As “elites” que governaram o país, década após década, por vezes em sistema de linhagem dinástica, não têm qualquer responsabilidade.
Reparem nos factos:
Quanto à mobilidade social ao longo da vida de cada um, é também limitada, particularmente nos escalões mais baixo e mais alto de rendimentos. No escalão de rendimentos do topo, 69% das pessoas que se enquadram nesta categoria tendem a permanecer nela ao longo dos quatro anos seguintes. E aqueles que se enquadram no grupo dos 20% da população com rendimentos mais baixos “têm poucas hipóteses de subir no escalão de rendimentos” nos quatro anos seguintes do período analisado”: 67% ficam encurralados nesse escalão, como se estivessem “colados ao chão”, na expressão dos peritos europeus, segundo os quais esta “cola” se reforçou a partir dos anos 1990.
O desemprego de longa duração e a segmentação do mercado laboral podem ajudar a explicar o agravamento desta falta de mobilidade social nos escalões mais baixos. “A crise contribuiu para que esta mobilidade social ascendente não ocorra, nomeadamente por causa do aumento do desemprego de longa duração.
Reparemos na “inevitável” interpretação que surge, como se maior escolaridade criasse mais emprego por si só ou melhores empregos. Acaso o estudo contabilizou a quantidade de licenciados e mestres a trabalhar em empregos precários para os quais não seria necessário mais do o 12º ano? Mas não foi a partir dos anos 90 que a escolaridade dos portugueses subiu de forma significativa, em especial ao nível do Ensino Superior?
“Apesar das reformas generalizadas que visam melhorar o nível de escolaridade e reduzir o abandono escolar precoce em Portugal, as hipóteses de os jovens terem uma carreira de sucesso dependem fortemente das suas origens sócio-económicas e do capital humano dos pais”, acrescenta o relatório.
“A educação é um elevador social. O problema é que nós temos um nível de escolarização ainda muito abaixo da média europeia. E, porque a educação, sobretudo ao nível secundário e superior, não está ainda suficientemente generalizada, isso expressa-se depois num maior fechamento do percurso social ascendente”, interpreta o director do Observatório das Desigualdades, Renato do Carmo.
A “educação é um elevador social” quando existe electricidade e espaço para muita gente. Caso contrário, o elevador fica parado. E há quem suba por escadarias com tapete vermelho.
M€rd@, estou farto desta narrativa.

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