Memórias

Alguns dos trabalhos em azulejo do infelizmente desaparecido, camarada de muitas paixões (bedéfilas e musicais) e confusões (políticas e outras), Luís Cruz Guerreiro, incluindo já em finais dos anos 90 a crónica do socialismo que valava mais branco dos “guterrões”. Os quais, agora, ainda embraqueceriam mais com vergonha dos “costões” que lavam tudo e mais alguma coisa, desde que sejam milhões.

3ª Feira, 25 De Abril, 2023

Muita gente escreve sobre a data, o significado, o que se seguiu ou não seguiu. Para não chover em terreno muito molhado, recupero um depoimento com quase uma década, na altura para o jornal I de 25 de Abril de 2014. A principal correcção que faria é que onde se lê “40 anos” deve agora ler-se “49 anos”.

Há 9 Anos

Quando dava gozo escrever para o Público. Quando gostava de ver impressas as ideias que desenvolvia a partir do Umbigo. Naquele período em que, agora, muitos dizem ter feito o que não vi, enquanto acusam quem falou de não ter estado presente. Como não escolho cores, mas sim causas, e gosto de criticar as políticas que me desagradam, independentemente dos rostos, já começo a sentir-me uma espécie de JPP de 2ª ordem… “eu não mudei… os outros é que mudaram”. Neste caso, mudaram as moscas e a cor do cartão.

“E Não Tens Medo Que Não Te Voltem A Convidar?”

Não, porque no dia em que começar a calcular ao milímetro as minhas opiniões ou apreciações factuais, só para não desagradar a quem tem certos poderes nas mãos, acabo por trair as minhas convicções e é nesse momento que perco o respeito, não apenas dos outros, mas de mim próprio. Se andar nisto apenas para manter um lugar na coreografia geral, algo está errado. Quantas vezes desejo que, em vez de convites, existissem soluções. Que em vez de andar a contraditar, pudesse aquiescer de coração aberto.

Portanto, não, não me incomoda nada “desaparecer”. Por vezes, até faço por isso. Em tempos (Março 2015 e não de 2011) até tive a esperança de que isso fosse possível. Só queria que me deixassem fazer o meu trabalho com os alunos em paz, em condições, com meios nas escolas para isso e que sobrasse algum tempo para os que me são próximos e para os meus mais do que conhecidos vícios.

(DN, 31 de Março de 2015, lá está, quando o DN ainda se interessava… embora a foto seja de 2009)

Há 15 Anos

Os arquivos do Umbigo ainda têm muita coisa, mas parte das imagens que estava alojada no Photobucket ganhou uns carimbos e percebe-se que alguns vídeos não foram feitos com as actuais câmaras. pelo que fica apenas um cheirinho de 8 de Março de 2008. Há mais aqui e aqui, por exemplo.

Por acaso, espanta-me sempre um pouco que não se faça a devida memória do que aconteceu, para além de umas referências de passagem.

Já Lá Vão 22 Anos

Catálogo da exposição realizada no Arquivo Fotográfico da CML, que adaptava a minha tese de mestrado. Descrição mais abaixo.

GUINOTE, PAULO (2001) QUOTIDIANO FEMININO: 1900-1940. LISBOA: ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA. DE 29X23 CM. COM 242 PÁGS. ILUST. E.

A exposição Quotidiano feminino reúne imagens de duas instituições portuguesas, o Arquivo Fotográfico Municipal e o Centro Português de Fotografia, dando a conhecer fotografias inéditas lado a lado com outras amplamente divulgadas e conhecidas do público.

O conjunto fotográfico é constituído por 121 imagens repartidas tematicamente, de forma a evocar a síntese de um retrato mental, social e político do universo feminino, entre 1900 e 1940, abarcando o mundo laboral e socialmente interventivo, os espaços mais intimistas do quotidiano doméstico, a dimensão dos afectos, do lar e da família.

Edição de cuidada execução gráfica nitidamente estampada em bom papel couché. Cartonagem editorial.