiação partidária, mesmo que clandestina. E acho que, mesmo sem família de professores ou sequer ter pensado ir para professor, sempre os respeitei, tirando uma ocasional colaboração em brincadeiras de mau gosto na Secundária da Moita na segunda metade dos anos 70, onde isso fazia parte do currículo padrão.

Ora bem, não é por se ser familiar de professores que se tem sobre eles a melhor das ideias e, pior, práticas que os respeitem. Por acaso, algumas das pessoas que mais desrespeitam e abusam do seu poder sobre @s professor@s, são outr@s professor@s. Basta dar-lhes um cheirinho de poder e a tentação é enorme. E seria bom que o ministro João explicasse onde o aluno João andou, por exemplo, no 3º ciclo, quando começa a falar da família nestas discussões acerca da sua acção política. Ele que explique porque lhe parece agradar tanto a questão do poder unipessoal nas escolas, a seguir a exibir o seu pedigree. Eu sou rafeiro, mero zeco nisto tudo. Mas isso não me parece ser para aqui chamado, quando se trata de esgrimir argumentos sobre políticas educativas. Muito menos para admitir que outro alguém se arme em superior a críticas só porque…. ok, vou continuar a resistir aos meus menos nobres instintos.

(c) Paulo Salvador Lopes

5ª Feira, Dia da Independência

Não sou nada iberista, por isso este é um feriado que estimo com algum carinho. Mais ainda quando temos uma situação política, com destaque para a Educação, em que se tem a sensação de se ser governado por alguém seduzido por teorias externas, de gestão do pessoal docente numa lógica neoliberal de desregulação.

Mais grave, embora eu achasse isso desde há muito, temos a conduzir o ministério, não um nulo, testa de ferro, mas quem antes manobrava na sombra e, quando trazido para a luz, revela toda a sua forma dúplice de apresentar as coisas em privado e em público. E maior e a duplicidade quando se faz a verificação do que não é dito, dos termos usados, do que é negado, deixando outras coisas por negar. Já parece – finalmente – consensual que o ministro Costa é um negociador “nato”, no sentido em que as suas palavras devem ser medidas ao centímetro, se possível gravadas, para que não nos deixemos enganar pelo ar, ora de gozão, ora de calimero. Aparecer agora a dizer que há coisas “objectivamente falsas” a circular entre os professores é apenas uma forma habilidosa de dizer que tem andado com meias palavras, propostas pela metade, a atirar barro à parede a ver se cola e, não colando, dizer que não atirou pratos de porcelana.

Finalmente, há estruturas sindicais que começaram a perceber que não dá para servirem de correia de transmissão de “conversas enroladas”. Já estamos demasiado queimados e para sonso, sonso e meio. Por isso, é interessante ler o que é publicado no site do SPRC sobre as negociações desenvolvidas desde Setembro e as “desconformidades” entre as posições do ministro Costa. Que se diz “agastado”.

Transcrevo em seguida, de forma bastante extensa, o que é declarado oficialmente pelo secretariado nacional da Fenprof, para que depois não digam que colaboro na difusão de “falsidades”, sobre as declarações do ministro na reunião de 3ª feira. Os destaques são da publicação original.

Afirmou não ser sua intenção passar para as câmaras municipais a contratação de docentes (o que nunca foi dito pela FENPROF), mas, questionado, não confirmou que seria mantido o modelo de concurso nacional tendo a graduação profissional como critério. Sobre se seriam os diretores a contratar os docentes, o ministro não respondeu, recordando-se que no primeiro PowerPoint apresentado pelo ME consta a possibilidade de os docentes de uma escola ou agrupamento serem recrutados por perfil de competências;

– É de lembrar que, em 22 de setembro, após a primeira reunião de revisão do regime de concursos, o ministro afirmou à comunicação social: “Em causa está a intenção de dar autonomia aos diretores para que possam selecionar um terço dos seus professores com base no perfil dos docentes e nos projetos educativos no momento da contratação e da vinculação aos quadros da escola”;

– Garantiu nesta reunião, de 29 de novembro, que a vinculação de docentes continuaria a obedecer ao critério da graduação profissional sem, contudo, se compreender como isso se compagina com a autonomia que pretende dar aos diretores no momento da vinculação;

– Acresce que, no primeiro PowerPoint, apresentado em 22 de setembro, o ME refere uma alteração às condições de vinculação, apontando para que a mesma se concretize, preferencialmente, nas escolas em que os docentes estiveram contratados em anos consecutivos e não por graduação profissional;

– Ainda que possa, agora, alterar a intenção inicial, o que se saudaria, o ministro não alterou a posição que em 8 de novembro defendeu de que a “alocação/afetação” dos docentes dos novos QZP/Mapas de docentes interconcelhios seria da responsabilidade de um conselho local de diretores e não decorrente de graduação profissional;

Não desmentiu que, contrariamente ao que acontece quando um docente fica em situação de “horário-zero” e com DACL – destacamento por ausência de componente letiva (atualmente, o lugar só se extingue quando o docente dele sair) –, na sua proposta o lugar extingue-se ao fim de 3 anos, ficando sem se saber o que acontecerá ao docente que era seu titular (nesses 3 anos a sua “alocação” a posto de trabalho compete ao conselho local de diretores);

– Outra questão que o ministro não conseguiu explicar na reunião de 29 de novembro foi se continuaremos a ter docentes titulares de lugares, uma vez que é intenção do ME substituir os quadros por mapas de pessoal, violando o que dispõe o ECD. Os quadros são compostos por lugares a preencher por concurso e os mapas de pessoal são compostos por postos de trabalho a preencher por procedimentos concursais: ver conceito de mapa de pessoal – DGAEP.

