Decisões? É Já A Seguir…

Vou recebendo relatos das vídeo-conferências (de proximidade?) do SE Costa com grupos de directores. Em matéria de informações substantivas que ultrapassem a conversa fiada pode resumir-se tudo à expressão “em breve”. Provas de aferição? Decisão em breve. Exames de 9º ano? Em breve. Secundário? Em breve. Aulas assistidas? Em breve.  Como vai ser mesmo o 3º período? Em breve.

Ou seja, continuam sem saber qual a estratégia a seguir, preferindo movimentos tácticos para dar a sensação de algo se estar a fazer, mesmo se nem sempre é coerente ou vagamente praticável. Houve muita pressa em anunciar umas coisas e em negar outras mas, a verdade? Não sabem.

Uma nota, já agora, acerca de uma piadola dita numa das “conferências”, quando o SE foi inquirido acerca da realização das provas de aferição que em Espanha já foram anuladas, ao que o mesmo respondeu que as fronteiras estão fechadas. Num primeiro momento, até se pode achar graça, mas confesso que se estivesse presente lhe perguntaria se ele anda a gozar com isto tudo.

Brevemente

(pois… a muralha d’aço vai ficando mais porosa do que antes, porque há director@s que também começam a perceber que atrás da fachada não há muito mais…)

 

O Que O PCP Não Percebeu

O problema da erosão do eleitorado do PCP não se explica com a tese simplória da “ortodoxia” que não cativa os “jovens”. Para um partido com 10% basta atrair 1 em 10 eleitores “jovens”. Ora, em 2019, ficaram-se pouco acima dos 6% e se a maioria dos seus eleitores está acima dos 50 ou 60 anos, bastaria 1 em 20 “jovens” para manter a coisa nos dois dígitos. Não é coisa difícil, Basta ver que o grupo parlamentar do PCP até é bastante jovem em termos cronológicos.

O problema do PCP é que, tendo-se rendido por completo à real politik do arco periférico da governabilidade, parece feliz por ter mais elogios do actual PM do que o Bloco e ter mais votos para oferecer para defender a “responsabilidade orçamental” e manter a estabilidade “burguesa” do que o PAN. Porque mesmo entre os adversários, o PCP sempre manteve – mesmo quando não esteve propriamente à altura de tais pergaminhos – a imagem de uma postura “ética” ou “moral” de alguma superioridade. Claro que a nível local conhecemos a forma como as coisas funcionam, sem grandes fidelidades à tal “ortodoxia”, mas a verdade é que quase todos olha(va), o PCP como o vigilante que poderia manter o PS afastado das piores tentações chuchalistas.

Mas isso não aconteceu e o camarada Jerónimo, por mais outdoors que mande colocar à beira das estradas a reclamar “conquistas” para o seu potencial eleitorado mais desfavorecido, nunca conseguirá apresentar como suas medidas de que o PS será de longe o principal beneficiário nas urnas. Para um partido “revolucionário”, esta postura de garante preferencial da boa governação é fatal, porque se perde o principal elemento identitário, goste-se dele ou não. O PCP atrairá um eleitorado específico se for “diferente”, mesmo que criticado. Se tiver coragem de ser contra o sistema que sempre criticou.

Ora… agora parece que o que há mais é pizzas fora de horas. Paz à vossa alma. Se é que os vossos escritos sagrados autorizam que a tenham.

Pizza

Greve A 31 De Janeiro?

Mas o PCP e o Bloco não viabilizaram o Orçamento sem especiais (nenhumas) condições e referências relativas ao pessoal docente?

É a luta? Pura e dura? Que nos vai levar a novas e gloriosas “conquistas” como as dos últimos 4 anos?

Bora lá lavar a consciência!

Agora sim, damos a volta a isto
Agora sim, há pernas para andar
Agora sim, eu sinto o optimismo
Vamos em frente, ninguém nos vai parar

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Acordei…

… ao som madrugador de três sms sucessivos do facebook a – sem que eu tenha pedido – facultar-me novos códigos de segurança para a minha conta. Fosse eu desconfiado e associaria isso ao facto da conta de mail que uso para registo na dita rede social ter tido necessidade de ser recuperada quando a tentei ligar hoje pela primeira vez. Mas deve ter sido qualquer falha do “sistema”, que eu não acredito em bruxarias de tão fraca qualidade. Sou crente que, em querendo, quem quer, faz mesmo e não deixa rasto. Isto é só para dar a sensação de que.

