O CNE É Que Anda A Precisar De Uma Implosão

Parecer publicado esta quarta-feira em Diário da República recomenda que se alivie “a pressão do sistema de acesso ao ensino superior sobre o funcionamento do ensino secundário”.

O dito parecer, que vai mais abaixo, perde-se numa digressão histórica que faria sentido na revisão da literatura de um trabalho de seminário de um mestrado em História da Educação, mas que neste caso não tem qualquer nexo, até porque depois, quando se chega aos “cenários” alternativos, dá-se com pérolas da sofisticação como:

Cenário centralizado, através do uso de instrumentos de avaliação de diverso tipo
Continuando a supor o cenário centralizado, a operacionalização deste cenário passaria pela aplicação, para além dos exames, de instrumentos de avaliação de tipo diverso dos exames a ser feita a nível das escolas do ensino secundário (avaliação interna).
Potencialidades:
Combina a universalidade com a singularidade; (…)

Mas há cenários “descentralizados”. Como aqueles que recorrem aos exames, de que tanto se disse mal umas páginas antes:

Cenário descentralizado, através de exames realizados pelas IES
Potencialidades
:
Permite que sejam as IES a definir o perfil de competências para a seleção dos candidatos, os critérios e instrumentos de seleção e seriação, e finalmente que tomem a decisão sobre a admissão dos
seus novos estudantes, atribuindo-lhe a responsabilidade de os selecionar;
Favorece um trabalho conjunto entre IES;

Mas eu não me vou perder por aqui em citações extensas, apenas sublinhando que nas recomendações vai de tudo um pouco e também o seu contrário, pois recomenda-se que se altere o modelo existente (6), mas depois aconselha.se a “Monitorizar o modelo de acesso ao ensino superior em vigor, procedendo-se a reajustes se necessário (9). Também se recomenda que as instituições do ensino superior tenham um maior papel na selecção dos alunos (4), mas logo a seguir se recomenda que se deve “integrar, de forma progressiva, para as diferentes vias de entrada no ensino superior (por ex.
cursos científico-humanísticos ou cursos de dupla certificação), um modelo único de acesso
(5).

Repito… uma coisa é uma revisão da literatura sobre um certo tema, outra completamente diferente é partir daí para algo com um mínimo de coerência, para o bem ou o mal, em especial quando se trata de um organismo com as responsabilidades do CNE.

Não se pode é defender a diversificação de critérios de acesso ao Ensino Superior e ao mesmo tempo defender um modelo único. Ou melhor… pelos vistos, pode-se. Mas não se devia.

Os Miúdos Continuam No Recreio (E O António Filipe Recusa – E Faz Bem – Ser O Delegado Desta Turma De Idiotas)

António Filipe voltou a confirmar que houve um novo pedido de adiamento. As candidaturas ficam agora abertas até às 14h e a eleição inicialmente prevista para as 12h foi empurrada para as 15h. É o segundo reagendamento deste segundo dia da XVI legislatura.

Segundo o presidente interino da Assembleia da República, o pedido de adiamento foi feito pelo PS e obteve consenso das restantes bancadas. “Só um candidato não será uma boa solução, sabendo que haverá a possibilidade de outras candidaturas”, disse. Afastando totalmente a hipótese de vir a ser candidato ao cargo, António Filipe considerou que “os portugueses olharão com alguma perplexidade” para a situação e que “esperam que se resolva”. 

O deputado afastou também qualquer relação entre a inexistência de um presidente e a apresentação do Governo ao Presidente da República, amanhã, e a tomada de posse na próxima semana. 

António Filipe reiterou a ideia de que se irá repetir a eleição até se conseguir eleger um presidente da Mesa. 

4ª Feira

Ou Montenegro não percebeu que Ventura que colocar-se ao mesmo nível ou então é mais tenrinho do que já me parecia. Se alguém pensa que saiu bem disto, está muito enganado. Ao mesmo tempo, já se percebeu que esta situação não vai durar muito. As europeias podem ajudar ou não a perceber melhor os humores do “eleitorado”, mas para isso, até lá, há que chegar-se à frente alguém crescido, que transmita o mínimo dos mínimos de confiança. Nem é tanto pelas peripécias em si, que em outras paragens também acontecem. A Bélgica esteve mais de 650 dias sem governo e o país não desapareceu, apesar das suas profundas divisões internas. Nps States, nos últimos 15 anos, o que mais houve foi bloqueios da governação, de nomeações, de tudo um pouco. O problema está mesmo no facto de, por cá, olharmos para os “actores” e ficarmos a pensar que só poderiam ganhar razzies.