Já A Fugir Com O Lombo À Seringa Ou Com O Rabo À Ripada

Não gosto de transcrever ou colocar notícias inteiras aqui no blogue, por razões que julgo óbvias. O trabalho é alheio e deve ser respeitado. Mas como não tenho isto “monetarizado”, abro umas excepções, como esta da notícia da Isabel Leiria no Expresso que demonstra como o agora ministro Costa se prepara para alijar responsabilidades – ou seja, delegar competências – nas matérias mais complicadas e menos populares da pasta.

Como me tenho repetido… não é tipo para assuntos que provoquem fricções na opinião pública ou suscitem mais polémica (só se for em coisas da sua filha curricular, a Cidadania e Desenvolvimento), faltando-lhe o que é indispensável a um político para ser levado a sério. Gosta muito de se armar em vítima, sempre que é criticado, levando para o plano pessoal qualquer desmontagem das suas fraquezas e inconsistências ou das suas questionáveis opções político-ideológicas para a Educação.

O atraso no conhecimento no nome do titular da Educação pode ter mesmo passado por aqui. Não conseguiu continuar como SE, encoberto, com um testa-de-ferro para arcar com as complicações?

Expresso, 25 de Março de 2022

Outra Esperança Inútil

Mesmo discordando dos reais objectivos da Iniciativa Liberal em termos político-económicos, quando passaram a liderança para o actual deputado Cotrim de Figueiredo tive alguma esperança que se ganhasse algo em termos de sofisticação na argumentação, já que quanto ao líder fundador estávamos mais do que falados. Até por ter pouco tempo de antena, no parlamento e fora dele, esperava que surgisse com algo que, à imagem dos cartazes, “refrescasse” o léxico no bom sentido. Repito, mesmo discordando, gosto de quem realmente traz algo de novo ao debate, na forma ou no conteúdo.

Mas foi esperança vã. Hoje, ao sair da reunião com os “especialistas” sobre a pandemia, o melhor que arranjou como soundbite foi um “não se morre da doença, morre-se da cura”, o que é algo que até o Tino de Rans conseguiria dizer sem um esforço enorme. Aliás, o termo que me lembro de se usar em tempos para este tipo de sabedoria popularucha era “sediço”, que é como quem diz serôdio de outro modo.

Que pena tamanho desperdício de boas camisas brancas, meticulosa e estrategicamente desabotoadas.

Domingo

Já percebemos que as escolas são os oásis no meio da pandemia e não é difícil perceber quem são os “areias”. O esforço por aparentar uma “normalidade” não resulta apenas do fracasso do ensino não-presencial modernaço do século XXI. Resulta de imperativos exógenos que obrigam a que as escolas funcionem para que o resto quase funcione. Aqui por casa vive-se num concelho promovido à categoria de “risco” e entre pais professores e filha aluna todos vão diariamente para escolas em zonas igualmente classificadas dessa forma. E é muito complicado não pensar coisas pouco agradáveis de certas personagens que por aí andam, do topo do Estado às bases nas próprias salas de professores. Por exemplo, aqueles que arranjam as mais indigentes justificações para continuarem a fingir que o modelo de avaliação do desemprenho deve decorrer como se estivéssemos em tempos normais. Dos apáticos (“se somos convocados, temos de ir não é?”) aos emproados (“antes eu do que outr@ qualquer”), passando pelos bem-intencionados (“mas se não formos, @s colegas depois é que se prejudicam…”), há para todos os gostos, incluindo os que não se confessam explicitamente predestinados para avaliar o trabalho alheio quando nem o seu fazem em condições, mas estão logo na fila da frente do “empurrão”, mesmo se isto implica que andemos a passear entre escolas de concelhos diferentes.

Confesso sem vergonha que por vezes tenho pensamentos pouco cristãos, o que até é natural num agnóstico. Porque sei que o raio do “bichinho” aparenta ser cego, apenas entra onde é mais tenro e não onde poderia fazer alguma justa comichão. Ou pelo menos que se lhes desse uma urticária generalizada a certos “artistas”, o que rima com cientistas, oportunistas, aparelhistas e quase com hipócritas.

O (Anti-)Racismo É Uma Moda?

