Não Gostam De Apontar A Suécia Como Exemplo?

Via António Rodrigues.

Já com a municipalização, tinham invertido a marcha quando ainda os homenscristos (por quem o ministro Costa nutre natural “consideração (…) enquanto analista e comentador”) andavam por cá a vender a teoria. E por “vender”, quero dizer literalmente.

S’appuyant sur l’avis de médecins, le gouvernement de centre-droit veut réduire le temps passé par les élèves devant les écrans et faire revenir les manuels scolaires dans les classes.

É Verdade Que Chegam 25 Moedas Para Domesticar A Rebelião?

Na RTP3, a partir lá das Europas, o ministro Costa disse há bocado que aquilo do JNE se resolve num instante, repondo um corte de 25% nos subsídios, herdado dos tempos da troika. Neste caso, porque dá jeito e são operacionais valiosos, já se pode reescrever a História.

Quero acreditar que é apenas ele a spinar, mas…

Às Arrecuas? Mas Não Era Tudo Mentira?

Ministro deixa cair intenção de escolas recrutarem 30% dos seus professores 

A criação de conselhos locais de diretores ainda não está a ser negociada e o objetivo, garantiu esta quarta-feira o ministro da Educação, no Parlamento, não é passar para este órgão a possibilidade de recrutamento de professores. A intenção de as escolas recrutarem 30% dos seus docentes foi abandonada. “Sabemos ouvir”, garantiu João Costa, referindo-se à contestação.

“Nunca propusemos a possibilidade de contratação por conselhos locais de diretores”, garantiu depois, referindo que a criação do órgão ainda não está a ser negociada. Momentos antes, em resposta ao deputado Alfredo Maia, do PCP, o ministro explicou que estes conselhos locais (que não devem corresponder geograficamente a concelhos) não terão competências ao nível do recrutamento para vinculação nos quadros ou contratação. A intenção, referiu dando o exemplo de Lisboa, por ser a região com maior falta de professores, é mitigar as dificuldades de substituição – duas escolas com dois horários de oito horas letivas cada puderem fazer uma “gestão agregada” para resolver o problema da falta de candidatos

[como se isso já não acontecesse agora… sem necessidade de “conselhos”…].

A graduação profissional, garantiu João Costa, vai manter-se como o “único critério” para efeitos de concurso. O Governo não quer é deixar de fora das negociações, defendeu, a possibilidade de as escolas recrutarem para alguns projetos e garantirem a permanência desses docentes por mais do que um ano.

[como se isso já não acontecesse agora… sem necessidade de “conselhos”…].

“Opinião”?

Sem grande vergonha nas faces, o ministro Costa considera que algo escrito em documento apresentado em reunião negocial não passa de “opinião”. Claro que me ocorre algum vernáculo acerca desta nova sonsice, como se as reuniões negociais fossem tertúlias, movidas a moscatel e bojardas.

Contratação directa pelas escolas é apenas uma “opinião”

Revelando um completo desrespeito pelas organizações sindicais, o ministro Costa decide que é no Parlamento que reformula as suas propostas negociais, enquanto, pelo caminho, acaba por confirmar que “mentiroso” não é quem ele acusou, mas quiçá quem ele vê ao espelho, quando o inquire sobre quem é o governante com mais habilideza retórica no reino da parvónia.

“Referência inócua” o tanas!

João Costa admitiu que algumas propostas apresentadas pelo ministério ajudaram a criar “alguma desinformação”. É o caso da “proposta de alinhamento dos Quadros de Zona Pedagógica (QZP) com as fronteiras das Comunidades Intermunicipais”. “Porque sabemos ouvir, entendemos que a referência a mapas em vez de quadros, ainda que inócua, tenha gerado apreensão, pelo que regressamos à designação tradicional na continuidade da negociação”, referiu ainda.

Qual “continuidade de negociação”? Está marcada para ontem?

Já agora.. isto significa apenas o potencial não avanço de algumas medidas, mas nada quanto à reversão de outras.

