Nos últimos cinco anos, os donos da verdade em Educação 8des)governaram a seu belo prazer, produziram perfis e referenciais, alongaram-se em monólogos de vaqueir@s, confiantes de que tinham o alfa e o ómega das soluções boas e certas, metodologicamente superiores e moralmente muito superiores a todos os que ousassem discordar de uma concepção mal pensada , mas fortemente ideologizada, do que seria a “Educação do século XXI”. Os mais prudentes desse nicho que se formou em torno do SE costa têm estado a voar baixinho e a tentar passar despercebidos, tamanha foi a demonstração dos seus equívocos e preconceitos, nascidos de leituras passadas que se queriam passar por “inovação”.
Mas parece que agora já acham que se deve passar a “dialogar e a alinhar estratégias convergentes na ação”, como escreve um dos elementos desse grupo, o director Fernando Elias, que ainda há pouco mais de um ano eu ouvi no Fórum Educação e Mudança a anunciar amanhãs que não cantaram a cantiga anunciada.
Se concordo que o tempo para repensar alguns aspectos da Educação já foi anteontem, também acho que muita gente esteve mesmo à espera até ao último momento possível, na expectativa de escapar ao exame da História e agora anda em busca de uma tábua de salvação que consiga minimizar o seu fracasso.
O problema é quando deparamos com aqueles parágrafos que nos comprovam que não aprenderam nada e apenas andam a tentar recauchutar a velha “gramática” da treta, vazia de conteúdo novo e pletórica dos mesmos chavões de sempre, escasseando acção coerente que não venha envolta em “planos”, “monitorizações” e na 73ª “mudança de paradigma”. Então a conversa da “maior colegialidade” por parte de quem quer o poder centralizado em si e só quer trabalho cooperativo para baixo, para quem obedecerá a ordens de forma colaborativa, é de uma hipocrisia tremenda.
2. Uma outra gramática escolar, a mudança de paradigma, o reforço de redes de apoio, uma maior colegialidade, o trabalho cooperativo e colaborativo, de geometria variável e intensiva, tarde ou cedo, vão eclodir, ganhando escala.
3. No desenvolvimento do exercício de autonomia e flexibilidade curricular, tenderá a aumentar o número de escolas com Planos de Inovação e Planos de Desenvolvimento Pessoal, Social e Comunitário, como respostas à necessidade de se valorizar a ação educativa, tendo em vista o seu efeito mitigador das desigualdades socioeconómicas e a promoção de oportunidades de mobilidade social.