Os CTT decidiram fazer uma publicidade ao seu “mercado do livro” com descontos de 50%. E decidiu divulgar isso nas redes sociais, estando a levar uma merecida tareia da maior parte de quem comenta, que aproveita para denunciar a vergonha que voltou a ser – mal foi renovado o contrato – o seu serviço “normal” de entrega de correspondência e encomendas, sem pagamento de “suplementos” para garantir que as coisas chegam na mesma semana em que são enviadas. A pressão colocada em quem quer enviar/receber coisas num prazo razoável é enorme para que recorra aos serviços com registo e tracking, pois se assim não for não existe garantia de nada.
Hoje, depois de um protesto online mais veemente, curiosamente, apareceram-me – sem qualquer toque à porta – avisos de sete encomendas para receber no posto mais próximo (claro… porque ainda temos de ser nós a irmos buscar as coisas), enviadas ao longo, pelo menos, dos últimos 10-11 dias, pois uma delas remonta à 2ª feira, dia 20 (recebi foto do envio) e pelos vistos “chegou” no mesmo dia da que foi enviada no dia 28. Sendo que o centro de distribuiºão postal da zona fica a 5 minutos da minha casa. Mas se fosse a wook ou a fnac a enviarem, chegavam em 24 horas ou menos depois do pagamento (sem portes). se for arraia miúda fica para quando calhar. Ou então paga a taxa adicional para que seja feito o que é um dever contratual. O que para mim configura uma variante de extorsão. Ou pagas ou entregamos as coisas quando calhar. Há contas cujo recibo/factura chega depois de já passada a data de pagamento ou do débito directo.
Eu sei que os carteiros são meros peões no meio disto tudo, mas por vezes também podiam não fugir a algumas responsabilidades, como escreverem “não atendeu” quando se está em casa. Numa das vezes, confesso que esperei que ele colocasse o aviso e abri a porta para lhe perguntar se não tinha dado com a campaínha. Mas percebo que são precários, andam desmoralizados e sobrecarregados. A culpa é 99% da “gestão” de um serviço que deveria ser público, mas assim faz lembrar os vícios da velha venalidade dos cargos do Antigo Regime: o Estado recebe receita à cabeça e desresponsabiliza-se de tudo, enquanto o serviço é prestado da pior maneira para os utentes. Entretanto, as empresas privadas de entregas batem palmas.
Quem é o ministro que tutela esta área da desgovernação? Claro, o outrora jovem esperança Pedro Nuno Santos que até elogia o desempenho da empresa e lhe renova o contrato por mais 7 anos. O que vale é que é um governo de “esquerda” e um ministro “progressista”.