Memórias De Infância

Tenho estado a ler as memórias (recolhidas oralmente) de Carlos Antunes, o mítico líder das Brigadas Revolucionárias, por variados motivos, mas também por causa das minhas memórias dos assaltos feitos em Alhos Vedros (onde vivi até à idade de Cristo, o original), como já escrevi mais de uma vez), em 1972 e 1973, à dependência do B.P.A. e a tudo o que os rodeou e os fez entrar na mitologia local.

Afinal, foi praticamente tudo como me lembro e que já poderia ter confirmado no Marxists.org ou nas páginas 279-280 desta tese de doutoramento sobre a luta armada em Portugal, entre 1970 e 1974. A parte pitoresca dos assaltos, em especial do segundo, sempre me ficou como um dos episódios mais curiosos da luta política da época, mesmo se eu não passava de petiz. Mas numa das notícias, aparece um puto de 9 anos (mais um do que eu) a prestar declarações ao jornal A Capital (“Gostei mais deste do que do outro. Ora, ao menos esta vez, havia uma menina bonita como nos filmes”) portanto… não fui eu, porque morava ainda relativamente longe do centro da acção, mas até poderia ter sido.

Crescer nesta zona foi uma escola espectacular para olhar com, talvez excessiva, condescendência para muitos pretensos radicalismos e certas epidermias que por aí aparecem. Afinal, não é em todo o lado que “a população local encara já os acontecimentos como quase rotineiros” e alguns sentiam mesmo uma espécie de euforia ao relatar os acontecimentos vivenciados“, conforme notícia do Diário de Lisboa.

(Isabel Lindim, Carlos Antunes, Memórias de um Revolucionário. Alfragide, 2014, pp. 191 e 193)

Uma opinião sobre “Memórias De Infância

  1. No Vietnam, quem assalta bancos ou financeiras é condenado à pena capital. Mesmo que utilize colarinho branco para assaltar. É o caso de uma senhora, bem sucedida na vida, que aos 67 anos se vê confrontada com os milhões de clientes que, enquanto empresária e dona de um banco, defraudou.

    Esqueceu-se de ficar mentalmente incapacitada.

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