Notícias Do Absurdistão

Uma professora tem um processo disciplinar, de que se está a defender, porque num documento interno da escola se referiu a uma aluna de uma determinada nacionalidade, dizendo: “a aluna de nacionalidade x com determinado nome” tem uma série de problemas e, ao referir os problemas, visava proteger, apoiar e obter recursos para que esta aluna pudesse ser apoiada convenientemente. Por mencionar a nacionalidade da aluna, apenas e só a nacionalidade da aluna, a professora tem um processo disciplinar por discriminação. Isto é, a mera menção da nacionalidade da aluna foi interpretada como um ato discriminatório, levando à abertura de um processo disciplinar.

Sensacionalismo, Certo?

Uma senhora, certamente muito temente a Deus, com um cargo importante numa instituição católica de solidariedade social, fez uma conversa telefónica, “de memória” com um jornalista da Renasceça (peça inicial aqui) e disse uma série de coisas inexactas que acabaram por provocar uma escusada polémica, pelo menos com os contornos que teve, porque houve logo gente muito apressadinha que se encavalitou em modo que em outros seria “sensacionalista”.

Que a nova gerência do Bloco percebe pouco do funcionamento concreto das escolas já se tinha percebido e tende a gritar por fogo ao ver uma caixa de fósforos no chão, sem sequer ir ver se está vazia. Mas esperava um pouco mais do Livre, que se apressou numa “nota de condenação”, que nem sempre teve o cuidado de apresentar no caso de outras agressões em ambiente escolar. Aliás, com outras carpideiras de hoje, talvez por ser do Chega, absteve-se quando a agredida foi uma professora grávida.

Na altura, algo me soou mal na estória toda porque, apesar de ser muito crítico da “cosmética” aplicada à indisciplina em muitas escolas, havia por ali detalhes omissos ou pouco congruentes. Sinceramente, pareceu-me que algo tinha sido “embelezado” e divulgado em modos algo imprudientes, para não dizer lamentáveis.

Com o passar do tempo, a cebola vai-se descascando e percebe-se que este tipo de “denúncias”, mal fundamentadas, feitas a traço grosso, são mais prejudiciais a médio e longo prazo do que o pretenso benefício de “trazer estes assuntos para a discussão pública”.

Centro Padre Alves Correia admite que termo linchamento não foi o “adequado” e que foi um erro prestar informações sobre “idade e nacionalidade” de criança. Exemplo foi dado numa conversa telefónica.

A indisciplina e violência nas escolas não é algo disseminado de um modo descontrolado, mas vai tendo, de novo, traços preocupantes. Infelizmente, parte desse fenómeno resulta de um laxismo disciplinar que a maioria das “esquerdas” instituiu e apoia. É grave, independentemente da nacionalidade de qualquer criança ou jovem. Não deve ser relativizada com aquelas teses do tipo “todos somos vítimas”, “a sociedade é a culpada” ou “temos de ver que o agressor também é uma vítima”. Isso é tudo uma conversa fiada que serve para alimentar “formações” dadas por organizações que sobrevivem dos apoios e subsídios para ensinarem o que leram nuns livros e pouco mais.

A violência e a indisciplina devem ser encaradas como fenómenos que existem, com causas exógenas e endógenas às organizações escolares. E como tal devem ser prevenidas e combatidas, a começar pelo exterior das escolas e por um esforço sério por combater essas causas, não recorrendo e uma maquilhagem no interior das escolas, aplicando, por exemplo, décadas a fio “contratos” com alunos que gozam com tamanha chonice, incluindo umas “actividades de integração” que criam mais conflitos do que resolvem. Sub-registando as ocorrências. Arquivando-as de modo sumário, por serem incómodas e “darem má imagem à escola”. Em regra, perdem-se mais alunos com o laxismo do que com o rigor. E perde-se, com toda a certeza, o respeito de todos.

