“Discórdia”?

Vou relembrar um post com quase uma semana. Na altura escrevi:

“A partir de uma conversa com alguém que andou na manifestação, uma mensagem amiga de mail e um telefonema de um jornalista (cuja identidade desconhecia e não fui verificar), talvez seja possível unir os pontos que explicam certas movimentações subterrâneas (num dos casos foi-me pedido mesmo que não divulgasse o que me foi perguntado) e que podem, nos próximos dias, provocar alguma agitação, mesmo em cima da dupla ronda negocial. Ali entre uma e outra. Resta saber quem meteu a mão na lama e quer lambuzar terceiros.”

No dia previsto, 5ª feira, saiu a peça em causa, para a qual prestei declarações que obviamente mantenho, não lhe tendo dado destaque aqui no Quintal porque esse objectivo de amplificação era o que pretendia a fonte primeira da “notícia” que andou a anunciar por portas e travessas, com ar conspirativo, que viria aí grossa novidade.

Eis que, mordendo o isco, alguém ligado ao S.TO.P. decidiu fazer o tal grafismo que mais abaixo publiquei e depois elaborou um patusco “esclarecimento” em que me apresenta como fonte de uma “discórdia” nascida de uma demissão nos suplentes da direcção do sindicato em causa. A pessoa que decidiu colocar-me como alvo da sua “criatividade” optou por ignorar que eu apenas comentei algo que me foi apresentado, tendo respondido com o que sempre disse, sobre estes ou outros: quem usar “créditos” da luta dos professores para outros efeitos não terá qualquer colaboração minha. Mas sou acusado de:

Sob a capa da independência opinativa, PG e o seu clube de pensadores independentes mediatizados, escolheu este difícil momento de luta que estamos a travar, para criar a discórdia e a desunião no seio da nossa classe.

Mas não fui eu que me demiti e fui fazer queixinhas a algum jornalista conhecido. Pelo contrário, eu avisei que vinha aí borrasca. Só que o colega “criativo” Pedro Brito ao que parece é duro de compreensão e, de tanta criatividade, nem sequer parece ter percebido o que se passou. Ou então está objectivamente a colaborar com quem faz o essencial das declarações fortemente críticas da acção do S.TO.P. Que não sou eu. Mas que não me apetece aqui nomear, porque é isso que ele mais deseja para se vitimizar 😉 E eu não dou para o peditório de qualquer coiso.

As minhas declarações, de que foi apenas omitida a parte em que digo que todos os sindicatos mais representativos dos professores estão cheios de gente com cartão partidário, são as que mais abaixo incluo e mantenho.

O meu desafio: que o colega Pedro Brito tenha a coragem de divulgar tudo o que vem na peça da Sábado e dito por quem. Quais as acusações directas que lá surgem. Algo que não fiz aqui, pelas razões que já acima aflorei. Repito que é pena que, em toda a sua “criatividade” e reflexão, quiçá “assertividade”, Pedro Brito esconda – colaborando – com a fonte das acusações feitas pelo jornalista da Sábado. Porque o esconde? Não sei. Afinal, a quem idolatra ou serve Pedro Brito ao esconder a verdade?

Iniciativas

JOSÉ MANUEL FERNANDES DISPONÍVEL PARA RECEBER PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO NO PARLAMENTO EUROPEU

O deputado europeu José Manuel Fernandes disponibilizou-se, ontem de manhã, para receber os profissionais de Educação no Parlamento Europeu (Estrasburgo) numa data a agendar em Março.

O antigo Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde esteve presente em cerimónia ocorrida no salão medieval da Reitoria (Largo do Paço) por ocasião do 49.° aniversário da Universidade do Minho.

Os profissionais de Educação, na sua maioria antigos alunos da Universidade do Minho, aproveitaram para passear nesta manhã e,, nas imediações do Largo do Paço, protagonizar amenas cavaqueiras sobre o estado da Escola Pública.

Outras personalidades presentes na cerimónia foram ainda sensibilizadas para uma série de problemas ligados à Escola Pública em colapso, com destaque para Augusto Santos Silva (Presidente da Assembleia da República), Domingos Bragança (Presidente da Câmara Municipal de Guimarães), Joaquim Barreto (Deputado da Nação), Firmino Marques (Deputado da Nação), Maria de Lurdes Rodrigues (Ex. Ministra da Educação), Palmira Maciel (Deputada da Nação), Ricardo Rio (Presidente da Câmara Municipal de Braga), para além de populares que mostraram a sua solidariedade para com as preocupações expostas, entre elas as quotas de acesso ao 5.° e ao 7.° escalões, a contagem integral do tempo de serviço docente, a precariedade laboral do pessoal não docente (desde assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos especializados), a degradação da autoridade dos profissionais de Educação, a idade de aposentação e ainda o sistema de ensino, desfocado da realidade ambiental, económica e social.

Os profissionais de Educação presentes vão promover diligências para agendar a deslocação a Estrasburgo.

