3ª Feira

E agora, para algo completamente diferente:

Como chegámos aqui?

Na minha canção pop favorita de sempre, logo no final da primeira estrofe, o David Byrne perguntava, “Bem… como cheguei aqui?” E logo a seguir dava a resposta “deixando os dias passar, deixando a água prender-me”. Ou o que preferirmos entender por hold me down.

16 opiniões sobre “3ª Feira

  1. O texto do Paulo está excelente. Poucos fariam melhor. Gosto do poema, gosto do Eça, gosto da reflexão, gosto das perguntas. Enquanto lia, uma se levantou sem que eu a pedisse. Como chegámos aqui, onde? Poderíamos perguntar como chegámos a uma primeira ou segunda guerra mundial, ou tantas outras. Como chegámos a Gaza, por exemplo. Não é só em Portugal que há “inconseguimentos”. Os nossos, têm muitas explicações e nenhuma é completa ou definitiva. Qualquer país, qualquer sociedade com um percurso histórico fortemente marcado pela pandemia das religiões, é um país ou uma sociedade falhada. Vejam a força do Islão a condenar tanta gente à pobreza, à ignorância e ao subdesenvolvimento. Vejam a força das religiões orientais com idênticas consequências. Vejam a força do dogmatismo católico que nos condenou à ignorância e às trevas durante séculos e séculos. E continua. As raízes não secaram e a seiva ainda corre.
    Talvez estejamos condenados não só a ser livres, como diria Sarte, mas condenados à democracia. Portugal chegou aqui, assim, como tão bem disse o Paulo, mas já se libertou de muitas amarras do passado. Temos de vencer outras e as do presente parecem bem negras.

    Gostar

  2. A criança portuguesa é excessivamente viva, inteligente e imaginativa. Em geral, nós outros, os Portugueses, só começamos a ser idiotas – quando chegamos à idade da razão. Em pequenos temos todos uma pontinha de génio.

    Eça de Queirós

    Liked by 1 person

      1. O Diabo ou a Besta precisa ser dominado, antes que faça mais destruições e continue a dizer mentiras e ocultar diz:

        Tinha razão.
        A luta diária é fazermos que o Anjo triunfe sobre a Besta!

        Gandhi disse:
        “…E no final o amor vencerá o ódio”!

        Contudo o diabo, precisa de levar com o pé de São Miguel em cima, e com a espada de São Jorge, para furá-lo!

        Gostar

      2. Evidências:
        – Há sempre pessoas que tendem para o “Bem”!
        – Há sempre pessoas com mais inclinação para o “Mal”!

        Para estes últimos, mais luz (conhecimento, educação e sentido de justiça)!

        Ou será a luta (eterna) e Bíblica ente Caim e Abel?

        Gostar

  3. Já comprei.
    Notei menos Diário de Notícias no quiosque.
    Por que será?

    Obrigado Paulo.
    Obrigado DN.
    Vamos reerguer o DN!

    Gostar

  4. Adorei o texto e compreendo aquele toque de desalento (no meu caso é verdadeiro desânimo).
    Mas,
    peço que o Paulo compreenda,
    só me vêm à cabeça as seguintes palavras:
    – a culpa é do neoliberalismo e dos dogmas católicos.

    Gostar

    1. A culpa, entre nós, é demasiado difusa… porque quase toda a gente é cúmplice do ue se tem passado. Porque, quem não alinha, é colocado “fora” e nem sempre é fácil resistir a isso. E os “feudos” são de todos os quadrantes. Conheço dos “liberais”, mas também dos “progressistas”, dos “católicos”, mas também dos “anti-clericais”. Nisso, não sou faccioso. Há gente boa e má em todo o lado.

      Gostar

      1. “Há gente boa e má em todo o lado.”

        Será?

        Agostinho,
        há gente boa, mas daquela mesmo boa, na direita?

        Por outras palavras:

        Agostinho,
        há gente boa de direita, mas daquela direita mesmo de direita?

        Gostar

        1. Perguntas provocadoras, mas que não incomodam.
          Sim, há gente boa e má em todo o lado. Concordo com o Paulo. Um Homem não se reduz à esquerda ou à direita. Já havia e sempre houve gente boa e má antes de saberemos se eram de esquerda ou direita.
          Em sociedade politicamente organizada, não faz qualquer sentido a designação de boa ou má pessoa. Portanto, a última questão colocada é absolutamente inútil e de retórica. Como responderias se te perguntasse se o senhor ventura era ou não boa pessoa? (não o senhor ventura do Torga)
          Para muitos, é, caso contrário não votavam nele. Salazar, era boa pessoa ou má pessoa? Lenine, era boa ou má pessoa? Marx, era boa ou má pessoa? Einstein, era boa ou má pessoa?
          Em política estas são questões que fazem pouco ou nenhum sentido.
          Para te deixar mais feliz e contente:
          Acredito mais, em consequências boas com políticas ditas de esquerda, do que com políticas de direita. O que não tem nada a ver com pessoas boas ou com pessoas más.

          (Noutras circunstâncias responder-te-ia com outro rigor)

          Gostar

  5. Depois de ler o texto só me vem à memória os proféticos e intemporais versos…

    “Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
    Senhor, falta cumprir-se Portugal!”

    Fernando Pessoa

    Gostar

  6. E, no horizonte, temos dois caminhos: uma coligação de direita a privatizar tudo o que puder (a começar pela educação) e a neoliberalizar salários, pensões e afins, ou, uma coligação de esquerda com o que já conhecemos ser possível. A escolha é dramática? É o que há. Corrupção, infelizmente, haverá sempre. Por enquanto, ainda é possível ter um jornalismo livre que a denuncie. Nas “experiências” na Europa “a bem da nação”, os primeiros a silenciar são os jornalistas seguidos dos outros que pensam poder dar uma opinião contrária ao “Grande Chefe”. Tudo o resto é uma cortina de fumo à procura de audiências.

    Gostar

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.