Ao contrário de muit@s colegas, eu não interiorizei aquela ideia de que a maioria dos encarregados de educação está contra os professores ou mesmo as suas greves. Porque não confundo a subsidiodependente confap, que tem no seu adn, desde a criação, a subserviência aos poderes de cada momento, assim como algumas associações que representam meia dúzia de pessoas, com os pais e encarregados de educação na sua globalidade. Do mesmo modo que sempre afirmei que os professores não devem ser confundidos, para comodidade de adjectivação e demonização, com algumas organizações que os representam institucionalmente. Compreendo as dificuldades que possam surgir em alguns contextos familiares, mas @s professor@s também são mães e pais e nunca vi a confap ralada quando têm de se separar das famílias para ir instruir e educar filh@s alhei@s. A confap é o que é, uma organização micro-corporativa a querer passar-se por representante de milhões, mas basta ver o trajecto das suas anteriores lideranças e a pose da actual para se perceber que o que está em causa não é bem a defesa das responsabilidades parentais, mas outro tipo de prioridades.
Aliás, estas semanas têm sido de reuniões com encarregados de educação, por causa da avaliação do 1º período (menos no caso das escolas com organização semestral, mas mesmo nessas há reuniões intercalares), e o retorno que tenho, directo ou indirecto, não é o de qualquer especial animosidade, para além da que já ocorre em alguns contextos e com alguns “perfis” parentais. Não me parece que nada de especialmente novo tenha surgido desde o início das greves, para além de uma maior consciência das dificuldades e insatisfação da classe docente, exclusão feita às cortes locais, convertidas à bondade do novo modelo e muito convencidas do seu parlapear maiato, flexibilizador, inclusivo, do neo-eduquês costista. Esses são casos perdidos, que até podem da boca para fora dizer que coiso e tal, mas, no fundo, desaparecerão das fotos logo que a coisa aperte ou arranjarão sempre um desculpa para não assumir uma posição clara.
Por isso, o argumento da opinião pública, dos “pais” desagradados vale o que vale, pouco, pouquinho e não mais do que no resto do ano. Quem não gosta de nós, por qualquer problema do passado ou perturbação inexplicável (sim, ocorrem-me diversos opinadores e senadores da nossa comunicação social), nunca gostará e é inútil perder tempo em manobras de sedução. O mesmo com organizações como a confap e afins… a sua preocupação não é o estado da Educação ou da Escola (Pública), mas apenas onde deixar a descendência o maior número de horas possível. Vivessem num daqueles países que dizem ser mais desenvolvidos e às 3 da tarde tinham-nos todos em casa e nem piavam.
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