Texto em atualização: Carlos Manuel Dobreira

Créditos: DR

À Atenção Do PR, Sempre Tão (Pre)Ocupado Com As Questões Da Popularidade (Mas Também Podem Mandar À Senhora Da Confap)

Quase quatro em cada cinco inquiridos considera que os professores têm razão para estar insatisfeitos. Maioria também concorda com a duração da greve, mas aqui as opiniões dividem-se mais.

Opiniões – Marco Pedrosa

Texto divulgado inicialmente num grupo de professores, mas que o autor me enviou para publicação.

Como é bom vincular assim.

Se acha que não, repare:

– eu e a minha mulher mudámo-nos do Porto para a Batalha (Leiria) há 15 anos para trabalhar (lecionar);

– ao fim deste tempo e de centenas de milhares de kms, e graças ao que é proposto agora, ambos estamos em condições de vincular (vinculação dinâmica);

– este ano ela vincula no QZP que abrange a Batalha (muito perto) e eu no que abrange Santarém (longe);

– no próximo ano seremos obrigados a concorrer ao país todo: ela vincula em Lisboa e eu no Alentejo;

– no ano seguinte ela poderá pedir mobilidade para zonas à volta de Lisboa e eu para a zona do Alentejo;

Questões:

– Quem paga o divórcio?

– Quem fica com cada uma das duas filhas menores?

– Quem paga as 3 casas?

Não foi fácil, mas descobri uma solução: os espaços comuns de união familiar:

– o M.E. arranja aí uns espaços (hotéis, quintas, prédios devolutos ou espaços de criação de gado), onde as famílias dos professores, em alguns fins de semana, podem ver-se e ter alguns momentos de convívio.

Podemos, entre outros, corrigir testes em família, preparar aulas ao jantar, convocar reuniões e fazer atas em grupo, justificar faltas enquanto jogamos monopólio, enfim, seria uma alegria sem limites.

Assim, pode-se trabalhar e ter uma família também 😉. Que dizem Costas? 😉

Marco Pedrosa

Opiniões – Mário Rodrigues

GOLPADA INFAME

Como hábil malabarista, António Costa extraiu mais um coelho da sua inesgotável cartola, pletórica de trafulhices e de ludíbrios: haverá mais uma ronda negocial!

Através dos seus jornaleiros e comentadeiros de avenças certas e chorudas, faz saber aos eleitores que o seu governo é um depósito de bondade, e que está de boa-fé nas negociações!…

E o seu mocinho de fretes – um modelo de simpatia… –, que invariavelmente se diz tão curial, que os sindicatos são sempre os primeiros a saber…, passou logo aos seus amigos, dos pasquins do regime, a suposta notícia de que alguns grupos de professores – os mais enregelados no congelamento do honestíssimo José Sócrates – haveriam de recuperar, ao menos parte, do tempo de serviço que os magos da governação socratino-costista fizeram desaparecer.

Nesta “estória” não falta como personagem de opereta rasca, o inenarrável Marcelo, a quem, certamente, o Costa-Mor, fez servir uma requentadíssima “vichyçoise”, tão fora de prazo que o sargentão-ajudante, onde só existe manipulação e aldrabice, conseguiu visualizar janelões de mercês deste benigníssimo governo em favor dos seus adorados professores!

Como diz o nosso povo, «quando a esmola é grande, o povo desconfia».

E nem sequer isto é verdade, porque muito acanhada, mesmo assaz enfezada, é a suposta “esmola” dos Costas, que na verdade é um presente fictício, bem menos do que um presente envenenado…

A famigerada e putativa oferenda costista, é mais uma iníqua golpada desta hedionda trupe!

Estando muito abaixo da reivindicação dos professores, e dividindo-os entre os que recebem e os que nem sequer vislumbram a ilusionística esmola, será liminarmente rejeitada pelos sindicatos.

E a golpada está exactamente nisso, orquestrada em 3 actos:

1.º – O vendedor de banha da cobra – António Costa – faz querer ao país – aos eleitores –, que está disposto a satisfazer as reivindicações dos professores;

2.º – Os sindicatos recusarão a perversa e ilusória proposta;

3.º – Terminam as supostas negociações –  em nada – , com a fandangagem costista a vitimizar-se com os resultados, a atirar para os professores a culpa do insucesso e a exibir-se perante os eleitores como bondosíssimos estadistas.

É esta a golpada planeada!

É imperativo ético desmascarar os golpistas, obviamente com a antecedência adequada a surtir efeitos, tendo bem presente que António Costa não é apenas maquiavélico; é completamente desprovido de lóbulo pré-frontal, o mesmo é dizer, de dignidade pública e de escrúpulos, como governante!

Politicamente falando, na livre e democrática apreciação que a ordem jurídico-constitucional reconhece a qualquer cidadão no exercício da liberdade de pensamento e de expressão, é um execrável escroque!…

Mário Rodrigues