A Ler

Charter Schools are frauds. The actions of a former administrator at a public school prove it.

(…)

The core problem with charter schools lies in their funding model. Public schools receive a set amount of money per student from taxpayers. This funding is supposed to ensure equitable education opportunities for all students, regardless of their socioeconomic background. However, charter schools divert these public funds into private hands. This diversion creates a parallel system where public dollars fund privately managed schools, which often lack the transparency and accountability of public institutions.

Estatuto De Exclusividade?

O Conselho Nacional de Educação (CNE) defende que é preciso reforçar a fiscalização das actividades que alguns professores da escola pública, com estatuto de exclusividade, desempenham, como é o caso das explicações, de modo a prevenir “eventuais actos indiciadores de conduta fraudulenta ou de quebra ética”.

Vamos lá por partes…

  • A única vez que dei explicações, foi nos tempos da Faculdade, e foi à irmã de uma amiga que ia fazer exame de 12º ano , como aluna externa. Quando aluno, perante a “oferta” de explicações por uma das minhas professoras, exactamente do 12.º ano, reagi da mesma forma que ainda reajo perante situações similares… disse que o que tinha a aprender deveria ser nas aulas dela. No entanto, não demonizo quem as dá, desde que respeite não um período, mas uma “área de nojo”, correspondente à comunidade escolar de cada docente.
  • O artigo 111.º do ECD não é muito determinista em relação ao que pode ser, ou não, acumulado com a docência, pois até prevê “actividades de carácter ocasional que possam swer consideradas como complemento da actividade docente”.
  • Quem realmente tem um regime de exclusividade que implica o não exercício de outras actividades remuneradas são @s director@s, mas isso nunca impediu certos negócios paralelos, ao ponto de um dos maiores exemplos de sucesso, aqui perto do Sado, ter dado origem a promoção e tudo, nos últimos tempos do sonso bestial.
  • Com tanta coisa interessante para se dedicar, o CNE acha que as “explicações” e a sua fiscalização é que merecem a sua atenção? Realmente, por aqui é que passava bem uma varridela.

6ª Feira

Acho bem que as escolas se “abram” à comunidade educativa, que exista diálogo, participação, parceria tudo isso. E, pelo caminho, que tudo seja feito com boa educação, cortesia no mínimo q.b. e respeito. O “empoderamento” das “famílias” no âmbito da Educação e da vida das escolas não deveria ser feito com os pés para a frente, com queixas de tudo e mais alguma coisa, nos intervalos da apatia e ausência. O mau hábito instalado da rudeza e arrogância, alimentado por quem, ao nível da gestão escolar, diz coisas como “os pais é que mandam nisto” ou “tem cuidado ou eles queixam-se ao ME/CMTV/prima da cunhada da porteira d@ ministr@”, precisa ter mensagens claras de que não pode existir. Nem é a questão de “não dever”, mas sim de “não poder”. Não falo necessariamente das penas agravadas para quem agride professor@s ou funcionári@s das escolas, mas algo muito mais a montante, que é o da educação parental para o exercício responsável e respeitador dessa mesma parentalidade e do papel de encarregado de educação.

Como encarregado de educação dirigi-me poucas vezes a director@s de turma, mesmo conhecendo o sistema por dentro e apesar da minha petiza ter sido brindada com duas portas na cara, uma vez no 1.º ciclo e outra no 3.º. Em qualquer dos casos com marcas para o provar. Fui mais vezes incomodado pela estupidez de outros encarregados de educação – como um proto-nazi que queria à força ser “representante” – do que incomodei e muito menos desrespeitei o trabalho alheio. Acredito que seja algo que resulta de ter atravessado o meu ensino não superior quase todo nessa alegre década de 70 do século XX. Aprendi, inicialmente, o respeito, e assisti, depois, ao desrespeito sistemático. Disso, soube traçar uma espécie de mediana. O problema são as parentalidades que apenas conheceram a forma sonsa de desrespeito na sua própria formação e não conseguiram ir além da fase dos direitos e não dos deveres.

Sei que não sou o DT mais simpático com @s encarregad@s de educação que têm o azar de me apanhar. Não sou “fofinho”, não dou o meu número de telefone, não adiro a grupos de uótesape, não estou contactável e disponível 24/7. Tenho horário de atendimento e mail, ao qual acedo todos os dias, raramente ao fim de semana. Tenho o Classsroom para comunicar com os alunos. Não chamo ninguém à escola só porque sim. Não faço telefonemas semanais a horas que não sei se são convenientes para quem também trabalha. Responsabilizo-me pelo que é “meu”, do portão para dentro e aconselho o recurso às autoridades competentes, do portão para fora. Faço o meu trabalho, o melhor que sei, não em busca de simpatias imediatas, mas apostando em formar pessoas que no futuro me orgulhem e não me envergonhem, naquilo que de mim depender. Ao fim destes anos todos, tenho alguma segurança no que faço, embora saiba que há sempre margem para melhorar. Ou para não piorar.

Não gosto de interferências externas, de bastidores, à socapa. Responsabilizo-me pelas minhas decisões, boas ou más. Não escondo do que e de quem não gosto ou acho com competência abaixo do sofrível. A minha vida profissional não se mistura com a vida pessoal. Curiosamente, isso funciona bem com a larga maioria d@s alun@s (até já fui acusado de @s mimar demais, por mais de uma vez e estou a descontar as parvoeiras que ouço ao pessoal, sem espelhos em casa, do ciclo de escolaridade seguinte quando se esquece que tenho audição de tísico),

Ahhhh… e lido muito mal com ameaças, directas (raras), enviesadas (algumas) ou contra terceiros (mais frequentes). Quando leio ou ouço algo do género “olhe que me vou queixar ao ministério” ou “se não fizer nada, eu vou aí e faço e aconteço”, entro em modo catana nos dentes e então “queixa-te” ou “vem cá”. Sei que a minha melhor defesa será o testemunho dos meus alunos, se me faltar outro tipo de apoio. Por isso, quando leio coisas escritas numa língua vagamente aparentada com o português ou, em alternativa, em modo neo-eduquês parental, a ameaçar colegas que merecem o maior dos respeitos, passo da catana para o míssil teleguiado entre os dentes.

Se a escola se deve abrir ao exterior, então teremos de ver as coisas funcionar nos dois sentidos?

Certo?

As Faltas Dos Professores E A Medicina do Trabalho

Acho interessante e estimável a acção da AJDF, mas é sempre bom verificar estes dados das faltas dos professores que o ME coloca cá para fora quando dá jeito. Neste caso, foi notícia de final de Janeiro, ainda em regime costista e deve-se a estudo de Isabel Flores, que numa altura diz que não há falta de professores e em outra diz que, afinal, faltam. Assim, de cabeça, 2 milhões de faltas por ano, a ser verdade, tendo em conta que existem cerca de 150.000 docentes em exercício, dá um pouco mais de 13 faltas por ano, ou seja, pouco mais de uma por mês. Para classe tão envelhecida, acho pouco e até me parece que é um valor bem abaixo da média da administração pública, como a Fenprof destacou na altura.

Outra coisa, é a falta de procedimentos regulares relacionados com a Medicina do Trabalho no caso dos docentes, que são obrigados a passar por situações caricatas, com a chancela dos próprios serviços do ME.