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Andas A Fazer As Contas Por Baixo, Mário!

Porque são muito mais de 10.000 os alunos sem aulas em algumas disciplinas desde o início do ano e mesmo muitos mais os que durante estes quase dois meses não tiveram o tempo todo o Conselho de Turma completo. Eu sei que andas pouco pelas escolas, mas podias pedir aos delegados sindicais que recolhessem os dados de proximidade, a começar pelo tipo do spgl que é das minhas redondezas. Já agora, por mim, gostaria de partilhar que a minha DT está sem Geografia e Francês desde o início do ano e nem em contratação de escola há candidatos, pelo já receio o pior. O ano passado, só entre essas duas disciplinas, tiveram de forma intermitente 6 docentes diferentes (3 para cada) e andaram meses e meses sem quatro (4) disciplinas, graças ao sistema estúpido do ME para lidar com atestados de longa duração que se sabe irem passar de um ano lectivo para outro. O Conselho de Turma esteve completo menos de dois meses (Março a Maio), com as férias da Páscoa pelo meio.

Para o ME, 10.000 alunos são amendoins, coisa de 1% do total, um valor residual. Vão mostrar-se muito preocupados e fazer uns malabarismos, mas nada de essencial  Mas são mais. Acredita em mim, porque mentiras entre nós, que me recorde, só as que eu ouvi. Repito: mete quem anda com redução da componente lectiva para trabalho sindical a fazer o levantamento a partir da base e deixa-te da atracção por números redondos, até porque, por muito que grites, já são muito poucos os que te ligam. Enquanto os EE não perceberem que este é um problema em que devem meter as mãos a sério (não falo do pai ascensão, que esse tem outra agenda de prioridades) e meterem o assunto na agenda das televisões nada se resolverá.

Já ninguém te ouve muito, por isso, ao menos, tenta fazer as coisas bem, dentro das tuas imensas capacidades e do que o teu cartão de militante deixar. Não te esqueças que andaste três anos a dar cobertura ao ministro Tiago, quatro ao SE Costa e ainda andas aos elogios à ex-SE Leitão, como se isso te fosse servir de alguma coisa. Ou melhor, como se isso nos fosse servir de alguma coisa, porque no teu caso não arriscas nada.

A culpa não é tua, nem dos sindicatos? Claro que não, mas, por isso mesmo, espera-se que apresentem propostas de solução. Ou dão muito trabalho?

CrisNogas

(e não venhas dizer que a culpa ainda é da troika, ok?)

Say No More

A escolha do deputado Silva, Porfírio de sua graça, para intervir em nome do PS no Parlamento no debate de hoje é daqueles sinais que não enganam. Pisca o olho numa direcção, mas no momento de fazer opções a sério, anda de acordo com os interesses do costume, resumindo-se a residual pretensão rebelde à escolha de uma gravata quase à Matt Preston, mas com ousadia monocromática.

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Afinal Nem De Educação, Nem De Astrologia Política Percebe, Apenas De Pedinchiche

6 de Junho de 2018:

“Espero que, obviamente, já noutra condição, poder estar aqui daqui a dois anos e ver como este edifício tem uma vida nova, por muitas e muitas décadas”, disse Tiago Brandão Rodrigues no final da sua intervenção na apresentação das obras de requalificação da Escola de Dança e Música do Conservatório Nacional.

Depois, deve ter repensado a coisa e percebido que isto de viajar e ter estadias à conta do Orçamento, com motoristas à disposição é toda uma outra dinâmica. E lá pedinchou e lá conseguiu.

METiago

Eu Prefiro As Centenas (De Livros, Por Exemplo)

Quando o líder do maior partido da oposição apresenta como grande “trunfo” também ter “um centeno” para as Finanças percebe-se que não estamos perante alternativas, mas diferenças de tonalidade. Há momentos em que custa a conceber o quão idiota pode ser alguém com tão boa conta de si.

