Por Braga

INCLUSÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ESCOLA PÚBLICA A MARCAR PASSO

A Aliança Democrática (AD)realizou um encontro com a comunidade educativa na noite de sexta-feira, no Hotel Mercure (Braga).

Na mesa de oradores marcaram presença Alexandre Homem Cristo, Hugo Soares (cabeça de lista da AD pelo círculo eleitoral de Braga), Paulo Cunha (Presidente da Comissão Distrital do PPD/PSD)e Ricardo Rio (Presidente da Câmara Municipal de Braga).

A sala encheu com a presença de pessoal docente e não docente, pais e encarregados de educação, autarcas, militantes e simpatizantes, independentes.

Quem esteve presente pôde ouvir algumas metas e medidas gizadas pela AD na área da Educação e Formação pela voz de Alexandre Homem Cristo, colunista, polítologo, candidato a deputado e apresentado como especialista em Educação.

A Escola Pública vive um estado de colapso e as intervenções do público revelaram bem a diversidade de problemas que a tornaram num embroglio para a classe política.

Na intervenção por mim proferida, com base na leitura do Programa Eleitoral Mudança Segura AD 2024, realce para a abordagem da inclusão de pessoas com deficiência, nomeadamente interpelando o orador Alexandre Homem Cristo em relação ao que consistia o plano nacional de apoio “a todos os jovens com deficiência na transição da escola para o mercado de trabalho”. (página 66)

Igualmente, a educação dos 0 aos 6 anos de idade mereceu atenção, nomeadamente a produção de “orientações para o período 0-6 anos e proporcionar às instituições o acesso à materiais educativos adequados ao desenvolvimento nas áreas das linguagens (oral, escrita, artísticas e digitais), da matemática, das ciências e da motricidade.” (página 12) A este respeito, como professor ativista ambiental e praticante de plogging, dei a conhecer ser meu entendimento de que a área da sensibilização ambiental, nas idades entre os 4 e os 6 anos, tem todo o cabimento como meio de ação. Dei como exemplo a recolha de resíduos (recicláveis) e aulas em contexto da Natureza por forma a auscultar as crianças sobre as suas sensações e os seus pensamentos.

Por fim, alertei para a situação das crianças e jovens com cegueira ou baixa visão no que respeita à necessidade da celeridade no envio, no início do ano letivo, dos manuais em braille por parte do Ministério da Educação. Há atrasos no envio desses manuais, fundamentais para os alunos, por exemplo que estudam no concelho de Braga, no qual existem responsabilidades acrescidas tendo em conta a existência de um legado no acompanhamento e transmissão do conhecimento aos mesmos.

Face ao exposto dei conta que houve registos por parte de alguns dos oradores da mesa face à minha intervenção sobre uma Escola Pública a marcar passo e em prol de quem, por vezes, não é ouvido, pelo que dei por bem empregue o meu tempo na leitura do programa eleitoral da AD.

Texto/crédito 2: Carlos Manuel Dobreira

Crédito: Joao Granja

Ensino Doméstico?

Diretora escolar pede a pais que sejam eles a cumprir programa de ensino. Motivo? Não consegue substituir professora de Português

(…)

“Sugiro as seguintes estratégias para os pais/EE trabalharem com os alunos: com base na planificação da disciplina desde o princípio do ano letivo até agora, trabalhar os conteúdos gramaticais com recurso ao caderno de atividades e ao manual e leitura integral das obras trabalhadas em aula até ao momento. Para este acompanhamento, envio em anexo o material necessário (planificação e PDF das obras. Se alguns alunos não possuírem caderno de atividades, os que tiverem poderão partilhar por email)”, pode ler-se no email a que a CNN Portugal teve acesso.

Uma Tertúlia De Ti@s

Por razões etárias, infelizmente, eu é que seria o tio dos candidatos em tournée… mas podemos sempre imaginar a criança em nós a olhar para eles como ti@s à mesa, num alargado almoço familiar.

Vamos lá por ordem alfabética:

André Ventura – o tio desbocado, sempre cheio de certezas, a falar alto, mas depois o primeiro a fugir ao ouvir o disparo de um escape na rua, entornando o copo de tinto pela mesa e virando o prato de sopa por cima dos parentes mais próximos.

Inês Corte-Real – a tia que aparece com o caniche a espreitar de dentro da mala chanel nº 4,5 e um pregador em forma de borboleta colorida na lapela, algo baralhada nas ideias, tirando o facto de querer continuar e ter lugar à mesa. Traz sempre uma garrafa de vinho biológico que ninguém quer beber.

Luís Montenegro – o tio algo chato, um bocado monocórdico, sempre à espera que outro diga qualquer coisa gira, para fazer coro e a tentar desesperadamente agradar a todos, mas não entusiasmando nem a própria sombra, a não ser o Rui Nuno.

