O Centrão Dos Negócios Na Educação

Não me esqueço que Ana Benavente teve um papel importante na relativização da indisciplina e na tendência para o sucesso a qualquer preço. Mas a entrevista de hoje no Público tem pedaços muito instrutivos.

Detestou ser deputada?
Detestei. Não imaginava assim a Assembleia da República. Imaginava-a com outro modo de funcionamento. É muito difícil concretizar projectos e fazer trabalho que saia da rotina. Detestei “os camaradas”. Bem, eu não detesto ninguém e dou-me bem com toda a gente. Estou a fazer uma crítica… Durante as campanhas eleitorais, quando eu entrava numa sala, eles calavam-se, estavam sempre a tratar de negócios em que eu não entrava. Eu era sempre a número 2, era a “quota”. Comecei por ser em Santarém, o meu distrito, e depois fui em Viseu duas vezes. Fiz três campanhas eleitorais.

Quando fala de negócios fala de quê?
Ali na Assembleia da República os meus camaradas formaram, com o PSD, uma associação em defesa do ensino privado… e eu nem dei por nada. Detestei o Parlamento.

3ª Feira

Ia deixando passar em claro a publicação, pela primeira vez, de um Anuário da Educação pela Moneris. O que tem de particularmente interessante? A forma como demonstra que a Educação se foi tornando um negócio crescentemente atractivo, em especial à medida que a Escola Pública foi capturada por uma ideologia de nivelar pela mediocridade envernizada. Perante isso, quem pode e não tem dramas em relação a essa opção, vai-se embora e o Anuário é, basicamente um documento de promoção de colégios privados para as classes alta e média alta.

Por outro lado, este é um documento que demonstra a imensa hipocrisia dos representantes do ensino privado que, não fornecendo as informações que são exigidas ao ensino público, exibem resultados sem a devida contextualização. E ainda clamam por apoios extra, quando se gabam do “aumento da rendibilidade” do seu sector de actividade.

Nas últimas décadas, o ensino privado tem crescido em Portugal de forma muito expressiva, tendo atraído um considerável interesse por parte de investidores estratégicos e de sociedades financeiras, designadamente das sociedades de capital de risco.

À medida que se acentua o hiato entre a qualidade de ensino proporcionado pelas instituições de ensino particular e cooperativo e a generalidade do ensino público, com uma oferta curricular e extracurricular diversificada, acompanhada de um crescimento do nível de vida da população e de um país cada vez mais internacionalizado, que recebe trabalhadores de todas as partes do mundo que procuram oferta de ensino internacional, parece claro que esta será uma tendência crescente e que o investimento no setor da educação será também ele fortemente ativado, quer pelo setor privado, quer pelo setor público, que terá de acompanhar esta melhoria da proposta educativa e pedagógica.

O crescimento projetado para o setor, a par do aumento da rendibilidade que este proporciona, está no entanto já a ser considerado nas avaliações feitas pelos potenciais vendedores e nos preços pagos pelos investidores que pretendem entrar no mercado.

Gazeta Municipal

Ex-secretário de Estado e presidente da Câmara de Arouca acusados de prevaricação

Escutas confirmam suspeitas de tráfico de influências de presidente da Câmara de Matosinhos

Aguardo a procissão de tod@s aquel@s que garantiram que em Matosinhos tudo é legal e que o que está a acontecer é uma boa e velha “cabala” sem qualquer sentido (na procissão de há uns dias dei com muita gente alaranjada e azul celeste, se é que o Lobo Xavier ainda usa essas cores).

Se Começarem A Desfiar A Coisa A Sério…

Exclusivo: Governo nomeou três técnicas especialistas e uma adjunta sem licenciaturas com ordenados de 3 e 4 mil euros

Tudo dentro da lei, claro.

Cinco empresas de Manuela Couto, esposa do ex-líder da Câmara de Santo Tirso, fizeram com entidades públicas 128 contratos, dos quais 122 por ajuste direto.

(ou seja, o António Sérgio Azenhas quando quer, não produz treta…)

Já Repararam Que Esta Malta Cada Vez Está Mais Perto Do “Centro”?

Que seja inocente até prova em contrário. Mas esta forma de “fazer obra”, ou melhor, de “pagar obra” anda em alta e, sendo pelas vias certas, parece ser meio caminho andado para ser-se recompensado ao mais alto nível.

Casos como este são mais do que muitos pelo país, porque em terra pobre, estes esquemas tornam-se modo de vida e as clientelas fazem lembrar as velhas relações de patrocínio dos tempos romanos ou as feudalidades medievais. Claro que só se lembra de tais afinidades quem tenha tirado um anacrónico curso de História com disciplinas anuais, em vez de ter a História do Mattoso a exibir-se na estante, com as páginas coladas por causa dos anos de imobilidade.

Há quem grite que certas denúncias e indignações são “demagogia” ou “populismo”, mas é mais do que evidente que não vão além do papagueio de chavões, que não entenderam ainda que demagógicas e populistas são certas políticas locais baseadas na hidratação mútua das mãos de quem interessa.

Secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro foi acusado no âmbito de um inquérito resultante de uma denúncia anónima aberto em 2019.

Há Outras, Mas A Oeiras Connection É Poderosa Na Grande Lisboa

E não me digam que quem anda ou andou por lá, não sabe de nada e é um puro a escapar pelos intervalos do granizo. E a mim incomoda que seja por estas bandas que o PSD arranja (ou tenta arranjar) pessoal político para a área da Educação. E não só de agora. Depois, há quem se ofenda quando eu duvido de quem garante a total e completa inocência do santo Isaltino. Deve ser mesmo o rio de uma coincidência de coincidências.

Quando para se subir na vida precisa de ir buscar a benção e o apadrinhamento a este tipo de ambientes, lamento, mas algo anda muito mal.

Câmara de Oeiras, presidida por Isaltino Morais, e escritório de Rodrigo Gonçalves, membro da comissão política nacional do PSD e consultor do grupo SIL, dono do projecto Porto Cruz, alvos de buscas.

(c) Henrique Monteiro

Oeiras, Odivelas, Mafra

Só esta semana, juntando-se a Montalegre. Juntando ao resto, penso que até o presidente Marcelo considerará que começam a ser números elevados. Afinal, só temos uns 300 concelhos e pelo menos dois destes são dos graúdos. E até temos uma ex-secretária de Estado da Educação e tudo. Mas… tudo bem… devemos confiar e deixá-los ainda a gerir a Educação e a Saúde.

Não há juntas médicas para isto? Tipo tratamento da cleptomania autárquica?