Só 125%?

Chamaram-me a atenção para um grupo fechado do fbook onde se partilham experiências sobre o pafismo educacional (já agora, o ministro Tiago sempre vai a Alcanena amanhã?). NAda a obstar, até ver a imagem do mural que é uma espécie de declaração do tipo “nós esforçamo-nos mais do que vocês”.

125PAF

Quero desde já esclarecer que acho o seguinte, paradoxalmente, ao mesmo tempo:

  • Por um lado (o direito) 125% Escola é pouco numa perspectiva de leilão comunicacional. Lá por isso, eu anuncio já que deveria ser criado um grupo a garantir 143% de dedicação à Escola em nome da inclusão ou qualquer coisa assim na moda.
  • Por outro lado (o esquerdo), 125% Escola parece-me uma violência para as crianças na imagem e julgo mesmo que quando há quem se queixe que os pais passam pouco tempo com os filhos, este conceito de “Escola a Tempo Inteiro e Mais Além” é claramente uma violência.

Em seguida, gostaria que quem defende a clareza da escrita e das ideias nas “regras dos administradores para o grupo”, deveria escrever melhor. Sim, sei que parece embirração, mas é mesmo assim. Nada como servir de exemplo:

125PAFb(será que um dos administradores é o albino I?)

É Como Enfiar O Parque Eduardo VII Num WC Portátil

À hora de almoço ouvi uns minutos de uma conversa bastante civilizada na TSF sobre manuais escolares e esta coisa de eles terem menos remorsos do homem branco do que a ocde acha desejável. Atenção que falamos de manuais do 3º ciclo, nível de escolaridade em que a História tem um peso residual no currículo e o actual SE Costa acha que só serve para empilhar conhecimentos destinados ao lixo e que tudo se deve despachar em semestres. Uma disciplina que tem 2 tempos semanais em alguns anos para “despachar” da Pré-História ao fim da Idade Média ou para dar todo o período da Expansão, Renascimento, Reforma e Contra-Reforma, Antigo Regime, Barroco, Revolução Industrial e Revoluções Liberais.

Alguém referia nessa conversa – não consegui reconhecer as vozes, mas era de alguém que se dizia autor de manuais – que deveria existir uma análise externa ou mesmo uma espécie de certificação dos manuais por parte de sociólogos e outros especialistas. Abismei-me. Pois parece que escrever 10 páginas (5 com documentos e imagens) sobre a Expansão Portuguesa requer um Concílio Interdisciplinar de Sábios.

Melhor mesmo – ou mais ridículo – foi ver no outro dia, na RTP3, um antigo professor meu da Faculdade (facção extremamente progressista) a criticar certas opções de um programa e manuais, sendo que ele aceitou receber a sua comissão como consultor científico de alguns ao longo dos anos.

A vergonha é uma espécie de não sei quê em vias de extinção.

orelhasburro01