E não é que a Câmara de Setúbal se lembrou que agora é a entidade empregadora do pessoal não docente, logo, não pode ser o ME ou o governo central a convocar ou a argumentar em Colégio Arbitral relativamente a serviços mínimos? Ou seja, não há serviços mínimos vagamente legais, para a greve de dia 17 ou outra, se o pessoal não docente depende dos municípios. Terão de ser definidos, caso a caso, município a município.
A municipalização haveria de ter alguma coisa boa, certo?
Enviam “facturas” aos encarregados de educação com as despesas dos seus educandos suportadas pelo município (como se não recebessem verbas para isso e tivessem pedido as competências, especialmente em Gaia).
Ou seja, a escolaridade obrigatória é “gratuita”, mas a CM de V. N. Gaia envia o custo, para mostrar toda a sua imensa bondade. A Educação como uma espécie de donativo municipal à populaça.
O novo cartão será entregue à comunidade educativa pelas respetivas escolas e a sua ativação poderá ser feita eletronicamente, através de uma plataforma de gestão municipal da educação – https://siga.edubox.pt –, cujos dados de acesso serão enviados aos encarregados de educação, pessoal docente e não docente.
No mural do colega Luís Costa foi divulgado um texto (não tenho a ligação, lamento, não somos bff virtuais), em que ele presta o seguinte testemunho, que espero poder transcrever sem o amofinar.
O velho cartão, que tinha a fotografia da escola bem repimpada, foi substituído por este, todo modernaço, todo “fashion”, todo municipal, todo… forasteiro. O saldo, esse, foi transferido para este retângulo, que, logo à primeira vista, me fez fornicoques. “C’um catano — pensei eu — não sou funcionário da câmara, pá! Nem quero ser!” E pensei cá para os meus botões que, findo o saldo, não voltaria a carregá-lo. Usá-lo-ia para as fotocópias, por ser obrigatório, por não ser possível de outro modo, mas não voltaria a usá-lo no bar.
Para mal dos meus pecados, não fui avisado de que estava a roçar perigosamente o limite, quando tomei o meu último café “municipal”. Quando já estava no seguinte — o tal que já não devia tomar — foi-me dito que o meu saldo já não dava. “Muito bem — pensei — vou ali carregar exatamente o necessário para pagar a dívida e põe-se uma pedra tumular sobre o assunto”. E fui.
— Não, setor, já não é possível carregar o cartão na escola. Tem de ir ali fora, àquela lojinha que fica ali no rés do chão daquela casa. Mas também pode carregá-lo através do “payshop”.
— Ai sim?!
Mas que valente porra! Então eu já não posso carregar o cartão na escola? Tenho de ir ali, acolá, “payshopar” ou sei lá o quê?! Vade retro!
Concluindo. Preciso de pagar uma dívida, e só posso cumprir esse dever com um cartão, mas não será o meu. Terei de arranjar alguém que, gentilmente, me faça esse pagamento municipalizado a troco de uma verba em “cash”, o que também é um pecado, uma vez que nas escolas não podemos mexer em dinheiro. Todos temos dinheiro na carteira, mexemos no dinheiro, mesmo dentro da escola, pagamos com dinheiro vivo em todo o lado, antes e depois das aulas, mas… na escola não pode ser. Os vírus não gostam, ficam irritados e acabam a propagar doenças ainda piores do que a municipalização.
Há uns dias publiquei um post em que não identificava a escola, mas era deste concelho, tão belamente dirigido pela socialista que é irmã da Maria de Medeiros.
Por decisão da Câmara Municipal de Almada, todas as escolas do concelho de Almada vão passar a utilizar o software INOVAR, plataforma de gestão de alunos, serviços administrativos, refeitório, bar, reprografia do Agrupamento.
Como o contrato com a empresa JPM, responsável pelo software GIAE, vai terminar no final de dezembro do corrente ano, a partir de janeiro de 2023 passarão todos os docentes a utilizar a plataforma digital INOVAR.
Para familiarização com esta nova aplicação informática, irá realizar-se no próximo dia 28 de dezembro, de manhã, em horário a definir pela direção, uma ação de formação online de 2 horas, orientada por formadores do consórcio denominado de CTTSE&INOVAR&EDUBOX, entidade responsável pela implementação do sistema INOVAR.
A direção irá remeter a todos os professores informação pormenorizada sobre este assunto.”
Se isto não é mesmo “municipalização”, o que será?
Caros Dt do 2º e 3º ciclo, deverão enviar a seguinte mensagem aos EE.
No seguimento da transição do portal GIAE para o INOVAR que se irá realizar brevemente por imposição da Câmara Municipal de Almada, vimos por este meio informar que todos os alunos deverão deixar o cartão do aluno na portaria, no último dia de aulas (21 de dezembro, 4ª feira). Assim, após a conclusão das atividades letivas, os alunos deverão passar o cartão pelo terminal e deixar o mesmo no recipiente identificado para o efeito no portão principal. No dia 21 de dezembro as entradas e saídas serão todas pelo portão principal (portão 1).
Nota: Os cartões serão atualizados para o novo sistema e os saldos transitarão para a nova plataforma (cartão será o mesmo). No primeiro dia de aulas (3 de janeiro)os cartões serão entregues aos alunos.
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No dia de hoje informaremos todas as turmas presencialmente.
O site parece um derivado de uma agência de comunicação do ME. Sobre as propostas que apareceram sobre a contratação e vinculação dos professores que irão ensinar os seus educandos, nada a dizer. Por não terem conhecimento oficial, aposto. Entretanto, nas palavras cruzadas do Público de domingo já se assume a coisa como facto consumado.
(imagem recebida através da Joana Leite, que a colheu no mural de Conceição Liquito; entretanto busco o pdf da edição, porque já não acho a edição em papel)
Não me chega o resumo. E seria de interesse público que estas propostas se conhecessem, para que o sonso ministro não se procurasse escapar com meias verdades e explicasse em que parte do programa do governo estão estas medidas, já que no passado se eximiu a outras com esse argumento. E porque são feitas agora propostas sobre as quais, num passado não muito distante, foi dito com clareza que não existiriam.
O mesmo em relação ao que terá sido dito às directoras e aos directores na reunião de ontem que, por causa de avisos e medos, pouco ou nada se pode divulgar de forma autorizada. Que boa altura para mostrarem que não são apenas paus mandados da tutela e que devem prestar contas às suas comunidades educativas, a começar pelos Conselho gerais, a quem todas estas coias deveriam chegar, antes de serem decididas em modelo impositivo.
Fim dos quadros de escola e de agrupamento e a criação dos mapas de pessoal, com consequências muito graves que acabarão com os concursos tal como os conhecemos, passando o recrutamento a ser feito através de escolha pelos diretores, em função dos projetos aprovados pelas CIM e dos objetivos que estas estabeleçam.
O ME pretende acabar com a mobilidade interna, impedindo a legítima expetativa de aproximação à residência e impedindo que professores que pertençam a uma determinada área geográfica concorram segundo critérios nacionais.
Só esta semana, juntando-se a Montalegre. Juntando ao resto, penso que até o presidente Marcelo considerará que começam a ser números elevados. Afinal, só temos uns 300 concelhos e pelo menos dois destes são dos graúdos. E até temos uma ex-secretária de Estado da Educação e tudo. Mas… tudo bem… devemos confiar e deixá-los ainda a gerir a Educação e a Saúde.
Não há juntas médicas para isto? Tipo tratamento da cleptomania autárquica?
Orlando Alves está indiciado pela prática dos crimes de associação criminosa, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documentos, entre outros.