O tesourinho deprimente que é a estórinha do Novo Banco era mais do que previsível desde o início. Mas muita gente optou por “acreditar” na bondade da solução. Ouvir ontem a Helena Garrido dizer que, afinal, a nacionalização proposta pelo PCP e Bloco não diminuiria os encargos,mas ao menos o Estado teria o património do banco e até poderia ser um caso de sucesso como a recuperação da CGD é apenas caricato.
Categoria: A Dona Banca
Sábado
Nos tempos digitais em que dizem vivermos, em que tudo pode ser tele-resolvido, eis que para “resolver” um daqueles contratos de utilização de um cartão de crédito não solicitado e objecto de umptésima alteração aos termos, é necessário dirigir “comunicação escrita” à instituição bancária “em papel ou noutro suporte duradouro”, não se percebendo bem o que esta última expressão poderá significar. Pelo que em papel terá de ser, para que nenhuma “tecnicalidade” não seja alegada para continuarem a sacar, a seu belo prazer e escassa regulação, o que bem entendem por serviços que antes se dizia servirem para economizar encargos à dita instituição.
E estamos a falar do banco público, agora transformado em mais um “sacador” desde que serviu de caverna do ali-babá para financiar negócios à cardona e à vara, de um lado ao outro do “espectro” e salvar milénios e outros assim.
Já Não Chega O Dinheiro Que Nos Sacam…
… directa ou indirectamente, ainda têm de nos ligar em pleno Agosto dos bancos a garantir que têm o melhor negócio de sempre para nos sacarem mais comissões, fazerem o 12º seguro de vida ou aplicarmos 36 meses o dinheirinho com a garantia de 0,1% de juros (menos impostos) no final?
O Ordenado Mínimo É Que Leva O País À Falência
Sim, eu sei que os problema são os privados que não podem pagar. Fossem todos espertos e fundassem bancos… que o Estado pagaria tudo.
Novo Banco vendeu GNB Vida com desconto de 70% “coberto” por ajuda do Estado
Seguradora foi vendida por 123 milhões a fundos geridos pela Apax. Operação gerou perda de 268,2 milhões, que foi compensada com nova chamada de capital do Fundo de Resolução. Negócio foi fechado com magnata condenado por corrupção nos EUA.
Reparem que na reacção, o Novo Banco parece mais preocupado em limpar a imagem do comprador, do que em justificar a forma como usa os dinheiros públicos para cobrir “descontos”.
E só esse “desconto” é o dobro do dinheiro com que o ministro Tiago enche a boca acerca do investimento em pessoal para as escolas (125 milhões).
E Continuamos A Pagar Isto Tudo Porquê?
Novo Banco vendeu 13 mil imóveis a fundo anónimo, deu crédito e recebeu compensação estatal pelas perdas
Foi o maior negócio imobiliário em Portugal nos últimos anos. Foi uma “pechincha”. O Fundo de Resolução cobriu as perdas de centenas de milhões. O Novo Banco vendeu e emprestou o dinheiro a quem comprou. Quem? Não se sabe. Ninguém escrutinou os compradores.

Até Ao Infinito E Mais Além
E pagam a tempo e nem refilam… porque está no “contrato”. E não se pode deixar de cumprir o que foi “acordado”. E aqui há sempre “direitos adquiridos”. Irrevogavelmente.
Injeções de dinheiro no Novo Banco podem atingir valores “desconhecidos”
Achavam que era muito dinheiro pagar o que sacaram aos professores anos a fio em tempo de serviço? Mesmo com os números centénicos todos aldrabados? Então fiquem-se com esta derrapagem e digam que o homem não é um génio das finanças. E é isto o “banco bom”.
Ou seja, o valor do capital já injetado este ano com recurso a fundos públicos e em plena crise ascende aos tais 1035 milhões, o que representa uma derrapagem de mais de 70% face ao que foi aprovado no Parlamento, no OE2020, mas também fura o máximo anual previsto, que é de 850 milhões de euros.
Se Extinguirmos O Topo Da Carreira Docente Dará Para Pagar O Buraco?
Por “Final”, Entenda-se A Última Antes Da Seguinte
Adoro aquelas teorias de economistas de nomeada acerca do one shot das injecções de capital na banca falida. One shot after the other. Até à bebedeira “final”.
Governo prepara injecção final de 1,4 mil milhões no Novo Banco
A Pescadinha De Rabo Na Boca
O Pedro Santos Guerreiro está na TVI24 a dizer que o futuro falido Novo Banco pode passar pelo BCP que não faliu graças aos favores da CGD que, em boa parte por causa disso, se ia afundando até ser preciso ir buscar para a administrar um antigo quadro do BCP. E ainda se diz que isto pode ser um alívio para “o Estado”? A sério? Não se altera apenas a mão estendida (privada) que saca o dinheiro (público)?
É só rir.
A Tertúlia Dos Génios Financeiros Do Burgo
A meio da manhã caí de cabeça numa espécie de “debate” na TSF com os cinco presidentes dos maiores (?) bancos a “operar” (deve ser no sentido da ablação de órgãos) em Portugal, tudo a abrir com o genial presidente do Banco de Portugal e a fechar com o secretário de Estado que é primo do (ainda?) Special One. Até deu para Paulo Macedo contar a história (que é mais um poema) de Mário Henrique Leiria, o que motivou entusiasmo na plateia e jornalistas presentes, como se fosse a primeira vez que ouvissem falar n’A Nêspera.
E vamos assim.
(continuo a achar maravilhosas as iniciativas, cheias de parcerias, apoios e sinergias, em que surgem a falar pessoas de grande currículo em qualquer coisa sobre o futuro do país, com moderação e promoção de órgãos de comunicação social que precisam muito de publicidade e coisas desse tipo)