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A Bíblia Também Não Tem Bibliografia

Confesso um preconceito que poderá ser disparatado, mas quando folheio pela primeira vez um livro sobre qualquer área académica, em especial sobre as que me são mais próximas como a História, a Educação ou sobre o campo mais alargado das Ciências Sociais e Humanas, gosto de ver a bibliografia em que o(s) autor(es) procuram sustentar as suas teses, na presença ou ausência de algumas notas ou referências de pé de página ou final de texto que fundamentem o que é afirmado ou infirmado, mesmo que se trate de uma prosa ensaística mais ao correr da pena. Ou em especial nestes casos. Detesto a exibição bacoca de uma erudição virtuosa (aqueles artigos com mais espaço nas páginas ocupado por notas do que propriamente pelo texto nuclear), mas há limites para a apresentação de certezas sem que elas se sustentem em algo reconhecível, para além de profissões de fé ou de estribilhos como”todos sabemos que” ou “é evidente que” ou “é óbvio que”. É essencial que, mesmo quando se repete o que acha evidente, se explique o porquê e se demonstre. Sem isso todos podemos escrever qualquer coisa e apresentá-lo como dogma, atirando para quem discorda o anátema da intolerância ou “teimosia”.

O livro de João Costa e João Couvaneiro envereda por esse caminho. O de achar que é tudo tão evidente que nem vale a pena fazer a fundamentação empírica das suas “evidências”. Que nem uma variante do método científico é necessário para que as suas verdades sejam auto-explicativas. Em 150 páginas, há 9 notas de fim de página, sendo 3 de documentos produzidos pelo actual governo/ministério. Há uma (a primeira) relativa a um texto de natureza “técnica” e é de 2010. Basta comparar com as 6 páginas de prefácio da responsabilidade de António Nóvoa que, de forma perfeitamente natural e no contexto do que é afirmado, cita João Guimarães Rosa, Michel Serres, Mikhail Epstein, George Steiner e John Dewey. Quem se sente seguro de si e do que sabe, não receia identificar as raízes do seu pensamento. Ou aqueles a que se opõe. Quem se ensimesma, talvez por insegurança ou preguiça, recusa o confronto aberto e argumenta no vácuo referencial.

Simplicidade não é simplismo. Clareza na escrita não deve ser equivalente a pobreza de substância.

Quando se pretende replicar a posições adversas, não é estratégia incomum a caricatura ou a omissão de referências exactas, para ser inverificável o que se atribui a um outrém indefinido. Essa foi a estratégia de João Costa e, lamento, de João Couvaneiro. Referem posições críticas, reduzindo-as a formulações simplistas, sem emissores reconhecíveis, para lhes ser mais fácil manipular a argumentação na resposta. Receiam nomear e citar com rigor o que foi dito ou escrito, para poderem afirmar que estão a discutir “ideias” e “conceitos” em abstracto. Mas a verdade é que na introdução até chamam a ética à pedra para legitimarem a prosa produzida que apresentam como “reacção” e “resposta”. Mas não dizem a quem estão a reagir ou responder. Preferem reduzir a expressões caricaturais o pensamento alheio. Nisso fazem muito lembrar o livro-testemunho da ministra MLR, incapaz de ir além da sua circunstância pessoal.

Pessoalmente, acho de uma imensa falta de coragem, o que se quer passar por “elevação”. Não chega a ser sobranceria, pois carece da devida sustentação. Fica-se, no fundo, pelo “achismo” quando se pretende apontar isso a quem não alinha com uma tendência específica do pensamento pedagógico da segunda metade do século XX.

Agora… pensem que escrevi isto e só li o prefácio e a introdução, passando os olhos sobre o resto. Ao contrário dos autores, tenho todo o interesse em citar com clareza tudo o que discordo, porquê e com base em que pensadores, estudos, “evidências”. É essa a longa tradição do verdadeiro “pensamento crítico”.

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Cobardia Política, Plain And Simple

Não vá o outro ainda se lembrar de qualquer coisa que anda muita gente a querer que acreditemos que não sabiam.

Costa: “Não me passou pela cabeça” atingir Sócrates

Líder do PS mantém tabu da fasquia eleitoral, mas garante que não tentou criticar maioria de Sócrates. Diz que Centeno já lhe disse que quer continuar e mantém porta aberta a acordos com Rio.

Mediocridade