Porque dá a sensação que sim e que há quem se sinta muito bem no papel que escolheu nesta espécie de triste circo. Os que, finalmente, parecem querer sair da casca sem tantos preconceitos e aqueles que, nunca os tendo visto fazer seja o que for em tal matéria, agora batem no peito do anti-racismo. E tudo me parece encenado, dando corpo a uma estratégia mediática para ocupar o pouco espaço que o vírus e os perseguidores do Cavanni deixam livre.

E fazem-me lembrar aquele vulto do esquerdismo nacional com que contactei alguns anos e que, mal teve dinheiro de obra bem paga, mudou de casa e como critério básico só tinha o não querer ciganos por perto. Ainda bem que o recente manifesto não chegou aos 40 ou a criatura ainda por ali aparecia.

O problema do racismo merece muito mais do que estátuas degoladas ou condenações de desfiles de máscaras.

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Logo Agora Que Se Conhece A Acusação Do Caso BES Em Detalhe…

… é que o grande cronista do reino se vai de férias e nos deixa sem a sua análise perspicaz na sua espessa página em que tanto gosta de zurzir em quem não cavou um buraco superior a 10 mil milhões de euros?

Ao menos a eminência júdica tem mais coragem, e defende sem embaraço a mão que embalou tanto berço.

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(já sei, por motivos “ético-familiares” nenhum  familiar dos dalton pode falar sobre os aparentados, excepti o impoluto ricciardinho)

Os Pândegos

Lia há pouco um texto que me enviaram contra a redução do número de alunos por turma que, entre outros “argumentos”, usava a escassez de espaço para um “terço suplementar de aulas”. Logo agora, depois de tanto se escrever sobre a diminuição do número de alunos no sistema de ensino, em especial no Ensino Básico, dá vontade de rir. E nem se fala no encerramento de escolas. E não há professores? Se for em horários completos, desde o início do ano, verão como aparecem.

Realmente, há malta que deveria ter um pouco de senso quando tenta “argumentar” em modelo cortesão, não é, David?

muppets-rir

 

Isto Foi Um Debate Ou Um Beija-Mão?

Clicar na imagem para aceder a um programa que revelou, entre outras coisas, um assinalável espírito de união entre os actores do sistema estabelecido em torno dos lugares-comuns, mas, ao mesmo tempo, uma enorme falta de coragem política. “Revolução”? Cruzes, credo, só na retórica, que esta gente borrava-se toda se tivesse mesmo de passar por uma.

ProsBeija

O Dia Do Senhor Ministro

(o SE Costa desviou-se e ficou a enviar instruções para as escolas…)

MINISTRO DA EDUCAÇÃO: «NUNCA HESITEI EM ABRAÇAR ESTA PASTA»

(demos por isso…)

MINISTRO DA EDUCAÇÃO: «TEMOS DE TRABALHAR PARA HAVER SUCESSO, SEM FACILITISMO»

(treta…)

MINISTRO DA EDUCAÇÃO FALA DA TELESCOLA: «TEM RESULTADO»

(a sério? pediram um estudo ao isczé ou ao Domingos Fernandes?)

MINISTRO DA EDUCAÇÃO: «FOI O DIA MAIS MARCANTE DA MINHA VIDA»

(agora imagina que vivias um par de anos a 100 metros de um depósito de armas das FP25, três portas depois da casa de um dos teus maiores amigos de infância…)

TIAGO BRANDÃO RODRIGUES: «É LEGÍTIMO SENTIR MEDO»

(o povo explica que isso decorre da própria anatomia… mas olha lá no programa em que estás…)

MINISTRO DA EDUCAÇÃO: «É IMPOSSÍVEL HAVER RISCO ZERO»

(essa foi no guião que mandaram para os directores dizerem se os jornalistas aparecessem, porque a ouvi várias vezes… e é bem verdade que uma pessoa até tem de ter cuidado ao levantar-se da cama…)

MINISTRO DA EDUCAÇÃO: “MUITAS VEZES É A ÚNICA REFEIÇÃO COMPLETA E DIGNA”

(pronto, lá teríamos de estar de acordo em qualquer coisa…)

TiagoPoker

(ou seja, no goucha, na falta de agenda da cristina…)