Lucidez Perante Os Incêndios

É raro ficar a ouvir do princípio ao fim qualquer peça ou comentador acerca dos inevitáveos (!) incêndios de Verão. Hoje fiquei a ouvir o arquitecto paisagista Henrique Pereira dos Santos na SICN a derrubar com paciência, mas evidente contenção perante a continuada demagogia e estupidez dos governantes actuais e passados (incluindo um que acumula os dois estatutos) os mitos correntes acerca dos incêndios florestais. Que o problema não são as ignições mas a propagação, que a política deve ser de ordenamento da floresta e não de limpezas cosméticas, que colocar bombeiros em volta das casas para evitar os danos mais mediáticos é o mesmo que colocar uma equipa de futebol toda em frente da baliza e não fazer mais nada.

Excelente. Claro. Demolidor. Claro que não será ouvido e continuaremos a esperar que ardam menos hectares apenas porque existem menos para arder. Ou porque choveu mais. Ou porque o Verão tardou.

PAisagem Rural

7 opiniões sobre “Lucidez Perante Os Incêndios

  1. E ter em conta o enorme negócio dos fogos e da loucura. Vai haver sempre algo para arder, por mais ordenamento que haja. Prevenção mental, importante. Educação, resolveria, em parte, muitos dos problemas.

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  2. Já gastei cerca de 1000 euros a limpar terrenos de mata da minha mãe. Um deles foi limpo duas vezes: a primeira em maio e a segunda há 15 dias, porque a vegetação surgiu em força dp das chuvas de maio e junho.

    Se houver incêndio, aquilo arde na mesma. Os terrenos dão uma despesa anual na ordem do milhar de euros e zero de rendimento. E ninguém quer comprar aquilo.

    Um vizinho não limpou. Aplicaram-lhe uma multa de 2800 euros.

    Um tipo respira fundo para não desesperar. Por um lado, até desejo que aquilo arda, pois depois fica mais barato aplicar um pesticida qq em maio e secar tudo. O que se está a passar é uma loucura .

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  3. o problema principal são as ignições porque sem elas não há fogo; depois, a propagação agrava situação.
    A causa direta de um incêndio é uma ignição (negligente, acidental ou intencional) e não a floresta ou o clima.

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    1. 1. Sem ignições não há fogos.
      2. Os fogos interessam a quem?
      3. Quem tira proveito dos fogos?
      4. Quem aproveita o rasto e o resto dos fogos?
      5. Quem se aproveita do medo dos fogos?

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