Bem nos podem envolver em conversa fofinha, mas o que está em causa é sacar uns dinheirinhos ao pessoal, com base na construção de narrativas sobre lacunas e carências que implicam necessidades de formação. Por exemplo “surge a necessidade de capacitar os órgãos das escolas e os educadores e professores, no sentido de adotarem novos modelos de organização e gestão pedagógica“. Portanto, cria-se uma “Pós-Graduação em Inovação Pedagógica e Mudança Educativa”, destinada a “Diretores de escolas, coordenadores de departamento, líderes intermédios das escolas, diretores de centros de formação de associações de escolas, educadores e professores e técnicos superiores de Educação (psicólogos, assistentes sociais, entre outros)”. Ou seja a toda agente que põe os pés numa escola. A garantia? Que “é lecionada por um corpo docente com sólidos conhecimentos científicos e reconhecido mérito no campo das Ciências da Educação, integrando elementos que têm vindo a colaborar com o Ministério da Educação no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular”. aposto que não faltarão candidatos, independentemente das propinas (1830 euros por ano+232 de taxas de candidatura e matrícula).
Escolhi este exemplo, mas podia ter escolhido outro, da mesma instituição ou outras. O negócio da certificação em coisas novas em Educação, em especial nos locais certos é um bom negócio, ao que parece, para quase todas as partes.
Estás espantado???
Algures, aqui bem perto estão a propor um curso de espacialização em “Direção de Turma” a pagar 1280 euros.
Como não conseguem arranjar alunos para a formação inicial de professores, inventam uns cursos para depois exercerem lobies em futuras mudanças do ECD. Assim, no futuro, para se ser diretor de turma tem de se tirar um curso. Cargos que qualquer professor qualificado, como coordenador de departamento, coordenador de diretores de turma e até mesmo diretor precisam de um curso especializado?
Eu tirei um…..que qualquer indigente pode tirar!!!!
Implicações: a futura escola deixa de ter uma gestão democrática para ter um corpo hierarquizado.
GostarGostar
Tenho a certeza de que vai haver muito burrinho a aderir.
Está certo que não foi preciso pagar propinas , mas o que aconteceu com a transição digital? Muito colega meu inscreveu-se porque era obrigatório e/ou, se não o fizesse, lhe aconteceriam coisas terríveis.
Eu estou sentado à espera desse cataclismo. Muitos gostaram. Eu também gostei de 50 horas ou 60 ou lá o que era a vegetar de barriga virada para o teto.
GostarGostar
A Igreja no seu melhor. Perita em “sacar”, ao a Estado e a todos.
GostarGostar
Este tipo de “formações” causa-me logo, à partida, uma certa náusea… E ainda pagar para ter náuseas? Não, muito obrigada, para isso prefiro ir andar de barco… 🙂
Mas, e apesar disso, o que mais me espanta nem é sequer o tipo de formações e o respectivo preço, é HAVER muita gente que vai a correr inscrever-se e ainda paga e não é pouco…
Esta gente ensandeceu ou é burra?
(Lamento, mas já não há paciência para eufemismos nem para se ser politicamente correcta…).
GostarGostar
A “católica educação” está às moscas.
Até o Joaquim Azevedo meteu os papéis para a reforma.
GostarGostar