Repor Que Verdade?

Ontem, a investida nas redes sociais pela máquina comunicacional afecta ao ministro Costa foi potente. Coloco aqui apenas dois dos exemplos que a tradicional “mão amiga” me fez chegar.

O que é curioso é que na publicação do PS Barreiro surge a acusação da existência de “campanhas de manipulação e desinformação” que “apenas visam prejudicar os processos negociais em curso”.

O problema?

Em outro ponto do fbook encontra-se um questionário sobre as “Novas Regras da Contratação de Professores”, publicado oficialmente pelo XXIII Governo da República Portuguesa. è coisa bem oficial, portanto.

Mas… não estão em decurso processos negociais? Assim sendo, apresentar as “novas regras” como algo já definido e estabelecido parece-me uma campanha de manipulação e desinformação que apenas visa prejudicar os processos negociais em decurso.

Penso eu de que.

Alfarrábios

Nada como andar, em manhã de sábado mornamente outonal, à cata de coisas interessante e baratas em formato analógico e papelento. Acho que consegui isto tudo por menos de 20 euros. Paguei um pouco mais, mas três livros eram em português (mesmo se um é do Georges Duby) e eu queria parecer sofisticadamente francófilo neste post.

Sábado

Dia bom para sair, comprar uns livros, almoçar com amigos e conversar muito. Pouco de escola, apenas o essencial. Porque o clima anda pesado mas, ao mesmo tempo, curioso. O ministro Costa, agastado com as redes sociais, pediu ajuda aos amigos para, nas redes sociais, espalharem a sua palavra verdadeira, aquela em que já a maioria aprendeu a não confiar. custou, mas ele conseguiu. De tanto dizer as coisas pela metade, exagerou, ao ponto dos próprios sindicatos já quererem que se conheçam as gravações do que foi efectivamente dito nas reuniões negociais. Penso que de outras conversas não haverá registos. Como não haverá das “seduções” feitas juntos de director@s em modo de conversa de amigos, para que alinhem nesta nova investida no sentido da desregulação dos concursos, desculpem, não é dos concursos, da vinculação, ai credo, não é da vinculação, é da “distribuição” e “alocação” dos professores vinculados (em abstracto ou num qzp) num concurso nacional, que segue a graduação, menos se for para a colocação em “projectos específicos”.

Ler um César Paulo ou um Porfírio Siva a defenderem a reposição da “verdade”, contra as fake news, é, neste contexto um momento de verdadeira parada da paródia, conhecendo-se o histórico das figuras.

Entretanto, se outra vantagem não tivesse (e tem), o anúncio de uma greve por tempo indeterminado pelo stop, colocou algum sindicalismo tradicional e institucional em certo reboliço, levando-os mesmo a reunirem-se e a fazerem juras de acções concertadas.

As organizações sindicais de docentes ASPL, Fenprof, Pró-Ordem, Sepleu, Sinape, Sindep, SIPE e Spliu reuniram, dia 2 de dezembro, com o objetivo de fazer o ponto de situação relativo à negociação da revisão do regime de concursos e analisar outros aspetos sobre os quais o Ministério da Educação (ME) tarda em abrir processos negociais com vista, entre outros:

  • à indispensável contagem integral do tempo de serviço para efeitos de carreira;
  • ao fim das vagas na progressão e quotas na avaliação;
  • à manutenção da paridade no topo com a carreira técnica superior;
  • à eliminação da precariedade;
  • à aprovação de um regime específico de aposentação que permita o rejuvenescimento da profissão;
  • à regularização dos horários de trabalho;
  • à indispensável alteração do atual regime de Mobilidade por Doença.

Foram, ainda, discutidas formas de luta convergentes com os educadores e os professores, bem como a sua oportunidade, ficando cada organização de debater internamente as que considera deverem ser levadas por diante. A decisão sobre as formas de luta (formato e oportunidade) será divulgada no dia 5 de dezembro (segunda-feira), em conferência de imprensa, com a presença de representantes de todas as organizações promotoras.

Parte-se do princípio que o debate interno será feito durante o fim de semana, o que não deixa de ser peculiar, atendendo a que nada disto é novo, só agora parecendo que andam com pressa para mostrarem que não estão comatosos ou embeiçados pelas serenatas ministeriais como parece acontecer com o SPZC, que publica coisas que fazem lembrar uma qualquer direcção geral.

Ou seja, eppur si muove.