Já agora, um documento que andou por aí a circular sobre as propostas do ME e que não publiquei por não saber a autoria inicial, não é “falso”, pois quem o escreveu já me contactou e assumiu a autoria, apenas dizendo que a intenção original não era a sua circulação alargada. Mas não é apócrifo, não é falso, decorrendo do que foi falado em reuniões (e não propriamente plenários) de estruturas sindicais.

Como escrevi ontem, há quem tenha de decidir de que lado está… não chega dizer que “também sou professor”. Há por aí muita gente que o é, mas faz tudo para se defender e lixar os pares. Já chegou o tempo em que alguém, a partir de determinado momento em que foi “seduzido” por cantos de tritão de calções, vinha para a blogosfera apresentar a versão do ME como boa, acusando os outros de “mentirosos”, mesmo quando se lhes apresentava as provas do que se escrevia e afirmava.

O Frete, Mais Em Detalhe

Recorte da notícia de hoje, onde se percebe a “sinergia” entre o jornal e o ministro na manipulação das contas. Até se dá a entender que os encargos com a CGA são todos pagos pelo Estado a si mesmo e que não existem descontos para esse efeito, exactamente a abater aos valores apresentados como auferidos pelos professores. É tudo “despesa”. O jornalista sabe mais do que isto, pois em tempos até escreveu umas cenas sobre os políticos que enriquecem. Mas deve ter percebido que esse caminho não era o melhor. E nada como relacionar tudo com a greve de 4ª feira. Este deve ser daqueles que o ministro não se incomoda que o entrevistem.

Colorir A Realidade Com Números

O ministro Costa fez uma fortíssima investida mediática durante a semana, atirando números em todas as direcções, no sentido de intimidar quem ouse enfrentá-lo, nem que seja numa entrevista, de que se afastou quem o possa incomodar com alguma coisa menos previsível. Claro que no Parlamento, a torrente de estatísticas encontra pela frente um pessoal político medíocre em matéria de Educação, incapaz de desmontar um discurso feito de truques e malabarismos.

Vejamos um dos anúncios mais tonitruantes da semana: “o Ministério da Educação já colocou “mais de 26.000 professores em substituições”, mediante as dificuldades apresentadas pelas escolas desde o início do ano letivo.

Parece tarefa homérica, hercúlea, heróica, para nos ficarmos pela letra H,

Mas foram mesmo colocados 26.000 professores em substituições?

Embora não tenha um gabinete ou equipa para passar a pente fino as reservas de recrutamento e muito menos as ofertas de escola, basta olhar para aa realidade “desafiante” para perceber que aquele número contempla:

  • Colocações da mesma pessoa em horários incompletos diferentes, por exemplo, pela necessidade de os acumular para conseguir ter um salário por completo.
  • Colocações que foram recusadas e as vagas voltaram a ir a concurso, uma e outra vez.
  • Colocações dos mesmos docentes em diferentes horários, porque um deles era mesmo daqueles temporários de 30 dias e ao fim desse tempo já estava de novo na roda das substituições.

Ou seja, o ministro Costa considera o número total de “colocações” com se fosse de pessoas, tenham ou não as colocações sido aceites, sejam de apenas um mês ou mais prolongadas, sejam ou não da mesma pessoa em horários diferentes.

Espremendo, o número é muito menor e basta comprar com declarações anteriores do próprio ME, que referia em finais de Setembro que todas as semanas estão a chegar cerca de mil pedidos para substituir baixas médicas, precisou o governante”. O que dá cerca de 4000 por mês, pois temos dois meses de aulas. Mesmo arredondando os números para 10 semanas, teríamos 10.000 substituições”. Mesmo que acrescentemos umas centenas por mês por aposentações ou outras razões, o número real de substituições dificilmente terá chegado às 12.000 e isto sou eu a jogar às adivinhações, porque não sou investigador autorizado pelo ministro Costa a aceder aos dados oficiais do ministério. O que significa menos de metade do que ele anuncia, jogando com as palavras e os números.

Qual a sorte dele? Gente desmemoriada, mal informada, facilmente intimidável ou, no limite, meramente vetada a colocar-lhe questões. E não há nada mais triste do que ver um governante a manipular a informação e, ainda por cima, com medo que o desmascarem em directo e a cores.

O resultado: fake news com chancela oficial para mistificar a opinião pública e aquela publicada que engole tudo o que ajuda a provas os seus preconceitos.