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O número de provas de elevada aferição que deverei codificar (certo?) enquanto decorrem reuniões de avaliação, matrículas, vigilâncias, relatórios de final de ano, balanços de conteúdos e etc. Claro que teoricamente estamos dispensados da componente não lectiva, mas nem sempre é bem assim. Uma colega dizia-me hoje que no seu agrupamento quase com vista para o Tejo a senhora directora disse que todo o serviço é obrigatório, apesar de estamos a aferir/codificar.

Mas o despacho deste ano já existe: Despacho Dispensa Serviço Classificadores.

No meu caso codificarei em devido tempo e com o adequado rigor, porque a petizada não tem culpa das inutilidades alheias que as obrigam a fazer e de cujo “resultado” ou “(in)conseguimentos” tomarão conhecimento (?) daqui por uns meses. Mas confesso a minha animosidade em relação a tudo isto que não passa de um simulacro de “monitorização das aprendizagens”. Pelo menos esta prova de HGP de 5ºano foi, em termos técnico-científicos”, bem melhor do que a de há dois anos. Quanto à do 8º, foi uma espécie de sorteio de conteúdos pois em 90 minutos não se afere nada relevante relativo a dois anos de escolaridade de duas disciplinas.

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E O Que Ganhámos Com Isso?

Para além de se estar a desvalorizar o papel dos estivadores, camionistas e enfermeiros, parece que o Super-Mário já fica satisfeito com as medalhas que atribui a si mesmo (“os professores, diria assim, foram os únicos que tiraram o Governo do sério“). Nem foi uma vitória de Pirro, foi uma derrota em praticamente toda a linha e o fracasso claro da estratégia sindical de domesticação dos docentes nos 2,5 anos iniciais do mandato. Que Mário Nogueira conseguisse admitir que errou seria almejar a utopia, mas pelo menos que não enchesse o peito como um peru no dia depois do Natal seria o nível mínimo de decoro. Lá porque quer ficar até à reforma fora das salas de aula, podia pelo menos ter o decência de não nos querer tratar como idiotas (mesmo que muitos o sejam, por levarem-no a sério).

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