Os Problemas Vão Continuar (E Agravar-se Com As Aposentações)

As colocações (não em “escolas”, mas em qzp) são de docentes que já estão nas escolas e não de novos vinculados e mesmo assim ficam mais de 10% dos lugares por preencher.

Tutela confirma que as 24.191 vagas abertas para transição correspondem ao número de docentes vinculados, mas que ficaram por preencher 2930 lugares. Maioria foi colocada na escola onde já estava.

Concurso De Transição Dos QZP

Estes são os tais 63 qzp, anunciados há um ano ou mais, que, na prática, entrarão em funcionamento em Setembro.

Publicitação das listas definitivas do Concurso de Transição de Docentes dos Quadros de Zona Pedagógica – 2023

Estão disponíveis para consulta as listas definitivas de ordenação, de colocação, de exclusão e de retirados do concurso de Transição de Docentes dos Quadros de Zona Pedagógica – 2023.

Nota Informativa – Publicitação das Listas Definitivas do Concurso de Transição de Docentes dos Quadros de Zona Pedagógica – 2023

SIGRHE – Verbete definitivo

Listas Definitivas

Sobre A Investida Da IGEC

No dia 30 de agosto, o professor Santana Castilho, em artigo de Opinião no jornal Público, acerca dos pedidos de reapreciação dos exames nacionais da 1ª fase, questionava: “Acha isto normal? Como se explica a dimensão destes números? Como fica a confiança da sociedade relativamente ao processo? Que confiança se pode inferir sobre a fiabilidade das classificações atribuídas aos milhares de provas que não foram revistas?”.

A resposta de muitos será que NÃO É NORMAL mas alguns acrescentarão que os números pecam por defeito.  

Se o país conhecesse as condições da classificação de exames na segunda fase, talvez entendesse porque estes números até são demasiado pequenos.

Será que a seriação dos alunos foi feita de forma competente, no que diz respeito aos exames nacionais?

Pode um aluno que não entrou no curso pretendido, por poucas décimas, acreditar na justiça das suas classificações? NÃO PODE.

Podem os pais de um jovem que viverá num azimute diferente do que sempre ambicionou acreditar na justiça das classificações do seu filho? NÃO PODEM.

E por que NÃO PODEM?

A razão é simples, muitos desses alunos responderam aos itens dos exames escrevendo durante três horas mas o ministério da educação exigiu que classificassem os exames em menos de uma hora. Poucos acreditarão nestas últimas palavras, por isso, vamos às provas.

Na ligação

podem ler a Norma 2 que regeu o processo dos Exames Nacionais.

Nas páginas 75 a 78 temos os cronogramas para as 1ª e 2ª fase dos exames nacionais, com a fina ironia da Observação: “Este cronograma tem de ser rigorosamente cumprido, considerando que qualquer atraso pode comprometer o processo.”.

Vejamos um exemplo, apesar de algo análogo acontecer com outros códigos. Na 2ª fase, o Exame de Matemática A (635) realizou-se no dia 24 de julho, os classificadores levantaram as provas, nos agrupamentos, na tarde de 25 de julho. Uma vez que grande parte deles tem que se deslocar muitas dezenas de quilómetros, nesse dia, quando chegaram a casa, apenas conseguiram ler os documentos obrigatórios (Manual do Classificador, Perfil Funcional do Professor Classificador, Perfil Funcional do Professor Supervisor, Regras para uma participação eficaz nos Fóruns) e, quiçá, descarregar as grelhas para anotar as classificações.

A entrega dos exames (classificados) foi marcada para o dia 31 de julho de manhã, logo, os classificadores tiveram para analisar as respostas dos alunos, decidir classificações, colocar dúvidas etc etc, apenas a quarta-feira, a quinta-feira e a sexta-feira. Ora, um professor tem a obrigação de trabalhar 7 horas por dia, ou seja, em 3 dias trabalhar 21 h. Além de classificar os exames, teve que ler as dúvidas e os esclarecimentos colocados numa plataforma, digamos que na sala à qual pertenceu foram colocados 300 posts (não é um número exagerado, acreditem).

Agora a surpresa final, muitos mas mesmo muitos professores de matemática tiveram envelopes com 24 e 25 exames.

Concordam, agora, com o NÃO PODEM?

Para verificarem o exposto, consultem as ligações indicadas e questionem o Júri Nacional de Exames acerca do número médio de provas que tinham os envelopes dos diversos códigos. Preparem-se para os números escandalosamente grandes e questionem-se se é humanamente possível concretizar a tarefa de classificar exames com elevada competência.

Temos um ministério da educação que semeia a mediocridade e, como diria Fernando Pessoa, “O que há é pouca gente para dar por isso.”.

CF

6ª Feira

Continuo sem aceitar de forma pacífica tudo o que, sendo apresentado como sendo para “simplificar”, apenas complica a vida de quem apenas quer fazer o seu trabalho, em vez de perder tempo em redundãncias e labirintos burocráticos, mesmo que encobertos com a desculpa do “digital”. O que pode ser feito em menos de um minuto numa folha de papel não deve passar a demorar dez vezes mais (no mínimo) só porque é numa “plataforma”. Há coisas e decisões que só se explicam porque quem as determina, não tem de as suportar na sua plenitude. Ou de maneira nenhuma. O exercício da resistência ao disparate é um direito mas, principalmente, um dever, na defesa da sanidade que nos resta. E muitas vezes custa mais e implica muito mais riscos do que ficar um dia em casa e andar meses ou anos a exibir selo de legitimidade grevista.