6ª Feira

O número varia, mas entre 50.000 e 130.000 portugueses actualmente residentes no estrangeiro vão, aparentemente ficar sem médico de família (tal como eu, que por cá resido). O PSD que há seis meses considerava que a medida era de “gravidade extraordinária”, agora já a acha boa, porque ajuda a limpar os números de utentes sem o dito recurso do SNS.

A pirueta é má em si mesma, pela falta de credibilidade que traz consigo a quem faz o que antes criticava. Mas é igualmente má pelo princípio que incorpora: em caso de “emergência”, uma das soluções para cosmetizar os indicadores é retirar um determinado direito ou serviço público aos cidadãos.

Agora, imaginem que isto se aplica à Educação… e se começam a fazer cortes no currículo para reduzir a necessidade de professores. Se isto já anda pelo “essencial”, nem quero ver abaixo do dito nível. Ou que, como há por aí quem defenda, se passem a meter como regra mais de 30 alunos por turma nas salas de aula, mesmo as que só têm 28 cadeiras… em nome da “emergência”. Será que percebem que, assim sendo, o êxodo será maior e muito mais difícil a capacidade de atrair novos recrutas?