No tempo da pandemia tivemos os postigos, agora vem o ministro Costa – em ligação por certo telepática com o PR – falar em “janela” e até diz que “escancarada” para resolver a questão da recuperação do tempo de serviço docente. Mas acrescenta que a janela é para uns e não para outros, porque não se trata de forma igual o que é diferente. O problema homem, é que os congelamentos foram iguais para todos os que por eles passaram, decretados por 2 governos do PS, um dos quais tinha o actual desmemoriado PM como ministro. Se a troika e o governo PSd/CDS aproveitaram essa “janela escancarada”? Claro que sim, Como aproveitou a “janela” da PACC e outras que os governos anteriores tinham aberto, como agora o governo dos Costas quer abrir com a “janela” do Conselho Local de Manda-Chuvas ou Directores ou QZP.
Mas voltemos à “janela” para recuperar o tempo de serviço congelado: a única boa e justa solução é tratar como igual o que foi igual, ou seja: contar o tempo de serviço como ele foi cumprido por TODOS os docentes. Claro que quem na altura estava no 9º escalão da estrutura da actual carreira, agora até já estará aposentado, mas isso não é a regra. Quem ainda está no activo prestou serviço, fez descontos, por igual, independentemente do escalão em que estava em 2005 ou em 2011 e esse tempo de serviço não pode ser recuperado de forma diferenciada. O faseamento é uma coisa, o escalonamento conforme a posição na carreira é outra. Até porque – vamos lá não ser idiotas ou tratar os outros como indigentes mentais por uma vez, ó shôr ministro Costa – quando da reposição da parcela de tempo congelado, isso foi feito de forma igual para todos, sem esta ideia de asno de diferenciar conforme se estivesse nos “primeiros” (quais?) ou outros (intermédios? finais?) escalões.
Até porque só assim se poderão desfazer algumas injustiças que nasceram de quem foi reposicionado na carreira, sem ter passado pelos congelamentos, ultrapassando quem os sofreu. Sim, quem está no actual 10º escalão não pode progredir mais, mas pode ser compensado em tempo para a aposentação. Ou quem está no 9º poderia ter a possibilidade de optar por uma das possibilidades. Agora dizer que se pretende tratar de forma diferente o que foi igual, é que não. A idiotice deve ter limites, bem como as mentiras descaradas.
Os congelamentos foram ambos decretados por governos do PS e, na prática, as listas de espera para os 5º e 7º escalões representam um 3º congelamento. Para outras carreiras, a “História” foi reescrita. Os encargos com a recuperação do tempo de serviço não são, nem vagamente de perto, os que o primeiro Costa vai para a televisão dizer. As conferências de imprensa antes das rondas negociais foram uma vergonha. A nota à comunicação social sobre o parecer da PGR de uma desonestidade vergonhosa.
Para além disso, os mensageiros “porfírios” esquecem-se que votaram uma resolução pela recuperação integral do tempo de serviço para meses depois chumbarem propostas de lei nesse sentido. Quando foi debatida uma ILC para essa recuperação, o “porfírio” original foi, ao mesmo tempo, o relator da Comissão de Educação e o deputado que defendeu a posição governamental e do PS, contrária à iniciativa, perante a complacência de toda a dita Comissão. Todos este processo está eivado de má-fé de um dos lados, com mentiras sucessivas e manobras mediáticas para intoxicar a opinião pública e alimentar grande parte da opinião baldaizada, desculpem, publicada.
O que foi feito, com colaboração ou sob pressão do PR, foi a apresentação de uma “opinião” acerca de um assunto, com ar de sonsice, com falsos pressupostos e o objectivo de criar brechas na revolta dos professores.
Sim, eu sei que o ministro Costa ainda consegue que lhe sejam organizados eventos, onde umas dezenas de delegados seus nas escolas e algumas centenas de gente seduzida pela “flexibilidade”, “inclusão” de decreto e abelha distópica o acolhem e aplaudem como no passado. Acredite, muitos desses são dos piores capatazes nas escolas, desde os que contratam a família de forma disfarçada aos que recusam o pagamento devido aos antigos colegas, a partir do momento correcto da sua progressão (se quiser saber quem são, é fácil, vá à sua agenda telefónica e procure, por exemplo, em directores de teip da península de Setúbal), não esquecendo os que submergem directores e conselhos de turma de inutilidades, em forma de formulários, grelhas, monitorizações, avaliações e outras aberrações. É gente que anseia por uma carreira “diferenciada” porque, como se sentem “diferentes” não lhes chega a redução de horário e o actual suplemento remuneratório, doendo-lhes as quotas semelhantes às impostas aos “subordinados”.
Que há director@s fabulos@s e equipas directivas notáveis? Sim, há, mas não são os que vão aplaudir o ministro, com a caudazinha a dar a dar, à espera dos doces desejados. @s director@s respeitados são os que ainda se sentem professores e não “gestores” ou “promotores” de sucesso estatístico. Não os que o ministro Costa lambuza de elogios ocasionais, garantindo-lhes um “orgulho” oportunista.
Independentemente das zangas sindicais internas, das discordância mais ou menos óbvias quanto a tácticas de “luta” ou sobre a cascata de manifestações, a larguíssima maioria da classe docente está farta destas políticas, de que o ministro Costa é apenas o rosto actual, peça menor (mesmo se muita satisfeita com a sua própria importância) de uma engrenagem que há quase 20′ anos nos tritura.
E estamos fartos. Desde logo de ser tratados pelo ministro Costa e pelaa sua corte próxima como se fossemos manipuláveis por mensagens de redes sociais ou incapazes de ver a verdade e os meandros dos truques. Porque se há coisa que o ministro Costa e os seus não perceberam é que só são os mais inteligentes e espertalhões nas suas próprias tristes cabecinhas, mesmo que lhes sejam distribuídas tenças, lugares de conforto, medalhas ou comendas.
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