Não é por conservadorismo, muito pelo contrário. É porque considero que não são mais do que um truque para atingir outros objectivos que pouco terão a ver com as aprendizagens dos alunos. Até porque se o calendário das pausas “festivas” é para manter, fica tudo meio desencontrado e quer-me parecer que será mais uma medida para justificar a divisão do currículo entre algumas disciplinas que se tornam semestrais do que qualquer “inovação”.
Curiosamente, é essa ligação que acho mais criticável porque ou acabamos por ter quatro trimestres ou os alunos apenas terão uma avaliação final em várias disciplinas sem nenhuma intermédia formal. A menos que, como disse, acabemos a ter quatro períodos dissimulados. Se isso já acontece em TIC e EAT não é justificação.
Para além disso, de que forma será formalizada a avaliação do 1º semestre? Durante o período de aulas ou as ditas cujas são interrompidas uma semana? Ou querem que façamos tudo em pós-laboral? Acham mesmo que deixaremos de ter três momentos de avaliação com os semestres? A sério? E acham mesmo que existirão duas semanas de paragem no Natal e Páscoa com este modelo?
Os três períodos não têm qualquer desvantagem em relação aos semestres e vejo escassos benefícios nestes, a menos que sejam, como escrevi, para facilitarem a opção por semestralizarem disciplinas, algo de que discordo no Básico, devido à quebra da continuidade temporal na abordagem dos conteúdos e não falo apenas na História. As vantagens para os alunos parecem-me nulas, pois andarão sempre a mudar de disciplinas e, no limite, podem estar um ano inteiro sem ter uma delas, caso no 7º ano seja do 1º semestre e no 8º do 2º semestre.
Os professores passam a ter menos turmas de cada vez? Sim, é verdade, mas no fim do ano acabarão por ter os mesmos.
Claro que quem encara o currículo como peças de lego que se encaixam de qualquer modo, desde que tenham o tamanho certo, considera tudo isto muito certo. Há “inovações” bem mais interessantes e esta nem será “pedagógica” mas meramente “administrativa”.
Já agora, destaco o que vem a seguir, até porque foi uma causa que eu tentei explicar, sem sucesso, pelas minhas bandas. Aprendi há muito que não chega ter razão. Muito menos quando se trata de explicar procedimentos que foram legislados depois de outros diplomas que os não poderiam prever ou explicitar.