4ª Feira

Estive ontem mais de uma hora a ver os canais noticiosos nacionais “sérios” a comentar a notícia que, até por aqui, inicialmente foi desconsiderada por vir no Correio da Manhã, esse tablóide que realmente publica uns belos disparates, mas sem o qual muita coisa complicada ficaria por ser sabida. Como se percebia ontem, pela forma como o assunto foi comentado. porque, afinal, aquilo já deveria saber-se há meses. Seja por acção das entidades envolvidas (TAP, NAV, Governo), seja de quem ocupa tantas páginas a publicar notícias de política, economia e finanças, mas precisa do tal tablóide para sabermos aquilo que dizem que já deveríamos saber. Ou melhor, que não deveria ter acontecido, se não fossem dois dos delfins de António Aguentem Isto Quatro Anos Costa uns completos ineptos (na versão benigna) ou cúmplices do que se passou (versão mais aceitável, tanto se diz de bem dos conhecimentos e perspicácia dos dois). Pedro Nuno Santos é um desastre ambulante, preso ao governo pela necessidade de ter alguém que saiba arrotar à mesa com os façanhudos “radicais” de esquerda; já Medina é alguém que foi recompensado por ter sido recusado pelo “povo” para continuar como presidente alfacinha. Nenhum deles deveria ser ministro ou sequer ter sido ministro, mas isso seria contrariar a lógica tentacular da governança nacional. O problema é que isto começa a cheirar mesmo muito mal, como cheirou a maioria de Sócrates, antes dele a quase maioria de Guterres e ainda antes a de Cavaco, nas suas fases de menor ou maior estertor. O problema é que entre nós se fala muito na necessidade de “estabilidade”, mas isso apenas significa o triunfo das águas estagnadas onde se agitam uns quantos predadores, à cata de sacarem o máximo para as suas clientelas do erário público que deveriam gerir como se não fosse coisa sua, por direito divino.

Mas há sempre que diga que este tipo de criticas é “populismo”, como se não fosse populismo a grande escala, o que em todas as campanhas eleitorais se houve aos futuros governantes. No fundo, vence quem é mais “populista”, sendo as promessas de campanha um concurso de populismos, ganhando aquele que a maioria (relativa ou absoluta) percepciona como o mais competente nessa matéria. Ou é convencida disso. em grande parte pelos mesmos que comentam aquilo que deveriam investigar, quando se torna impossível ignorar mais tempos as variantes que vamos tendo de zeinais, varas, isaltinos, felgueiras ou “engenheiros”.

Isto está mesmo podre e mentirá quem disser que é possível, de forma rápida, arranjar um grupo de “homens bons” (e mulheres, espera-se) que consiga limpar a lama que se acumula. Porque há quem, até pelo seu próprio passado, se perceba que fale em limpeza, apenas para ganhar o contrato de manutenção da coisa.

17 opiniões sobre “4ª Feira

  1. Todos nós somos culpados… ao longo dos anos temos permitido que um grupo de pessoas (enorme), e não me interessa partidos, rebente um país e leve para a pobreza um grande número de portugueses. A comunicação (que dizem social) está aliada a tudo o que se passa (a grande maioria).
    Permitimos que se saúde e educação pública sejam destruídos… olhemos para o privado!!! Quase todos têm alguém que já pertenceu a algum governo, partido político ou amigo ou familiar dessas pessoas… lamaçal tão mal cheiroso 🤯

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  2. Devo andar muito distraído para ainda não ter ouvido ninguém do Chega a comentar este novo episódio da pocilga. Espero que a comunicação social não ande a fazer censura, que para isso já nos chega o Polígrafo sempre à cata de uma falsidade numérica apresentada pelo partido de extrema-direita.

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    1. …as brumas… os ocultismo… o controlo … o castramento ou o ostracismo de tudo que mexesse… Ao menos, as coisas agora, e nos tempos aludidos, foram-se sabendo. Agora nos tempo da geringonça… um buraco negro

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  3. Eu por acaso conheci, nos tempos da luta de professores de 2008 e seguintes, um homem bom (embora lhe tenha faltado um naco de coragem e golpe de asa!). Chama-se António José Seguro, e sou insuspeito para falar dele porque nunca na vida votei PS (nem faço a menor das intenções de vir a votar). Basta ver o que lhe fizeram e o que ele fez a seguir, e onde está agora, para perceber que este país se transformou num lamaçal onde chafurdam pequenos (mesmo muito pequenos) políticos, mesmo que uns sejam mais altos que outros! A velha ética republicana foi mesmo pelo cano… e não vejo como se vai reerguer esta espelunca!

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    1. Faltou-lhe um grande naco de coragem, isso é certo.
      Só o conheci na Comissão de Educação (não me lembro de foste numa dessas vezes, quando foi, por exemplo, o Ilídio e mais uns colegas dos movimentos) e primou pelo polimento e uma espécie de “não me quero comprometer”.

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      1. Viva Paulo,
        Sim, estive lá contigo e com os colegas dos movimentos nessa ocasião, e voltei diversas outras vezes com a APEDE e com outros colegas, mas mais que isso, noutros momentos e contactos que aconteceram, sem referências públicas, tive ocasião de o conhecer pessoalmente, fora da arena pública e institucional e fiquei com a clara perceção que era (e só poderá continuar a ser, até pelo exemplo que soube dar ao retirar-se do palco político e mediático) um homem com estatura cívica e ética republicana a anos luz dos que por aí andam. Posso mesmo garantir que, na altura, foi dos poucos políticos com responsabilidades, que procurou, genuinamente, inteirar-se dos reais problemas dos professores, tomando essa iniciativa, em privado e de que nunca quis publicidade, nesse sentido. É um homem honesto e com uma clara noção do que deve ser o serviço à causa pública. Infelizmente, neste país, neste lodo político, era impossível sobreviver. E sim, é verdade, podia e devia ter dado um murro na mesa muito mais incisivo, no tempo certo, por isso escrevi acima, que lhe faltou coragem e golpe de asa! Quanto aos princípios e ao carácter, merece-me o maior respeito.

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  4. Eu já estou a ficar descalcificada. Porém, a impressão que tenho, é que nem em governo PSD houve tantos e tantos e tantos escândalos , todos os dias, meses, anos e o “alegranço” do Primeiro Ministro Costa. Há uns anos, creio que reconhecerão, mesmo com maioria , este governo já estava a ser despachado. se calhar, estou esquecida. Confundo factos com os meus desejos particulares.

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  5. O período de Santana Lopes parecia, à altura, o fim da linha! 🙈Hoje, ao repensar esses tempos, até considero que afinal o Sr. nem fez tanta porcaria, como o que sistematicamente temos vindo a assistir!

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    1. Nada me liga a Santana Lopes, político que não aprecio. Mas a comparação que a colega faz, não tem qualquer sentido. Santana Lopes foi Primeiro Ministro durante 7 meses e 23 dias. Lembro-me bem de algo que nessa altura o indivíduo idealizou e pelo qual foi (como em praticamente tudo) ridicularizado: cafés e esplanadas nas arcadas da Praça do Comércio.
      Enfim…

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  6. Estamos condenados a viver numa porcalhice. Isto porque aquele que manda na pocilga, de vez em quando, dá uma mão de lavagem e compra todos os pequenos leitões e os grandes porcos. Quanto chega a hora de escolher o novo líder, eles voltam a eleger o porco mais reluzente, inchado e que tem a mão que leva mais restos. Ainda que essa lavagem tenha sido roubada aos porquinhos, mas eles, coitados, andam distraídos e continuam a chafurdar à procura da solução na raspadinha.

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