Sobre O Calendário Escolar

As respostas para esta peça do DN.

1. Nos últimos anos, os alunos de 1º ciclo têm sido os últimos a terminar o ano letivo. Concorda que assim seja?

Não tenho uma posição muito definitiva sobre o assunto, mas não me desagradaria que o calendário fosse semelhante ao resto do Ensino Básico. Para isso, seria útil que as aulas não parassem para a realização das provas de aferição do 2º ano, seja para os directamente envolvidos, seja para aqueles cuj@s docentes ficam envolvidos nas tarefas relacionadas com a sua realização. 

2. Os professores queixam-se da falta de concentração e cansaço que manifestam. São produtivas essas semanas a mais no que toca à aprendizagem?

Ao contrário de quem acha que se devem prolongar as semanas de aulas, considero que os miúdos mais novos já estão completamente saturados das aulas, em especial quando elas se sobrepõem a actividades diversas e a pausas para a realização de provas. A aprendizagem não se desenvolve a um ritmo constante e muito menos permite a continuidade do esforço, quando a saturação já é evidente.

3. Seria uma boa opção manter a escola aberta até finais de junho para os alunos de 1º ciclo, mas apenas para atividades lúdicas?

Sim, essa opção não me levanta grandes reservas. Assim como deveria ficar uma semana destinada à realização das provas de aferição, neste modelo ou, preferencialmente, em outro como o que existiu até 2011.

4. O calendário do próximo ano ainda não é conhecido. Defende uma alteração nesse sentido?

Sim, assim como acho que deveria existir uma paragem das aulas, uma semana de pausa e depois um período para a realização das provas de aferição e provas finais (9º ano). E ao longo do ano, mais do que a questão dos semestres ou períodos, deveria discutir-se até que ponto é produtivo, do ponto de vista do desempenho dos alunos, ter mais de oito semanas de aulas, sem fazer uma pausa. O primeiro período é, em regra, muito longo, assim como os semestres, quando se opta por essa divisão. As pausas lectivas deveriam ser mais frequentes, mesmo se mais curtas.

5. Enquanto docente de 2º ciclo, sente diferença, em setembro, nas turmas de 5º ano, no que se refere a um possível maior cansaço por parte dos alunos?

Em Setembro nota-se nos alunos de 5º ano, principalmente, expectativa pela novidade da “escola grande”, pelos novos colegas, professores diferentes. Não existe, na larga maioria, nenhum especial “trauma” como algumas pessoas, que não conhecem a realidade de perto, gostam de dizer. O cansaço, a existir, é de ter estado muito tempo em casa. A partir de meados de Maio é que se nota uma progressiva e acelerada perda de capacidade de concentração nas tarefas solicitadas, mesmo quando o 3º período é curto. 

8 opiniões sobre “Sobre O Calendário Escolar

  1. Muito bom. No entanto, falas em períodos de 8 semanas. Eu conheço a realidade de períodos de 6 semanas e uma semana de paragem e funcionava excecionalmente bem. De todo o modo, falaste em mais períodos de paragem, mesmo que mais curtos. Absolutamente correto, no meu ponto de vista e de acordo com a experiência que tenho.

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  2. Estava maio a terminar e uma aluna do décimo segundo ano quase gritou no início da aula: estou farta disto! Eu também, mas lá tive de continuar a atormentá-la com Ana Luísa Amaral.

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    1. O que é uma grande injustiça para os próprios autores, mereciam uma maior disponibilidade mental de quem os leciona e de quem os aprende.

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      1. No oitavo ano, houve dois alunos que leram O Gato Malhado e a Vanessa que vai sempre à luta. A minha diretora disse na última reunião de CP: “Mas quem é que gosta de estudar?” e “Ler um livro…” e riu-se.

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  3. Esta semana foi de loucos no secundário. Não me recordo (o disco e a memória estão a queimar…) de ter tido aulas, reuniões de avaliação e exames nacionais a decorrer na mesma semana. Isto é de loucos. É para este inferno que se querem recrutar mestres e doutores???

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