5ª Feira

Depois da ronda negocial de dia 21 e do anúncio de nada se prever para os professores no topo de carreira, apesar de terem passado pelos dois congelamentos, surge agora uma “abertura”, anunciando-se que “depois do acordo alcançado entre Governo e professores sobre a devolução do tempo de serviço, abre-se a possibilidade dos docentes que estão no 10.º escalão serem também beneficiados com o descongelamento da carreira” De acordo com fonte ministerial “o Ministério da Educação pretende iniciar os trabalhos de revisão da carreira docente antes do final do corrente ano civil”..

O que fica explícito é louvável, com duas ressalvas: ninguém sabe se este governo chegará ao fim do ano civil, pelo que essa solução deveria ser desde já prevista, sem ser através da criação de qualquer “novo escalão” na carreira. E é aí que surge a segunda ressalva… esse “novo escalão”, mesmo sendo para fazer uma equiparação “ao topo da carreira dos técnicos superiores da administração publica”. pode ter como principal objectivo criar o tal patamar suplementar que os directores tanto reclamam, para serem os elementos melhor pagos nas escolas, independentemente da sua antiguidade e posição na carreira original.

A solução do “novo escalão” para quem está agora no 10º, a ter efeitos só para meados de 2025 – pois um processo de revisão do ECD não se faz em três semanas – dificilmente apanharia muita gente ainda no activo, mas, em contrapartida, poderia abranger muit@s director@s que andam agora pelos 50 e tal anos ou menos e que estarão em escalões “menores”. E seria uma forma de lhes criar um mecanismo salarial diferenciador sem criar uma carreira própria. Em especial se o escalão for apenas de existência transitória para os docentes “normais”, que estejam abrangidos pela recuperação do tempo congelado.

Pessoalmente, acho preferível a solução proposta pela Fenprof:

Os docentes que já não tenham a possibilidade de recuperar, na totalidade ou em parte, o tempo de serviço que esteve congelado, poderão utilizar o período em falta para efeitos de despenalização da antecipação da aposentação (1 ano por cada ano não recuperado até ao limite de 6) ou (re)constituição do valor da pensão, sendo considerados, para efeitos de cálculo, os descontos efetuados nos 6 últimos anos.

27 opiniões sobre “5ª Feira

      1.  até lá, a atribuição das vagas necessárias a todos os professores que dela necessitem para progredir (ou ausência de quotas, na verdade) irá se tornar um facto consumado

        so quem nao passou pelo congelamento irá ter quotas

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        1. Há quotas (para Exc. e MB) e vagas (para progredir a 5º e 7º). São conceitos diferentes embora relacionados. Presumo que deve querer referir-se a vagas.

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  1. PROFESSORES/AS E EDUCADORES/AS DECIDIRAMFENPROF irá requerer negociação suplementar e convocar docentes excluídos para protesto no dia da reunião

    23 de maio, 2024

    Mais de mil e trezentos docentes participaram no Plenário Nacional promovido ontem, 22 de maio, pela FENPROF. 

    Em votação, foi aprovado o pedido de negociação suplementar do diploma sobre recuperação do tempo de serviço aos professores, o que se concretizará na sexta-feira, dia 24. Foi, também, aprovada a realização de uma concentração de docentes excluídos ou só parcialmente considerados pelo texto apresentado pela Ministério em 21 de maio e que não mereceu o acordo da FENPROF. Esta concentração terá lugar no dia em que se realizar a primeira reunião do processo de negociação suplementar e decorrerá sob o lema “Também somos Professores e perdemos tempo de serviço!”. 

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  2. “….que fica explícito é louvável, com duas ressalvas: ninguém sabe se este governo chegará ao fim do ano civil, pelo que essa solução deveria ser desde já prevista, sem ser através da criação de qualquer “novo escalão” na carreira.”—-> é que nunca me sai isto da cabeça…e aquilo do tal estatuto especial para diretores, nem mais…municipalização a galope

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    1. Reformas antecipadas, poupam muito dinheiro. Despacham uns tantos do 5, 6 e 7 escalões, se levarem uns 1300 a 1400 de reforma com 36 anos de serviço,poupam e bem. Temos o exemplo de Inglaterra, professores de outras nacionalidades, mão de obra barata… e mesmo esses saltam logo que possam para fora do ensino…

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  3. A sujestão da Fenprof é de dificil aplicação, dado que iria acentuar a carência de professores.

