Eureka!

Parece que – assim do nada, de forma inopinada, inesperada, súbita, com imenso espanto misturado – há quem tenha descoberto que os grandes vultos da nossa “elite” política são uns troca-tintas, que dizem agora umas coisas e disseram, em tempos, outras. Parece que agora querem limpar a política dessa coisa triste do troca-tintismo, fenómeno nunca visto.

Parabenizo quem conseguiu tamanha proeza do intelecto. Eu, por exemplo, nunca conseguiria atingir esse nível de profundidade analítica e de percepção da realidade, indo mesmo à kantiana coisa em si. Nunca tinha dado por nada, tadinho d’eu.

Genio

Governo de Gestão e Salvação Nacional

Eis a minha proposta para um governo de iniciativa presidencial que permita manter o esquerdalho ao largo, que isto de um gajo levar com os comunas e o reviralho todo em cima em final de mandato não vem na Constituição.

  • Primeiro-ministro: Luís Amado.
  • Vice-primeiro ministro e ministro da Propaganda: Luís Marques Mendes.
  • Vice-primeiro ministro e ministro dos Assuntos Parlamentares, mais 30 dinheiros: Francisco Assis.
  • Vice-primeiro ministro sem Pasta: Rui Rio.
  • Vice-primeiro ministro e ministro da Economia: Eduardo Catroga.
  • Vice-primeiro ministro e ministro das Finanças: César das Neves.
  • Vice-primeiro ministro e ministro da Defesa: Dias Loureiro.
  • Vice-primeiro ministro e ministro para os Assuntos Constitucionais e Refundação Nacional: Carlos Abreu Amorim.
  • Ministra da Saúde: Leonor Beleza.
  • Ministra da Justiça: Celeste Cardona.
  • Ministro do Trabalho e Segurança Social: Miguel Relvas.
  • Ministro da Administração Interna: Ângelo Correia.
  • Ministro para a Igualdade de Género: Pedro Arroja.
  • Ministro da Cultura: Rui Ramos.
  • Ministra da Agricultura, do Mar e do Ar Puro: Assunção Cristas.
  • Ministro para a Regionalização: Fernando Ruas.
  • Ministra da Educação: Maria de Lurdes Rodrigues.
  • Ministro do Desporto: Pedro Guerra.
  • Ministro da Inteligência: Poiares Maduro.
  • Ministro da Juventude,,,,,, Duarte,,,, Marques,,,,
  • Ministra para a Natalidade e Écharpes: Teresa Leal Coelho

Secretários de Estado: todas aquelas criaturas sobredotadas e liberais, mas que precisam de encosto e de uma linha no currículo que abra mais portas do que o apelido, que escrevem no Blasfémias e no Insurgente.

Bebe a rir

Liberdade de Escolha

Não é ser-se obrigado a escolher um manual entre 10, dos quais 8 são apenas de dois grandes conglomerados editoriais.

Liberdade de escolha é ter a possibilidade real – para quem quer e não por obrigação, ok? – de não escolher nenhum e poder trabalhar com materiais próprios, ou feitos em grupo/departamento, facultados aos alunos nas aulas ou em plataformas informáticas, cuidando de ninguém ser prejudicado.

Em escolas onde a maior parte dos alunos, ou perto disso, tem subsídios da A.S.E este tipo de medida ainda permitiria boas poupanças e acho que os alunos não ficariam assim a perder tanto quanto isso.

Ahhh… e as mochilas baixariam dos muitos quilos diários com manuais, cadernos diários, de actividades, fora os disto e aquilo.estatua da liberdade

Boas e Más Maiorias

Maiorias parlamentares “negativas” para derrubar o governo minoritário de Sócrates: boas e legítimas!

Maiorias parlamentares “negativas” para derrubar o governo minoritário de Passos/Portas; más e ilegítimas!

Acordo pontual de posições para chumbar o PEC IV: excelente!

Acordo assinado para apoiar um governo: frágil, péssimo!

Posso ser casmurro, mas quer-me parecer que há demasiada gente a usar o duplo padrão na análise politológica.

Double

Macho Alfa

Dos que só gostam das cristas, digo, cristãs. Os das teotónias, digo, teutónicas.

“Repare, aquelas esganiçadas, sempre contra alguém ou contra alguma coisa”, qualificou.

Como se não estivesse a ser “ouvido”, Arroja disparou: “Aqui entre nós que ninguém nos ouve, eu não queria nenhuma daquelas mulheres – já tenho pensado – eu não queria nenhuma daquelas mulheres, nem dada. Nem dada! Porquê? Porque eu não conseguiria com elas, com uma delas, com uma mulher assim, construir uma comunidade, uma família. Elas estão sempre contra alguém ou contra alguma coisa. E lá em casa só havia dois tipos de pessoas, ou os filhos, ou o marido. O mais provável é que elas se pusessem contra o marido. Todas as noites, todos os dias, durante o dia no Parlamento, à noite com o marido: ‘Porque tu é que tens a culpa disto!’. Com o tempo ia-me pôr fora de casa… e eu saía! E eu saía! E estou a imaginar o sentimento de alívio que sentiria nesse dia. ‘Estou livre! Estou livre dela!'”

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