Sendo obviamente impossível afirmar-se que não se diz ou fez, alega-se que a “prova” foi recolhida sem consentimento do próprio.
Quando este tipo de conversas envolve as mais altas figuras do Estado, a culpa é do “populismo”?
Tudo pela saúde pública, certo? Combate à obesidade…
Embora aquele senhor do Santander diga que há muita gente a jantar fora.
Investimento começou a vacilar na reta final de 2022 e inflação suavizou, menos no segmento alimentar, onde já supera os 20%, segundo os novos dados do INE.
Tivemos dois anos lectivos remendados, em que o ME disponibilizou meios de fancaria para um ensino à distância a fingir, que os professores fizeram por transformar em alguma coisa que servisse. E muita gente ficou calada, moderou críticas a quem poupou tostões e ensaiou elogios hipócritas a quem fez o máximo como mínimo.
Antes disso, quando reduziram as aprendizagens ao esquelético essencial e pacientemente demoliram a avaliação externa das aprendizagens, foram muitos os silêncios e as conivências, quando não a cumplicidade declarada no apoio a medidas demagógicas e destinadas a destruir qualquer forma de verificação com alguma credibilidade dos conhecimentos dos alunos (até os exames de 12º ficaram reduzidos a um resquício, em termos de capacidade de nivelamento dos desvarios de alguma avaliação interna, obcecada pelas metas de sucesso). Engoliram as patranhas de futuros comendadores e casais maravilha da flexibilidade curricular. Parece que isso não foi incómodo maior. mesmo se tudo, a começar pela “opinionite” sem fundamento foi denunciado quase desde o seu nascimento.
Quando as escolas foram invadidas por uma avalanche burocrática, destinada a “monitorizar” o trabalho dos professores (e não o dos alunos), acharam bem, porque consideram que é professor@ quem não sabe outra coisa, mas deus @s livre de se apanharem (de novo) numa sala de aula, onde alguns(mas) até fizeram biscates mal amanhados. quando se lhes mostra o descalabro que isso significou, encenam espantos, coreografam quase indignações, mas deitam para trás das costas, mal as podem virar.
Mas agora… ai jazuze, que há greves e as crianças ficam sem umas aulas e vão perder tantas aprendizagens, mesmo sendo muito menos do que aquelas que lhes foram cortadas, ano após ano, ao ser amputado o currículo de “conhecimentos tidos como arcaicos, em troca de perfis modernaços.
Vão-se tratar, quiçá amar-se a vós mesmos, em vez de se fingirem preocupados com as sacrossantas “aprendizagens” dos alunos. O que vos dói é a vossa própria cobardia, o acomodamento, a incapacidade para se rebelarem. E descarrega, de forma mais agressiva ou passiva-agressiva em quem vos faz lembrar que, um dia, poderiam ter sido alguma coisa mais do que comentadeiros da vida alheia.
A ascensão dos charlatães que levaram à erosão da Educação não vos indignou, mas quem se indigna contra isso, e não quer uma escola mínima, já vos tira o soo dos injustos, porque – cruzes, credo, as criancinhas assim ficarão sem futuro.
Não nos gozem!
Vai-se a ver e ainda era alguém que até escreve prosas tonitruantes contras as políticas de municipalização da Educação!
É só cá uma suspeita… porque eu também tenho amigos que… coiso e tal… ouvem umas coisas e etc. Diz que a pessoa dizia que era só por amizade ao tal presidente, como se isso melhorasse as coisas.
A decisão de realizar o Mundial de Futebol foi tomada em 2010. Não acham que é um bocado tarde para se indignarem? É certo que mais vale tarde do que nunca, só que neste caso é mesmo muito tarde e não há tarja ou declaração a uma ou duas semanas do evento que salve a forma epidérmica como certos “activistas” funcionam. Bastanva irem à wikipépia para aprenderem que “O Catar é um emirado absolutista e hereditário comandado pela Casa de Thani desde meados do século XIX. As posições mais importantes no país são ocupadas por membros ou grupos próximos da família al-Thani. Em 1995, o xeque Hamad bin Khalifa Al Thani [o que estava no poder quando a decisão foi tomada] tornou-se emir após depor seu pai, Khalifa bin Hamad al Thani, em um golpe de Estado.”
Parece que agora, quando já é tarde para devolver as “prendas” que terão recebido, até os principais responsáveis fazem penitência pública. Sem um pingo de decência.
Protesto a sério era não terem aceite participar. Bastaria que uma dezena de selecções de topo tomassem essa posição conjunta e aquilo seria um flop. Mas isso implicava não ganhar muito dinheirinho, certo? Não aparecerem lá, em regime vip+ nenhuns governantes na cerimónia de abertura. Mas.. as coisas reais são do tipo… os gajos são ditadores, mas enquanto lá estamos, negócios são negócios. O Khadaffi, se não estivesse em busca das míticas 70 virgens porque teve um azar do camandro, poderia explicar como as coisas se fazem.
