… a textos sobre situações extremamente dramáticas que me chegam, em alguns casos com extrema revolta e sem pedido de anonimato. De qualquer maneira, fiquemos apenas pelo primeiro nome, Manuela, da colega cuja situação me chegou primeiro por amiga comum e depois de viva voz, a poucas horas de correr o risco de ficar sem ela, antes de lhe abrirem uma fenda no pescoço, sendo obrigada a escrever num bloco para comunicar, antes de lhe inserirem um dispositivo para o efeito.
Declarada apta para o serviço por uma Junta de Mérdicos, está internada, ficando aqui uma pequena parte do testemunho de uma colega que a tem acompanhado e ao marido.
Ela sofre de insuficiência renal, pulmonar, cardíaca e tem as artérias calcificadas. Como fez muitos tratamentos na sequência de um cancro nos ovários, já não pode fazer mais. Na segunda ou quarta (feira), vão retirar-lhe o tumor. Ficará sem cordas vocais. Parte da personalidade já lhe foi amputada, pois exprimia-se através da voz.