De Anulação Em Anulação

Ainda acaba a pedir uma indemnização ao Estado, como aqueloutro que anda por aí a tentar branquear-se por via televisiva.

A Relação de Lisboa anulou a decisão instrutória de Ivo Rosa que pronunciou José Sócrates por seis crimes de falsificação e branqueamento de capitais. O ex-primeiro-ministro também deixa de estar obrigado a apresentar-se na GNR. Resta o processo que resultou da outra decisão dos desembargadores de Lisboa que deram razão ao Ministério Público e reconstituíram grande parte da acusação contra Sócrates e os outros arguidos

Os Inconseguimentos (Afinal) São Mais Para O Analógico E Ao Nível Da Treta Repenicada

Com acesso à notícia completa do Público pode concluir-se que, no fundo, tudo não passa do empolamento de situações da treta em 45% de 55 escolas.

Por momentos, pensei que era algo (a) sério. E pensar nos recursos humanos e tempo dispendido nisto, quando podiam estar a ser usados em assuntos bem mais relevantes do que o momento em que as folhas de rascunho foram entregues.

Menos falhas na vigilância de exames nacionais

No total, foram realizadas inspecções em 40 escolas públicas e em 15 estabelecimentos de ensino particular e cooperativo, em momentos de aplicação das provas de aferição, das provas finais do ensino básico e dos exames finais nacionais do ensino secundário para “verificar a conformidade legal dos procedimentos realizados pelas escolas” nestas provas de avaliação externa.

Detalhando os resultados, foram feitas 44 intervenções (18 no Norte, nove no Centro e 17 no Sul) durante as provas finais do ensino básico e os exames finais nacionais de Biologia e Geologia, História A, Português, Física e Química A, Matemática A, Matemática B, Matemática Aplicada às Ciências Sociais e Inglês.

Em 27 inspecções não houve registo de irregularidades. Nas restantes 17, porém, foram assinaladas 29 ocorrências de 17 diferentes infracções. Entre as falhas mais detectadas estão os procedimentos que competem aos professores vigilantes no final da prova (como recolher as folhas de resposta, mantendo os alunos nos seus lugares, confirmar o número de provas recolhidas pela pauta, o número de páginas utilizadas, a versão da prova, entre outras), que, segundo a IGEC, não foram cabalmente realizados ou foram-no apenas após a saída dos alunos da sala. Foram reportados sete casos.

A entrega do papel de rascunho fora do momento previsto foi a segunda irregularidade mais sinalizada (quatro ocorrências) e o terceiro maior número de ocorrências corresponde a pretendidas delegações de competências do director, em matéria de provas de avaliação externa, não devidamente formalizadas (três casos). Foi ainda detectado um caso em que um professor coadjuvante estava a utilizar um computador durante o período de coadjuvação e ainda de duas erratas que, em vez de terem sido lidas pelos professores, foram impressas e distribuídas aos alunos

Investigação Engajada

Uma coisa é desgostarmos do Chega e do seu ideário e estratégias, outra é passar como “investigação” o que não passa de opinião.

Tiago Fernandes afirma que a votação no Chega pode resumir-se numa palavra: “Insegurança. Insegurança no acesso aos serviços público e insegurança com a falta de habitação.”

Ou seja… a votação no Chega resulta do falhanço das políticas sociais dos partidos “sistémicos” que, se fizerem o seu trabalho, poderão recuperar os votos que “fugiram” para o partido de protesto.

É preciso ser “investigador” para descobrir isso?

Repito a ideia central: os partidos tradicionais perderam votos porque governaram de maneira à população sentir-se insegura, podendo recuperar esses votos se governarem de outro modo.

Nunca me tinha ocorrido tal coisa. Deve ter sido reflexão a precisar de anos e anos de bolsas, desculpem, de investigação.

Tudo com parceria com o Kellogg [sim, tem a ver com esse que estão a pensar] Institute, que se define como an integral part of Notre Dame’s Catholic mission by addressing normative and scholarly concerns that embody the values reflected in Catholic social thought”.

Já agora… o autor “transpõe as conclusões do estudo, que foi feito antes da função [fundação?] do partido de André Ventura, para a conjuntura política actual”.

E assim se faz “Ciência Política” entre nós, com direito a publicação internacional relativamente abundante.

Inconseguimentos Digitais

Tenho de ir ver que tipo de “falhas” foram e se – como suspeito – a responsabilidade raramente terá sido atribuída à forma como a tutela conduziu as coisas. Certamente que, a existir culpa, terá sido quase em exclusivo das “escolas” e dos professores, que necessitam de “formação” para o disparate.

Exames e provas: foram detectadas falhas em 45% das escolas inspeccionadas

Em 25 das 55 escolas em que a Inspecção-Geral da Educação e Ciência supervisionou a realização de provas e exames nacionais foram detectadas falhas nestes processos, o que causa “preocupação.”

5ª Feira

As razões para indigitar um primeiro-ministro noite dentro, não havendo crise dramática, podem parecer muito legítimas aos envolvidos, mas apenas ajudam a caricaturar uma República que vai entristecendo. Entretanto, mergulhámos num abismo de comentários redundantes, ditos com ar de quem pensa estar a ser genial na vacuidade do seu “pensamento”. A certa altura, no canal público de informação, uma comentadora a surfar a espuma dos dias, afirmava, com ar compenetrado, ainda antes da sua indigitação formal, que Montenegro teria, agora, “de escolher os melhores ministros”. Como se isso não fosse a obrigação de qualquer primeiro-ministro indigitado, em qualquer circunstância. A balela elevada a “análise” é outras das vias para estupidificar o eleitorado que ainda leva a sério este tipo de coisas. O chavão mais inane a passar por “reflexão”. A mediocridade não é apenas de boa parte da classe política, estendendo-se à “elite” da opinião publicada e televisionada. Todos perdemos, porque aquel@s que deveriam esclarecer, apenas fazem parte de claques e muito raramente conseguem ou ousam fugir aos guiões pré-determinados, não vá um ditoso futuro lhes fugir numa qualquer assessoria de comunicação.