Sábado

Ponto prévio: só hoje vi a peça completa sobre o André Pestana na Sábado. A bem da verdade, quero deixar claro que a Margarida hiperbolizou a minha responsabilidade na manif dos movimentos independentes de Novembro de 20008, a maior de sempre até então (e ainda a maior) convocada por organizações não sindicais de professores. O mérito deve ser endereçado ao pessoal da APEDE, do MUP e do PROmova. Não quero ficar com louros que não me pertencem, até porque nunca preenchi até ao fim qualquer ficha de inscrição, fruto das conversas com o meu pai a respeito de organizações e colectivos..

Quanto ao que agora se prepara para Janeiro, é de notar o rodopio incoerente da Fenprof, que ainda há não muitos dias declarava que não fazia sentido andar em “radicalizações”, como greves e manifestações sem que existissem negociações a decorrer. E marcaram uma manifestação para 4 de março, com vigílias e greves distritais a partir de 16 de Janeiro.. Entretanto, a manifestação convocada pelo S.TO.P. para 17 de dezembro excedeu claramente as expectativas e a Fenprof e os 7 anões decidiram antecipar a sua manifestação para 11 de Fevereiro. Entretanto, logo a 19 de Dezembro, já o SIPE convocara uma greve para o primeiro tempo de cada dia, a partir de 3 de janeiro, algo que tinha sido explicitamente desvalorizado em intervenções de Mário Nogueira e diversos comentadores próximos da Fenprof, dentro e fora das famosas “redes sociais”.

No dia 27 de dezembro, há uma reunião de “comissões de greve” ligadas ao S.TO.P. e anuncia-se uma “Marcha pela Educação” para 14 de Janeiro. Os “quadros” da Fenprof reúnem-se dois dias depois e decidem que, afinal, haverá uma “concentração” diante do ME no dia 13 um acampamento de 10 a 13 do mesmo mês, sem que tenham sido marcadas datas para quaisquer nova negociações. Há quem diga que isto já estava previsto. Não é verdade. A “concentração” junto ao ME estava prevista para o reinício das negociações. Isso vai acontecer já no dia 3? Para dia 3 estava prevista a entrega de um abaixo-assinado.

E lá se vai a coerência da argumentação à vida, sacrificada à necessidade de “ultrapassar” a agenda do S.TO.P. Pelos vistos, já se pode “radicalizar” sem haver negociações, contrariando de forma evidente o que antes se afirmara, quando se considerou que bastaria um abaixo assinado e vigílias, até se conhecerem as “propostas concretas” do ME. Só depois se avançaria com outras formas de luta.

Perante isto, é inevitável que alguém com bom senso fique confuso (ou nem por isso) e a achar que se entrou numa escalada competitiva entre “lutas” sindicais que correm o risco de, quando associadas a declarações absolutamente desnecessárias deste ou aquele protagonista maior (ou minions operacionais , apoiantes destes ou aqueles), servirem para banalizar a contestação e, de forma indirecta, servirem para o ME se conseguir manter na sombra e escapar a uma saravaida concertada ou, pelo menos, não descordenada.

Sim percebeu-se que o “agastamento docente” (sobre isso escreverei de forma mais alongada daqui a uns dias) veio para ficar, mas quer-me parecer que algumas das decisões tomadas nos últimos dias são marcadas mais por um campeonato interno do que pelo desejo de ser verdadeiramente eficaz na contestação às medias do ME: Claro que as piruetas são mais evidentes no caso da Fenprof que acaba por dar o dito por não dito, não parecendo que o faz por verdadeira estratégia, mas por oportunismo táctico. O que á gravado quando Mário Nogueira se queixa de lhe fazerem o que ele fez durante muito tempo, por exemplo, à fne. Com ou sem razão, é sempre subjectivo.

Tomara estar errado e tudo se vir a concertar de modo harmonioso e demolidor.

