Estudos Para Quê?

O miguelito tem as contas todas na sua cabecinha, outrora loura e não tão cheia de preconceitos.

Ainda bem que mais nenhum partido prometeu nada ou “comprou”. Os 3,6 milhões de votos na AD e PS (os partidos com verdadeira possibilidade de liderar um governo e tomar decisões) foram todos desinteressados e altruístas.

(Expresso, 15 de Amrço de 2024)

Sábado

Sinceramente, nem é por ter sido uma das criaturas do engenheiro, porque as houve muitas, mas o coordenador da UTAO deveria ser substituído por razões humanitárias. O homem parece esgotado e incapaz de fazer o seu trabalho, até porque diz coisas sem nexo, do género:

Agora, novamente ao PÚBLICO, o coordenador da UTAO, Rui Baleiras, confirma que está “ainda a decorrer o trabalho hercúleo” de apurar o impacto orçamental e adianta que “aguarda informações solicitadas a alguns ministérios, principalmente ao Ministério das Finanças”.

Portanto, está a fazer as contas, mas sem números. Mais interessante ainda é quando a unidade TÉCNICA decide fazer considerações políticas sobre o seu trabalho, acrescentando-lhe o que não foi pedido, alegando “equidade”:

“Procuramos prever o impacto orçamental da contagem integral do tempo de serviço dos professores e, num segundo exercício dentro do mesmo estudo, de estender, numa base de equidade, este aumento dos professores a todas as outras carreiras, que são mais de 100 nas administrações públicas”, explica, notando que a informação do Ministério das Finanças é fundamental para perceber a “despesa para acomodar as outras carreiras”.

Percebe-se que o homem está um bocado desorientado com os novos tempos, procurando agarrar-se de forma algo desesperada aos argumentos dos costas passados. É notório que acha que o seu papel não é fazer o que lhe pediram – e para o que disse não ter dados suficientes, embora seja capaz de analisar todo um Orçamento – mas sim acrescentar novas tarefas, sem explicar que parte das tais “100” carreiras receberam de volta todo o tempo congelado. O homem deve ter perdido por completo os berlindes, porque AGORA diz o que nunca disse em vários anos do seu trabalho, ou seja, que os ministérios não lhe fornecem a informação de que necessita.

Estranhamente, só se dá ao trabalho de o proclamar a cada par de meses, a propósito da carreira dos professores, que é a mais numerosa, de longe, na administração pública. E, afinal, a informação necessária é do ministério das Finanças e não do da Educação. E também é muito curioso que quando os ministros das ditas pastas e o demissionário PM apresentaram publicamente números sobre a recuperação do tempo de serviço, ele nunca apareceu a dizer o que agora diz. Só se entende isso como consequência de evidente esgotamento intelectual, porque a alternativa seria a de uma enorme hipocrisia quando optou pelo silêncio sobre esta matéria.

Sabendo que todos os partidos fizeram propostas para a recuperação do tempo integral, o coordenador da UTAO reitera que, sem se conhecer o custo efectivo, “estamos no reino das suposições”.

Portanto… os Costas e Medina andaram a fazer “suposições” anos seguidos e o coordenador da UTAO nunca se preocupou em fazer esse reparo, quando o fez sobre outras matérias?

Vamos lá fazer um inusitado exercício de sinceridade sobre o que se passa: o coordenador da UTAO ou está, agora, a dizer a verdade, ou apenas está a tentar bloquear qualquer solução em tempo útil, de forma a ver quanto consegue adiar a recuperação de tempo de serviço, por motivos essencialmente políticos, de alinhamento com a situação anterior.

Se o trabalho é assim tão “hercúleo”, talvez seja tempo de o entregar a qualquer pessoa com capacidade para o fazer, sem tantas queixinhas. Se não lhe dão as informações directas, não terá meios de os conseguir de forma “indirecta”, até porque andou anos a analisar Orçamentos? Ou também o fez a olho? Neste momento, duvido sinceramente do trabalho que terá coordenado.

E já agora… que faça o estudo de maneira séria e honestas, não apresentando apenas a despesa em BRUTO, sem lhe retirar a carga fiscal que o Estado retém do valor nominal dos salários. Uma coisa é o cálculo da despera nominal, outra da despesa real, deduzidas as receitas. Por experiência própria sei o que é tentar debater isso com “especialistas” (do PS, mas também do PSD), que em tempos passados sabiam apresentar esses cálculos (só da despesa bruta) num instante, afirmando sempre que a minha lógica estava errada porque, e cito de memória uma dessas pessoas, “em Finanças Públicas as contas não se fazem assim”. O engraçado é que, se calhar, agora, algumas delas já diriam outra coisa. Aliás, uma delas, por questões de oportunismo político, até já mudou de posição, embora sem muito alarido.

Entretanto, ainda sobre o pseudo-acelerador, os costas sairão podendo dizer que nenhum@ professor@ recuperou seja o que for durante este bmandato. Só não dizem que muitos dos números que apresentaram publicamente sobre os “beneeficiados” eram uma rotunda mentira, devido à forma como estão a implementar a medida, em especial para quem ficou congelado nas listas.