Sempre que há uma agressão mais mediática a um@ professor@ aparecem logo umas declarações de imensa solidariedade e de louvor ao papel dos professores por parte de muit@s dos que levam o resto do tempo a enterrar a classe docente, com todos os pretextos a que podem deitar a mão e a má língua.
. Isto inclui não apenas cronistas em busca de cliques, mas em especial o ministro sonso e a sua solidariedade ocasional, no mesmo dia em que volta ao tema das “baixas fraudulentas” em entrevista ao Observador, onde parece ter agora encontrado um curioso nicho solidário para este seu tipo de ataque sistemático e também para a desregulação final dos concursos de professores.
Como não sou assinante, não posso confirmar algumas ideias que tenho sobre a entrevista de que ouvi apenas excertos online, mas aposto singelo contra triplicado em como houve uma evidente e liberal afinidade ideológica acerca desta modalidade de “liberdade de escolha”. E que, depois do escorregão do “professor” Marcelo se falou pouco em óbitos de docentes a quem foi negada a mobilidade. Afinal, há que manter o “bom ambiente”, potenciador de futuras colaborações.
Gostava de saber se entre os 97% de horários “atribuídos” no fim de Agosto, não estaria um com o nome dela. Só cá por coisas.
Mas, independentemente da escola onde estava colocada, não é uma absoluta vergonha que existam quotas para aprovar este tipo de situações. Porque é disso que se trata.
Um reboliço nos últimos dias, com a reprodução em redes sociais (e até com direito a fact checking do Público) de uma imagem de parte de um documento no qual se verifica que um@ alun@ entrou no curso de Medicina da Católica com uma média inferior a 16, alegadamente porque será descendente (na imagem surge a inserção de um texto que usa o plural “descendentes” para designar uma única candidatura) de “beneméritos insignes da Universidade”.
Não percebo bem onde está a razão da indignação, porque muit@s alun@s de Universidades privadas entraram em tantos outros cursos, décadas a fio, com médias bem abaixo das exigidas nas públicas.
É porque se trata de Medicina?
É porque se trata da Católica?
Afirma-se que está em causa a “meritocracia”, mas nunca vi tanta indignação em relação a outros cursos e Universidades. Será a entrada neles menos “meritória”? Continuamos parvónios reverentes dos futuros shôtôres médicos? Mas será que não sabem que há quem, antes disto, fosse para Espanha fazer o curso e entrasse com médias ainda mais baixas? Pedindo depois equivalência, ao fim de um ou dois anos, e entrando cá nas Universidades públicas pela chamada “porta do cavalo”?
O pessoal anda mesmo muito distraído.
Aposto que parte deste pessoal distraído defende que as Universidades públicas escolham os seus alunos, como se fossem imunes a este tipo de “influências”. Ou então acham que os exames são maus, mas afinal, porventura e quiçá, até consideram que o acesso à Universidade não pode ser deixado aos humores dos “seleccionadores”. Estão mesmo a ver o resultado do “sistema” que querem implementar? Acham que será muito melhor do que o “modelo” de certos concursos públicos “locais” para animações sociais e outras coisas extra-curriculares?
Tão distraíd@s, mas tão distraíd@s andam cert@s indignad@s que nem percebem que o “mérito” que está aqui envolvido é fundamentalmente financeiro. Sim, já há por cá cursos que custam quase tanto como um bonzinho nos States. E não é tão giro quando, perante um investimento a rondar os 20.000 euros anuais (cerca de 25.000 na fase do mestrado), se prevê a passagem de certificados para “benefícios sociais” ou mesmo “abono de família”?
Ao longo da semana entraram nov@s alun@s nas minhas 5 turmas. Como aos restantes, abro a porta, para os conhecer e ir trabalhando com eles. Mesmo que não andasse por aí uma catrefada de gente a fazer apelos demagógicos, é meu dever e minha convicção trabalhar com tod@s e incluí-los no grupo, à medida das suas capacidades. Nunca exigi a escolha de uma proporção de alunos em cada turma. No entanto, as “lideranças” escolares parecem sentir uma enorme incapacidade em aceitar nas suas escolas quem lhes aparece, em resultado de um concurso com uma lista graduada, combinando classificação académica (obtida em cursos que provavelmente também frequentaram) e o tempo efectivo de serviço (que no caso de muitas lideranças é de gabinete e rabo sentado, com os alunos à distância, por muito que falem em “proximidades”), pelo que pedem para escolher pelo menos um em cada três professores a recrutar para os seus agrupamentos. Isso equivaleria a seleccionar 35-40 dos meus actuais alunos. Fala-se na adequação do “perfil”. Mas então não querem “desafios” ou isso é apenas para quem anda pelas salas de aula?
De que adianta gabarem-se de acolher não sei quantas nacionalidades e condições nas suas escolas, se quem trata disso é a arraia miúda? Há quem pratique uma “inclusão” de 31 de boca. E quem queira “autonomia” só para si, enquanto a “flexibilidade” fica para os outros. Hipocrisia? Claro que sim. Mas poderíamos falar em falta de competências de liderança e, porventura, uma certa carência de “formação” em gestão de recursos humanos, numa perspectiva da deontologia e empatia.