Aleluia! Completamente De Acordo!

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, desafiou esta terça-feira “todos os sindicatos a revelarem as atas” das reuniões negociais com o Governo, porque “os professores têm o direito de saber o que se diz”.

Mário Nogueira falava numa concentração que reuniu, na Praça Joaquim de Melo Freitas, em Aveiro, centenas de professores afetos a diferentes sindicatos, naquela que o próprio classificou como “uma das maiores manifestações de sempre em Aveiro”.

“Vamos divulgar as atas das reuniões negociais com o Governo e lançamos o desafio às outras forças sindicais a fazerem o mesmo”, disse Mário Nogueira, justificando que “não é por desconfiança, mas porque os professores têm direito a saber o que ali se diz”.

O dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof) salientou que defendeu “uma mesa única na ronda negocial, mas nem todos o quiseram”.

Quem é que não quis? Só o ME ou mais alguém, recentemente ressuscitado, de tal modo que até precisou de legendas na SICN?

Representantes Amofinad@s

Tive a triste ideia de fazer um comentário no mural de uma “amizade virtual”, que divulgara um texto crítico seu sobre a formação de professores numa dada área disciplinar. E lamentei a apatia da respectiva “associação de professores de…” e a forma como se acomodam a tudo o que o ministro ex-secretário colocou cá para fora nesta meia dúzia de anos, a começar pelas questões curriculares, nada dizendo, por exemplo, sobre a situação da escassez de professores que, por acaso, atinge também essa área.

Ui… o que fui fazer, que me apareceu logo alguém, debitando indignação sobre o que eu dissera e impondo-me, qual tribunal sumário, que demonstrasse o que afirmei. Que eu estava a sujar a imagem de uma associação altamente respeitável, o que estranhei, pois me parece que as acções da dita se sobrepõem naturalmente a um comentário perdido no livro das caras. Mas lá alinhei nove pontos de resposta (oito mais o reparo anterior), nos quais remeti para o site oficial da agremiação, para os seus parcos pareceres, dos quais apenas um é vagamente crítico (por causa de um barrete que foi mais enfiado a outr@s que a el@s), assim como para a forma como assinaram de cruz cartas abertas ou manifestos de apoio à acção do então secretário agora ministro. Claro que lamentei que nem se soubesse o número de associados pagantes e mais umas coisas que já fiz por esquecer.

E eis que me aparece nova indignada de pluma em riste, curiosamente uma anterior presidente da “associação de professores de…” que, comprovando iliteracias digitais anteriormente detectadas, pareceu não ter lido nada e me voltou a verberar – acusando-me de colocar professores contra professores só por ter expressado uma opinião em 2 linhas – que demonstrasse o que afirmava, pois notícias de jornais para ela não contavam. Sendo que a única para a qual deixei ligação, tinha declarações suas, na primeira pessoa, a explicar porque apoiava o então secretário agora ministro. Claro que lhe apontei o facto de em várias ligações, apenas uma ser uma “notícia” e que lamentava que não divulgassem quem está na “associação de professores de…” como voluntári@ e quem são as duas pessoas que se, sem identificação, se assume estarem a 100% por lá.

Por que raio peco tempo com isto? Porque a respeito destas “mobilidades” que dão jeito à tutela para os tais abaixo assinados e encontros sobre “inovação” ou “boas práticas” ou “novas metodologias” marcados para horas em que qualquer professor raso está naturalmente a dar aulas, não sabemos nada. Não há listas públicas destes “representantes” que desconhecemos se são todos, alguns ou nenhuns dos membros das direcções. E eu estranho muito que façam tanta questão em relação à “privacidade” de algo que, tratado desta forma, parece ser algo de que se envergonham. Lá saberão porquê.

Que sou chato? Claro que sim… nem seria a mesma coisa se não fosse. Mas lá que vou aprendendo a cada vez me meter menos a comentar seja o que for em ramo alheio, vou aprendendo. Que o pessoal anda muito epidérmico e amofina-se logo tanto, que fico a pensar que lhe atingi um qualquer ponto G.

Insistência

Parece-me de elementar transparência que os professores saibam quem, em troca de os “representar”, tem direito a mobilidade e redução (total ou parcial) para organizações como aquelas que dizem ser de professores disto ou aquilo. Porque conheço uns quantos casos que parecem servir só para depois angariar apoios para a tutela, quando de alguma iniciativa legislativa. Aliás, conheço uma dessas associações, que sacrificou completamente o seu grupo disciplinar, enquanto o seu actual líder máximo se pavoneia nas redes sociais com tudo o que faz no tempo livre ou a destratar todos os que critiquem o seu amigo ministro. Mas não é a única criatura deste tipo. Gostaria, por isso, de perceber melhor se este tipo de “favores” tem alguma correspondência com o efectivo número de associados. Em tempos, quase se soube isso para os sindicatos (o apuramento foi feito “internamente”, com escassa credibilidade). Gostava agora de saber quantos filiados e representatividade tem, afinal, a generalidade de tais associações que só aparecem para assinalar eventos e subscrever abaixo assinados.