Nada se resolve com qualquer tipo de sensacionalismo, woke tuga ou chegano. Não estou a dizer que são equivalentes ou moralmente equiparáveis, porque não sou um relativista nesta matéria, como certos pós-modernos tardios. Mas são ambos prejudiciais ao tratamento sério deste tipo de problemas. Que é grave. Entre alunos. Contra professores. Até contra e entre familiares.

Será Preciso Recorrer À UTAO?

Ir ao Parlamento, centro do regime democrático parlamentar, nunca pode ser um aborrecimento. É um dever e uma exigência natural da Democracia. Se não vivem bem com isso, não aceitem cargos “executivos” ou aprendam a Constituição.

PSD vai contar custos das propostas da oposição e horas que os ministros passam no Parlamento

Idiotice? Esgotamento?

O Presidente da República comparou na terça-feira o atual e o anterior primeiro-ministro, afirmando que “António Costa era lento, oriental” e Luís Montenegro “não é oriental mas é lento”, num jantar com jornalistas estrangeiros.

“Não imaginam como é difícil eu adaptar-me a um novo primeiro-ministro”, admitiu Marcelo Rebelo de Sousa no referido jantar no hotel de Lisboa, de acordo com o som cedido à agência Lusa pelo Correio Braziliense, traçando o perfil do atual e do anterior chefe do Governo.

Segundo Marcelo, o estilo de Montenegro é “completamente diferente” do de António Costa. Montenegro “não é lisboeta nem portuense, é uma pessoa que vem de um país profundo, urbano-rural, urbano com comportamentos rurais”. “É muito curioso e dificil de entender precisamente por causa disso”, acrescentou.

Não Havia Nexexidade

Com tantos argumentos razoáveis e válidos, vai-lhes bater logo aquilo em que se calhar pensam mais.

Mais de duas mil pessoas assinaram uma petição a reclamar o fim do projeto-piloto de manuais digitais nas escolas com o argumento de provocarem atrasos na aprendizagem e apresentarem o risco de acesso a conteúdos indevidos, como pornografia ou violência.

Inteligências

Alguém – não estou a ver televisão, apenas a ouço – ligado ao PS dizia que, após 8 anos de governação socialista, a vitória da AD é por escassa margem. Certo. Mas não dizem que a governação foi fantástica? Lá por isso, tecnicamente, em finais de 2015, o Passos Coelho ganhou, após mais de 4 anos de troika.

È profundamente deprimente um tipo acabar por ouvir gente deste nível a comentar nas televisões e provavelmente bem paga para o efeito. Pior mesmo é apresentarem o mini-Marcelo e o Júdice como “comentadores” na SICN.

A mediocridade instalou-se no poder político-mediático e nada de “deslargar”.

Quando Se Deixa Falar Sobre Educação Quem Dela Nada Percebe

Esta senhora, arquitecta, vice-presidente do Chega não percebe pataviba de Educação e duvido que soubesse qual o custo médio por aluno no ensino privado, mesmo se não é muito difícil fazer as contas às propinas. Duvido ainda que consiga caracterizar o ensino privado na sua diversidade. Mas sabe falar em “eficiência” e pouco mais. E, ao que parece, acha que a despesa na Educação Pública é um “desperdício”. Embora verdadeiro desperdício, seja o tempo de antena que lhe é dado para falar do que não entende.

(agradeço o envio da gravação ao Ricardo Santos)

O que é engraçado é que soltam esta malta nas televisões quando, ao mesmo tempo, andam a tentar sacar votos aos professores das escolas públicas. E fica muito à vista que, ou são hipócritas nas loas que tecem aos professores das escolas públicas, ou o deputado Mithá está a ter muita dificuldade em ficar à superfície no Chega, mesmo na área em que teoricamente é especialista e primeiro responsável pelas propostas do partido onde ainda está.

Quando ao grande líder Ventura, acredito que um dia diga uma coisa e outra em qualquer outro, mas ao menos esse parece convicto de tudo e do seu contrário, a ver se agrada a todos.