    Sugiro que seja averbado na carreira dos professores o tempo sobrante, ou o total, conforme o caso, para efeitos do cálculo da aposentação.

    Ou seja a data de entrada no 10º escalão, recua de acordo com o tempo perdido, para efeitos do cálculo do valor aposentação.

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  4. O ministro disse que vai apresentar o plano para combater a falta de professores daqui a duas semanas e que não adianta desde já nenhuma medida em que esteja a pensar.

    Porquê duas semanas, que coincidem com o aparente fim das negociações em torno da recuperação do tempo de serviço?

    Vamos especular. Quererá adormecer, dar um rebuçado a alguns, para mexer na componente letiva, aumentando o número máximo de horas letivas que cada professor pode lecionar e cortando nas reduções existentes?

    Mera especulação, mas espero tudo e mais ainda dos nossos atores.

    Seria bom que ninguém adormecesse, até porque há quem esteja bem vivo. Hoje, no meu agrupamento, as PA de Inglês do oitavo ano não se realizaram, já que a presidente do júri das orais preferiu ficar sentadinha na sala de professores. Há gente que não dobra.

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      1. Eu sei, mas também sabemos como os sucessivos ME são peritos em praticar a ilegalidade e em subterfúgios.

        Eu ainda hoje tenho uma falta marcada porque fiz greve e foi considerada ilegal, tendo os tribunais mais tarde dito que o ME e a minha diretora não poderiam ter feito o que fizeram.

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      2. então como “não há almoços grátis” o preço a pagar pelo acordo será alteração do ECD, da ADD, dos concursos, para pior…

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  5. Uma pequena contextualização. A paridade com a carreira técnica superior foi uma conquista importante, creio que dos anos 90, pois o que se passava era que entre duas pessoas com a mesma habilitação superior, a que estivesse no ensino ganhava menos, do início ao fim, do que uma que trabalhasse noutro organismo da AP, ou numa Câmara. Portanto, a paridade juntamente com o requisito de habilitação científica e pedagógica para acesso à carreira docente, foram dois elementos muito importantes na dignificação e atratividade da carreira docente.

    Dito isto, e vendo a questão no longo prazo, a criação de um novo escalão reporia a paridade, desde que fosse passível de acesso por todos os docentes. Em relação à recuperação para os “excluídos”, o ideal era mesmo haver mais do que uma opção e cada um escolhia.

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    1. A paridade vem na sequência da LBSE e concretiza-se na primeira maioria absoluta do Cavaco.

      Eu tinha saltado de professor para técnico superior em 1989, pois a remuneração era bem diferente.

      E depois, quando voltei (1991), já havia essa paridade.

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          1. Como disse, passou-se exactamente no período em que eu tinha optado por não continuar a dar aulas, atendendo à diferença salarial para a carreira técnica.

            Por isso, não passei por esse período de greves, comparativamente muito menor do que outros mais recentes.

            Voltei a concorrer apenas no mini-concurso de 1990/91 e a dar aulas em Março de 1991, já com a dita paridade.

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  6. Boa tarde!

    Desde já as minhas desculpas por ir colocar uma questão sobre a situação em que me encontro.

    Estou no sexto escalão e reuni as condições para integrar as listas de acesso ao sétimo escalão em julho de 2023.

    Caso obtenha vaga, mesmo que adicional, à semelhança dos anos anteriores passarei para o sétimo escalão na data de 1 de janeiro de 2024.

    A minha questão é a seguinte: depois irei recuperar o tempo de serviço que esteve congelado?

    Muito obrigada.

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  7. No 10° e quero reforma antecipada. Estou pelas costuras, não aguento mais.

    O problema da falta de professores resolve-se depressa e a gosto neoliberal: acabar com a escola a tempo inteiro! Não faz sentido nenhum que a escola seja um depósito. Aulas? Só no turno da manhã, aumento das horas de disciplinas de humanidades, fim da cidadania e está o problema resolvido! Tempo de qualidade na escola e o restante é para ir para as bibliotecas, puscinas, pavilhões e naves municipais que estão às moscas ou, ainda, atletismo e futebol por empresários jovens e empreendedores sem suporte de dinheiros públicos.

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