6ª Feira

Quase a entrar em serviços mínimos blogosféricos, não queria deixar, talvez por isso mesmo, de continuar a bater na tecla da opacidade de que se estão a revestir os processos de mobilidade interna dos docentes, seja a motivada por doença, seja a estatutária, seja a de cedência de professores a outros organismos do Estado. No primeiro caso, a definição da “capacidade de acolhimento” foi feita antes de estarem definidas todas as variáveis e em alguns casos parece que de forma muito pouco rigorosa; no segundo caso, tornou-se uma espécie de segredo de Estado, com as listas a deixarem de ser públicas, quem vai para os sindicatos e organizações profissionais de professores (damos com eles lá, mas só a posteriori); no terceiro caso, temos de novo a definição dos contingentes a ser feita de modo ad hoc. Transcrevo parte da descrição que me foi feita por colega colocad@ numa direcção-geral de outro ministério, que é bem reveladora de toda a falta de transpar~encia donque se está a passar.

Perguntei o que é o contingente… Pois disseram-me que decorreu de um “despacho da senhora secretária de estado da educação” só para consumo interno, o qual não foi comunicado a mais ninguém. De 9 pedidos da (…), havia ordens para aprovar apenas 2. Critérios, perguntei? Pois começaram a enrolar a conversa… Primeiro tentaram convencer-me de que havia sido a (…) a hierarquizar os pedidos. Quando lhes disse que tal não é possível, pois tinha estado a falar com o subdirector geral antes, inventaram que tinha seleccionado os 2 primeiros da lista… (…) O melhor foi quando fui verificar a orgânica do governo… Pois… “senhora secretária de estado da educação” é coisa que não existe, a não ser que alguém tenha mudado de sexo…

Mas enquanto, em matéria de Educação, o que faz vender jornais for o caso de Famalicão, até os direitos da águia do Benfica tem mais tempo de antena e espaço impresso do que a fiscalização pública destas situações, a começar pelo secretismo de certos “despachos” e das tais listas de mobilidade estatutária que calham quase sempre aos mesmos, em especial se fizerem bem o seu papel quando são chamados à boca das cenas.

Um Inegável Aroma A Podridão- 1

A situação foi-me contada de forma breve há um par de horas, mas prometeram-me demonstração detalhada para mais logo. Fica a parte mais – em tempos, diria caricata – vergonhosa do que é permitido pelo “esticar” do modelo de add, quando cruzado com o nepotismo na gestão escolar. Passou-se em escola em zona histórica da nossa capital do ex-império.

  1. Um subdirector, casado com a directora, pede para ser avaliado pelo regime geral para poder aceder ao MB/Excelente.
  2. Dessa forma, passa a ser avaliado pel@ coordenadora de departamento que, por sua vez, é avaliad@ pela directora, a que é casada com o tal subdirector.
  3. Ao que parece, ninguém viu por aqui qualquer tipo de incompatibilidade ou incerteza ética ou deontológica. E claro que o avaliado teve a desejada avaliação “meritória”.

Pois…

Esta forma pouco clara de distribuir recursos reflete-se na alocação dos 900 milhões de euros inscritos no plano de recuperação de aprendizagens 21/23. O plano original não diz, e continuamos sem saber, como vão ser distribuídos estes recursos pelas escolas e alunos.

2ª Feira

Dia da divulgação dos resultados dos exames finais do Secundário. Aqueles que continuam a ser feitos em regime de opacidade pelos especialistas do Santo Iavé, que comete os erros e depois disfarça ao longo do período de classificação. Como já expliquei, não estou contra a realização dos ditos exames, que acho importantes como mecanismo de regulação externa, mas contra procedimentos que privilegiam um secretismo muito pouco aceitável em termos de responsabilização por certos desempenhos. Afinal, são meses e meses em que as “equipas” têm de fazer uma ou duas provas e parece que isso é sempre problemático. Isso e a oscilação permanente de critérios e no modo de classificação, tendo aparentemente vencido em muitas disciplinas a tese do valor quase igual para todas as questões, seja fazer uma cruzinha ou desenvolver um tema ou resolver um problema extenso.