Mas, neste momento, parece que a miudagem tomou conta das rédeas da coisa, sem perceber bem que há demasiado em risco e que ganhar pontos na “liga dos últimos” só interessa verdadeiramente a quem anda a ajustar contas antigas ou ao ME, que assim deixa de ser o alvo único da “luta”. Aliás, sempre que leio a palavra “sectarismo” num comunicado sei que estou perante alguém que pensa dessa forma. E não gosto de ver sindicalistas façanhudos com a pele demasiado fina e hiper-sensíveis às críticas. Porque sinto que os meus interesses estão ser defendidos por gente com fraca capacidade de encaixe em relação às adversidades.

Comparativamente, quem anda nas escolas, e não em gabinetes e mesas de negociação, a tempo inteiro ou parcial, tem revelado muito mais resiliência às agruras.

Se isto é, da minha parte, uma forma de não “tomar partido” nestas questiúnculas intestinas? Só é verdade em parte, até porque eu não sinto qualquer dever de apoiar este ou aquele, só porque desgosto dos outros. Daí que também leve no toutiço de todos. Só que ao contrário dos “birrinhas” como aquele que foi à minha escola, aguento-me ao barulho sem cartão e não ameaço que agarro nos papéis e me vou embora.

Eu Bem Que Tinha Avisado Há Mais De Uma Semana…

que os “8” se preparavam para antecipar a manifestação anunciada para Março.

Ao contrário do senhor ministro, aqui não se espalham boatos sem fundamento. Ao contrário do que ele se queixa, há quem procure seguir o rasto à verdade, por muito fora de moda que esteja. Já são muitos anos disto, para ir em tretas.

ASPL, FENPROF, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU saúdam todos os professores que têm lutado e reafirmam o prosseguimento da luta Manifestação Nacional é antecipada e será corolário da greve distrito a distrito

Embora, não fizesse mal nenhum se deixassem de ser teimosos. O final de Janeiro seria preferível, mas antes menos tarde do que nunca.

9) Antecipar para 11 de fevereiro a Manifestação Nacional de Professores e Educadores, sendo, assim, o culminar da greve distrito a distrito, nela sendo anunciadas as formas de luta seguintes, caso o ME não vá ao encontro das exigências dos docentes;
10) Convocar todos os docentes e apelar às suas organizações sindicais para que, participando, tornem esta Manifestação Nacional numa das maiores de sempre.

Não Se Deu Por Nada Enquanto Esteve No Governo

Percebe-se que andam a promovê-la, até com chancela do Pacheco Pereira que a decidiu elevar a um patamar curioso, para quem diz coisas perfeitamente óbvias: só que parece que isso é muito original quando se pertence ao partido que governa. O que é triste e só revela a enorme pobreza da nossa classe política.

Só quem não se lembra do modo como ela defendeu de modo acérrimo a gestão draconiana dos horários dos professores contratados é que pode achar que a senhora deputada é vagamente como agora se pretende apresentar. Palavras, vão com as ventanias e oportunidades, já as acções, em especial as de governante, têm efeitos concretos na vida das pessoas e são mais difíceis de negar.

Diz que “claramente” integra a ala esquerda do PS e assume-se “pedronunista”. Mas será uma carta fora do baralho quando um dia se discutir a sucessão de Costa? “De há uns meses para cá falam-me nisso.”

Pois…

Mais uns que andaram a assinar de cruz.

Associação de Professores de Português reconhece que o AO90 falhou

(…)

Em resumo, saúda-se a iniciativa da APP. Só falta a esta associação a honestidade de reconhecer que este problema constitui mais uma prova de que o AO90 é um falhanço vergonhoso. Só falta, portanto, honestidade.

Foi Rápido O Processo De Conversão Do PS À Liberdade De Escolha

Os directores devem escolher os seus professores.

As Universidades devem escolher os seus alunos.

Falta o lógico passo final para se tornarem a Iniciativa Liberal de Esquerda.

(não… não se trata de escolherem melhor as camisas e as gravatas, embora possa ser a primeira ideia que nos surge…)