Mariana Mortágua – a tia jovem e porreira, com a qual se pode fumar qualquer substância já discriminalizada para consumo própio, no terraço, enquanto se ouvem histórias algo confusas sobre a família.

Nuno Melo – faz coro com o tio André, quando as vozes se alevantam, mas não foge com o disparar dos escapes. Pelo contrário, vai em corrida para porta e tenta acertar no motoqueiro com uma pedra da calçada.

Paulo Raimundo – o tio calado, simpático, que se senta ao canto da mesa, não fazendo grande coisa para que notem nele, apenas pedindo que sejam servidas porções iguais a todos.

Pedro Nuno Santos – o tio que chega sempre de espadalhão, com prendas debaixo dos braços e promessa de melhores ainda no futuro. Ultimamente, anda mais sisudo, porque lhe disseram que já tem idade para dar-se um ar de mais responsável.

Rui Rocha – o tio beto, mas um bocado má-língua, que está sempre a ver a marca da louça e se os talheres estão na ordem certa. Desde que deixou de usar óculos, está sempre a piscar o olho ao Luís e a pedir que lhe chamem Nuno.

Rui Tavares – o tio intelectual, que ninguém percebe muito bem o que quer dizer, embora pareça estar acertado. Sempre com um tom cordato e atencioso, mas que quando não aparece, ninguém dá muito pela falta.

Convidado especial:

O tio-avô Gonçalo que gosta de cantar uns fandunchos depois de beber umas branquinhas, olhar para os decotes das sobrinhas e coçar todas as partes que possam causar comichões, nem sempre com a devida discrição.

(não estejam a agora a ver quem é quem… e são oito, porque o tio Nuno foi atirar a tal pedra ao motoqueiro)

A Sério?

Tivessem prometido ao bestial uma colocação na ONU em vez de ser na OCDE e talvez…

O problema é que a dupla do costismo educacional vai conseguir spinar as coisas e dizer que fizeram exactamente isto, com os 63 qzp e o escafandro.

A “receita” da ONU para combater falta de professores contraria o que Portugal tem feito

(…) Acabar com os contratos a prazo na classe docente, pôr fim ao recrutamento de candidatos com habilitações insuficientes para darem aulas. Esta é uma das 59 recomendações do Painel de Alto Nível das Nações Unidas sobre a Profissão Docente, divulgadas a 26 de Fevereiro, e a única precedida pelo advérbio “imediatamente”.

Em Portugal legislou-se no sentido contrário: a partir de 2022/23 foi concretizada uma revisão das habilitações para a docência de modo a “alargar o leque disponível de candidatos” e tentar deste modo minimizar a falta de professores nas escolas, conforme apresentado então pelo ministro da Educação, João Costa. Na prática, para se ser professor deixou de ser necessário ter um mestrado em ensino, bastando ser titular de uma licenciatura.

Sábado

Um outro mito útil que se tenm tentado entranhar no debate sobre Educação em especial sobre a governança do “sistema” é que ela é melhor se for feita em “proximidade”, porque quem está mais perto, conhece melhor e pode decidir melhor. É o que dizem os defensores da municipalização, sem apresentarem qualquer fundamentação adicional para o que acham ser bom senso.

Ora, penso que a Educação ou qualquer outra área é melhor governanda se o for de forma competente, por pessoas competentes, próximas ou distantes. Não é a proximidade que traz consigo competência. A nível local, até se pode conhecer bem muita coisa, mas ser-se incompetente ou mau decisor ou permeável a influências – lá está – de “proximidade”, que influenciam menos quem está à distância.

A Educação deve ser governada com competência, lucidez, desapego pelos interesses próprios ou de grupelhos. Não me parece que a sua fragmentação por 300 centros de decisão melhore muito, seja o que for, se em grande parte desses centros de decisão estiver gente incompetente, se não existir massa crítica suficiente ou que não consiga elevar-se acima da pressão vicinal, nem sempre muito esclarecida.

As denúncias muito inflamadas sobre a “centralização” do nosso sistema educativo, parece igorar que foi ele que permitiu avançar nos indicadores passíveis de comparação internacional. Curiosamente, não há muita gente a estabelecer a relação entre a degradação do desempenho dos nossos alunos com a instalação dos “novos” modelos de gestão escolar e do início do processo de descentralização. Mas basta ver o que aconteceu ao longo dos últimos anos e perceber que, porventura, se as coisas têm evoluído de forma menos satisfatória, seria interessante perceber o que mudou e quando. Não basta produzir estatísticas internas de “sucesso”, cada vez com menos verificação independente, e achar que se fez coisa bem feita.