“Estabilidade” Que Pagamos À Custa Da Nossa Instabilidade

Custo dos contribuintes com a banca dava para pagar um Plano de Recuperação e Resiliência

O Estado gastou 24,6 mil milhões de euros com a Banca entre 2010 e 2023, em nome da “estabilidade do sector financeiro”. É mais de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 e dava para um novo Plano de Recuperação e Resiliência.

5ª Feira

Quando os sisudos bancos suíços começam a colapsar, uma garantia do Medina de que tudo está bem é um alerta vermelha. Entretanto, não sei se não deveria ser feita uma exposição ao Banco Nacional da Suíça para nos dispensar 1% do dinheirinho que vai meter no Crédit Suisse de maneiras que, sei lá, resolvia o problema dos professores portugueses, que também são uma clara ameaça para a estabilidade do sistema internacional, até porque não são geniais gestores, como estes que enterram bancos atrás de bancos, por respeitáveis que aparentem ser.

4ª Feira

O tesourinho deprimente que é a estórinha do Novo Banco era mais do que previsível desde o início. Mas muita gente optou por “acreditar” na bondade da solução. Ouvir ontem a Helena Garrido dizer que, afinal, a nacionalização proposta pelo PCP e Bloco não diminuiria os encargos,mas ao menos o Estado teria o património do banco e até poderia ser um caso de sucesso como a recuperação da CGD é apenas caricato.

Sábado

Nos tempos digitais em que dizem vivermos, em que tudo pode ser tele-resolvido, eis que para “resolver” um daqueles contratos de utilização de um cartão de crédito não solicitado e objecto de umptésima alteração aos termos, é necessário dirigir “comunicação escrita” à instituição bancária “em papel ou noutro suporte duradouro”, não se percebendo bem o que esta última expressão poderá significar. Pelo que em papel terá de ser, para que nenhuma “tecnicalidade” não seja alegada para continuarem a sacar, a seu belo prazer e escassa regulação, o que bem entendem por serviços que antes se dizia servirem para economizar encargos à dita instituição.

E estamos a falar do banco público, agora transformado em mais um “sacador” desde que serviu de caverna do ali-babá para financiar negócios à cardona e à vara, de um lado ao outro do “espectro” e salvar milénios e outros assim.

O Ordenado Mínimo É Que Leva O País À Falência

Sim, eu sei que os problema são os privados que não podem pagar. Fossem todos espertos e fundassem bancos… que o Estado pagaria tudo.

Novo Banco vendeu GNB Vida com desconto de 70% “coberto” por ajuda do Estado

Seguradora foi vendida por 123 milhões a fundos geridos pela Apax. Operação gerou perda de 268,2 milhões, que foi compensada com nova chamada de capital do Fundo de Resolução. Negócio foi fechado com magnata condenado por corrupção nos EUA.

Reparem que na reacção, o Novo Banco parece mais preocupado em limpar a imagem do comprador, do que em justificar a forma como usa os dinheiros públicos para cobrir “descontos”.

E só esse “desconto” é o dobro do dinheiro com que o ministro Tiago enche a boca acerca do investimento em pessoal para as escolas (125 milhões).

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E Continuamos A Pagar Isto Tudo Porquê?

Novo Banco vendeu 13 mil imóveis a fundo anónimo, deu crédito e recebeu compensação estatal pelas perdas

Foi o maior negócio imobiliário em Portugal nos últimos anos. Foi uma “pechincha”. O Fundo de Resolução cobriu as perdas de centenas de milhões. O Novo Banco vendeu e emprestou o dinheiro a quem comprou. Quem? Não se sabe. Ninguém escrutinou os compradores.
Para que, como eu, não tem acesso exclusivo, há um resumo aqui. Isto é tudo demasiado mau, mas a coreografia é sempre a mesma.
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