Todos Iguais?

Já não me admiro por ler/ouvir gente que passa por inteligente defender teses do género “vamos lá e rebentamos com aquilo tudo! todos para fora! quero lá saber de moderados ou inocentes”. Já começa a ser rotina.

Acaso não perceberam que é isso que se anda a fazer desde as Cruzadas e sem funcionar muito bem?

E, já agora, que essa é a mesma lógica dos que assassinam inocentes em Paris, Kobani, Madrid, Peshawar, Londres, Garissa, Nova York, Bagdad ou, qualquer dia, quem sabe onde mais?

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Imaginemos

Um país, uma cidade, várias cidades, onde os rebentamentos são diários, as mortes às dezenas e centenas o único quotidiano certo.

Não daria vontade de fugir? Mesmo em barcos daqueles que podem afundar?

Nada disto é relativização, é exactamente o inverso. A percepção do absoluto terror como único horizonte para quem fica.

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Segurança, Liberdade

O equilíbrio é complicado de achar e o dilema é clássico. Até que ponto estamos dispostos a que devassem a nossa vida em nome de a tornar mais segura ou até que ponto estamos disponíveis para correr riscos para ser menos prisioneiros?

Discordo da formulação que afirma que só quem tem culpas ou coisas a esconder é que está contra a vigilância, assim como os métodos de séries como a “24” parecem muito bem para “salvar vidas”, mas a realidade é que muita gente acaba a sofrer sem que se tenham quaisquer provas concretas.

Não tenho qualquer ilusão acerca da forma como já somos controlados ao mais ínfimo pormenor por empresas e poderes públicos, através das contas bancárias, dos pagamentos que fazemos com cartões, das portagens, dos canais que vimos, dos sites que visitamos. Temos uma liberdade já diminuída e uma privacidade quase nula. Até que ponto estamos disponíveis a ceder o resto, quando nos acenam com o risco da morte?

E há sempre aquele outro dilema de saber se há vidas que valem mais do que outras, em especial no plano dos Estados, porque é óbvio que individualmente cada um defende, com toda a razão, a sua e a dos seus como as mais importantes.

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