Ontem ouvi falar muito em liderança e não foi apenas por causa do meu triste Sporting (para memória futura, com esta equipa e o treinador escolhido, deveremos ficar ali entre o 5º e o 10º lugar e não falemos mais nisso, época encerrada). Ou da falta dela. Há lideranças que se procuram “afirmar-se” pelo medo e pela intimidação e são aquelas que, a dado momento, passam da caça às bruxas à caça aos gambuzinos, vendo perigos e ameaças a cada sombra que fica para trás nas esquinas. Há também as que fingem consensos, levando o rebanho ao redil em nome do bem estar comum, da paz das almas, do remanso em que todos pensam ter qualquer coisa, nada tendo. E há as lideranças que usam todos os truques para se manter no poder graças a um permanente exercício de desresponsabilização e fuga às responsabilidades. É complicado quando escasseiam cada vez mais os exemplos alternativos, mobilizadores sem demagogia, firmes sem desvios proto-totalitários, capazes de fazer diferente sem desprezarem as leis.
Claro que posso estar apenas a falar sobre lideranças escolares.
(nem todos entendem que o “legado” de alguém acaba por ser a memória que dessa pessoa fica, porque as acções acabam por poder vir a ser desfeitas rapidamente. Por exemplo, o “legado” do Marquês de Pombal perdurou muito para além da “Viradeira”.)