Jornalismo De Alto Gabarito

Na peça sobre os protestos de professores junto a Albarquel, a SIC(N) decidiu atribuir a responsabilidade ao S.TO.P. sem que se perceba bem porquê (ou talvez se perceba…), pois nem o grafismo das faixas o indicava, nem as pessoas que lá estavam estão associadas aos corpos dirigentes desse sindicato. Se me é permitida a inconfidência – e não é para me colocar em biquinhos de pés, mas apenas por uma questão factual – estive na reunião em que o protesto se começou a preparar (em moldes muito diferentes daqueles em que acabou por acontecer por condicionalismos vários) e posso desmentir em primeira mão, olhar e audição, que a iniciativa tenha tido uma responsabilidade organizacional de tipo sindical. Por que razão a SIC(N) decidiu afirmar uma falsidade daquele tipo só o Polígrafo poderá explicar. Ou não.

Já agora, não sei se estavam mais adeptos do Benfica, Comercio e Indústria, Sporting ou Vitória de Setúbal

E ainda se queixam das fake news das redes sociais.

No dia da manifestação na ponte do Pragal, a repórter da RTP tresleu por completo os discursos no Cristo Rei. Não venham com a desculpa que são estagiárias. Ou que nas redacções quase já só há malta a ganhar 1000 euros.

As coisas começam a cheirar muito a mofo.

Agradeço à Filomena Rebelo, o envio do grafismo abaixo. Que não é da responsabilidade do S.TO.P., ok?

Adenda… está explicada a possível razão do “equívoco”… falta de sentido de humor…

Alberto Veronesi Deixa De Escrever Para O Público

A razão que me levou a deixar de escrever para o Público desde o final de 2021 foi menos explícita e não deu origem a declaração formal. Apenas me cansei de “desencontros”.. O caso do Alberto é muito mais peculiar pelo modo como foi acrescentada uma “nota do editor”, que não vejo nos textos de muito boa gente que escreve sobre temas similares e não leva carimbo aposto.

António José Teixeira E Manuel Carvalho Esqueceram-se Que São Jornalistas?

A dada altura pareceram outra coisa. em especial quando Marcelo Rebelo de Sousa pareceu estar a ser demasiado lógico e razoável na apreciação da luta dos professores, decidiram introduzir daquelas questões que qualquer “livro de estilo” consideraria profundamente tendenciosas, pois foram formuladas com respostas incluídas. Ambos podem ter a opinião que bem entenderem como cidadãos acerca do conflito em decurso, mas estavam numa televisão pública a entrevistar o Presidente da República, não numa sessão de esclarecimento do PS com o ministro Costa. São momentos como aqueles minutos que me fazem desacreditar da lisura deontológica de quem se acha com autoridade para dar lições de moral a quem faz greves que lhes desagradam. Não é que sejam perguntas “incómodas”, mas sim perguntas que demonstram a resposta que se pretende ter de volta. Do género “mas não acha que…”.

Não é por acaso que o jornalismo nacional vive dias maus, por muito que esbraceje contra a maldade das redes sociais. O problema é quando nem existe a preocupação da isenção ou da busca da opinião do entrevistado, sem a querer condicionar desde o início, como se notou. Claro que MRSousa lhes explicou que não existe enquadramento legal para avaliar greves diferentes das tradicionais. Claro que o parecer da PGR já explicou que não existe base factual para falar em ilegalidade, mas em particular Manuel Carvalho pareceu mais interessado em arrancar uma declaração de “ilegalidade” da greve dos professores ao PR do que em ouvir a sua análise. Só não foi mais triste porque, infelizmente, não esperava outra coisa. Já António José Teixeira tende muito a adoptar a cor do ambiente que o envolve nestas coisas, pelo que fez parecido, só que em tons mais esbatidos.

Repito uma ideia: será que em relação aos médicos a atitude será semelhante?

E, por favor, não me venham com conversas de ressentimentos com isto ou aquele, porque se deixei por duas vezes de escrever para o Público foi por vontade própria. Porque não gosto de ficar onde e quando me sinto incomodado com certas atitudes.

Quanto Ao Título Encomendado Ao DN De Hoje

Eu não fiz qualquer pergunta ao Medina e se tivesse de a fazer, seria outra, sobre o nepotismo e os oleodutos financeiros da CML. E a essa eu sei que ele não responderia. Por isso, dispenso recados, muito menos de quem é ministro das Finanças como recompensa por ter perdido umas eleições… para o Moedas do altar.

Isto É Notícia Porque…?

Portanto… uns não sabiam e outros sabiam, uns estudaram e outros não, a uns correu bem, a outros não e a outros nem por isso. Lá por isso, eu poderia ter escrito isto em qualquer dia, de qualquer semana, de qualquer mês, em que se tivesse realizado um qualquer exame.

Decorreu esta manhã o exame nacional de Biologia e Geologia que “não correu bem, mas também não correu propriamente mal”.

Isto é o chamar “encher chouriços” ou, parafraseando uma outra expressão, é uma “salsicha jornalística”. Se não há nada para dizer/escrever, nada como descrever o óbvio, nas suas diversas facetas.

Quem Já Se Enganou Pode Atirar Uma Pedra?

Logo na primeira página? É que o assunto nem sequer era de escassa delicadeza. Algo que no pedido de desculpas não é devidamente especificado. Em outras paragens, isto dava direito a um processo de milhões. Por cá, ainda se descobre que a culpa foi do computador. Ou de algum estagiário, pago à hora, se tiver sorte.

Por erro, versão da capa impressa faz referência à Universidade Nova de Lisboa (UNL), quando na verdade se trata da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (UL). À Universidade Nova, e aos leitores, as desculpas do DN pelo erro.